Com os crimes patrimoniais migrando das ruas para a internet, um em cada três brasileiros foi vítima de golpes virtuais com prejuízo financeiro nos últimos 12 meses. Os dados estão em uma pesquisa encomendada pelo Instituto Brasileiro de Segurança Pública (IBSP), divulgada na quinta-feira (14).
De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Datafolha, o crime patrimonial vem mudando de configuração desde a pandemia de covid-19. Enquanto a quantidade de golpes por ligações e mensagens de texto, entre outras modalidades digitais, tem aumentado, os registros de roubos passaram a cair.
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Quais são os principais tipos de golpes?
As fraudes envolvendo compras em lojas online de origem suspeita e nas redes sociais com preços muito abaixo da média lideram a lista de golpes sofridos pelos brasileiros entre julho de 2024 e junho de 2025. Segundo o relatório, 28,8% dos entrevistados relataram terem sido vítimas dessas práticas.
- Tentativas de golpe financeiro por apps de mensagens ou ligações, incluindo as as falsas centrais de atendimento, ficaram em segundo lugar, com 27,5%;
- Logo abaixo aparecem os golpes envolvendo transferências, pagamentos via Pix ou boletos falsos, com contato recebido via app ou ligações (25,4%);
- O roubo de dados seguido por chantagem, ameaças de violência e exigência de pagamento também teve um alto índice de relatos (19,1%);
- Completando o top 5, aparecem as compras online em que os produtos não foram entregues (17,7%).
A pesquisa também revelou o envolvimento de facções criminosas associadas ao narcotráfico, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), com os golpes pela internet. Operações policiais desmantelaram centrais telefônicas falsas, operadas por esses grupos, envolvidas em fraudes bancárias com o uso de Pix, WhatsApp e cartões clonados.
Com a participação nas fraudes virtuais, as organizações movimentam e lavam o dinheiro obtido com o tráfico de drogas, segundo o levantamento. Além disso, os crimes nos ambientes digitais são mais difíceis de investigar, possibilitando ações a longo prazo.
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Vítimas selecionadas
Na modalidade de golpe que envolve chantagens e ameaças, as vítimas das classes A e B são a maioria, com 27,6%, enquanto representantes das classes C, D e E tiveram um percentual menor (16,4%). O mesmo padrão acontece nas fraudes com compras não entregues, sugerindo que os autores estão de olho nas vítimas com maior poder financeiro.
Embora as fraudes digitais já estejam superando os crimes que envolvem interação física, o levantamento aponta que 21,8% dos brasileiros foram vítimas de práticas presenciais como assalto ou roubo e sequestro relâmpago no período. Já o furto ou roubo do celular atingiu 9,3% da população.
A pesquisa “Vitimização e Percepção da Segurança Pública no Brasil” foi realizada entre os dias 2 e 6 de junho deste ano, com 2.007 pessoas de 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos, para cima ou para baixo.
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Fonte.: TecMundo