O orçamento inicial destinado a políticas públicas voltadas especificamente para mulheres terá um aumento de 14,8% em 2026, segundo levantamento do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos).
O PLOA (Projeto de Lei Orçamentária) enviado pelo governo ao Congresso prevê R$ 168,7 milhões para programas do Ministério das Mulheres. Em 2025, o valor aprovado inicialmente havia sido de R$ 143,7 milhões, mas acabou ampliado para R$ 260,2 milhões após emendas no Legislativo.
Os recursos financiam iniciativas como o canal de denúncias Ligue 180, a Casa da Mulher Brasileira e programas de autonomia econômica. Também estão previstos investimentos para ampliar a ocupação de mulheres em espaços de poder. Atualmente, 32 unidades da Casa da Mulher estão em implementação em diferentes estados, com quatro inaugurações previstas para 2025.
“A boa notícia é que esses recursos finalmente estão chegando aos municípios, onde as mulheres vítimas de violência precisam dos serviços”, afirma Carmela Zigoni, assessora política do Inesc. Para ela, porém, o aumento ainda é insuficiente diante da dimensão do problema.
“A disputa política no Congresso deve considerar a efetividade na execução dos recursos como um dos critérios para incrementar este orçamento, uma vez que o Brasil está muito longe de resolver o problema da violência contra as mulheres”, diz.
Os dados mais recentes reforçam a avaliação. Em 2024, foram registrados 1.450 feminicídios no país, número superior ao de 2023, apesar da queda de 5% no total de casos de violência contra mulheres. Já os estupros seguem alarmantes: foram 196 por dia em 2024, somando 71.892 registros.
Outras áreas, por sua vez, enfrentam retrocessos. A recém-criada Política Nacional de Cuidados, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, sofreu corte de 13% no PLOA 2026, passando de R$ 25 milhões para R$ 21,7 milhões. Já para as mulheres rurais houve incremento: de R$ 35,1 milhões em 2025 para R$ 48,6 milhões no próximo ano.
Zigoni ressalta que, embora os avanços sejam importantes, eles ainda esbarram nos limites impostos pelo novo arcabouço fiscal e na histórica dificuldade de execução orçamentária nas políticas de gênero no Brasil.
CANÇÃO
A cantora Ekena lança no dia 13 de outubro seu terceiro disco, “Aura”, produzido pela Central Records. A obra conta com a participação da cantora Karol Conká. “O álbum se consolidou como um processo de elaboração do luto. Uma maneira de honrar a pessoa que se foi e manter sua memória sempre viva”, diz a artista.
com DIEGO ALEJANDRO, KARINA MATIAS e VICTÓRIA CÓCOLO
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Fonte.:Folha de S.Paulo