O padre Júlio Lancellotti informou por meio de nota pública nesta terça-feira (16) que foram interrompidas as transmissões de suas missas realizadas aos domingos, às 10h, na zona leste de São Paulo. Pelo mesmo comunicado, o religioso declarou que não publicará mais nas redes sociais em um “recolhimento temporário”.
Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, partiu do cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, a ordem para que o religioso interrompesse suas transmissões e deixasse as redes sociais. Na nota, Lancellotti declara obediência às ordens da arquidiocese.
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O padre negou, no entanto, os boatos que davam conta de uma transferência compulsória da paróquia São Miguel Arcanjo, onde ele é sacerdote há quase 40 anos.
Assim que o religioso informou sobre a interrupção na transmissão das missas, durante a realização de sua missa no último domingo, começaram a circular pelos grupos de religiosos a informação sobre a transferência compulsória, que ele teve o cuidado de negar.
Procurado, o arcebispo Dom Odilo Scherer afirmou à reportagem da Gazeta do Povo que os assuntos que tratou com o Padre Júlio são privados e não dizem interesse a mais ninguém além do padre e do bispo, “para o bem do padre”.
A reportagem da Gazeta do Povo tentou contato com Júlio Lancellotti para comentar, mas não conseguiu. À Folha de S.Paulo, o religioso afirmou que “tem que obedecer” às ordens de Dom Odilo e que o recolhimento temporário seria uma forma de “proteção”.
Padre polêmico
Padre Júlio é conhecido há décadas por causar polêmicas e pelo envolvimento com movimentos como o dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele coordena a Pastoral do Povo da Rua, que ajuda a população que não tem onde morar.
No fim de 2023, foi instalada na Câmara Municipal de São Paulo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ONGs por sua atuação na Cracolândia. A Pastoral do Povo da Rua era acusada de perpetuar o problema dos dependentes químicos, mas as investigações não avançaram e nem produziram qualquer efeito prático.
Proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), a CPI perdeu rapidamente apoio dos colegas vereadores, que retiraram suas assinaturas. Segundo a Folha, a CPI deixou de lado as ONGs e passou a focar apenas no Padre Júlio.
Mais recentemente, Padre Júlio fez a narração de um filme sobre uma “santa trans” e denunciou, em uma série de postagens, ser alvo de ataques de ódio.
Fonte. Gazeta do Povo




