A tentativa do governo de construir uma narrativa de ricos contra pobres para recuperar a popularidade perdida após as sucessivas crises é uma fórmula gasta e que não dará o resultado esperado por Lula 3, avaliam aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta segunda-feira (30), o presidente Lula (PT) e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) mostraram um discurso afinado ao citar o foco do governo em justiça social contra a “grita do andar de cima”, dias depois de o Congresso derrubar decretos que mexiam nas alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Filho 01 de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) critica o discurso do governo. “Espero que a população não caía mais nesse discurso mentiroso dele [de Lula], porque o Lula já destruiu o pouco de esperança que as pessoas tinham”, diz. “E quem achava que ele chegou no fundo do poço da rejeição, vai continuar se afundando mentindo desse jeito.”
Para o senador Rogério Marinho (PL-RN), essa narrativa é a única que resta para o governo, depois de várias tentativas de recuperar a popularidade que foram prejudicadas por crises. “Eles não têm outra saída a não ser radicalizar o discurso e tentar reeditar a narrativa de ‘nós contra eles’. Não tem base, não tem responsabilidade fiscal”, afirma.
“Lula 3 está repetindo Dilma 2. A mesma receita: aparelhamento da máquina pública, descontrole nas ações parafiscais utilizando recursos fora do Orçamento e aumento da dívida pública. O Lula está indo na mesma direção, com uma diferença: o PT demorou 14 anos para sair de um verniz de sanidade fiscal, agora isso está sendo acelerado e o partido está desarrumando o que foi feito nos últimos seis anos que antecederam a volta do Lula ao poder”, afirma.
Ex-secretário da Pesca de Bolsonaro, o senador Jorge Seif (PL-SC) afirma que Lula e sua equipe “subestimam a inteligência do povo”.
“Não existe e jamais existirá justiça fiscal construída às custas do bolso do trabalhador, que luta diariamente para sobreviver num país onde o governo só sabe tirar de quem mais precisa”, diz. “O povo brasileiro está cansado de impostos. O Congresso Nacional, que é quem sente o pulso das ruas, sabe disso e não permitirá que a incompetência desse governo recaia mais uma vez sobre a população.”
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), classificou a narrativa como lamentável. “Um governo que segrega ao invés de governar para todos.”
Vice-presidente da Câmara, o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) vê o governo perdido. “Cada hora o Haddad inventa uma”, diz. “Um governo sem direção, sem resultados para a sociedade e agora batendo de frente com o Congresso não vai acabar bem.”
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Fonte.:Folha de S.Paulo