Perfis governistas têm impulsionado uma campanha nas redes sociais usando a retórica de ricos contra pobres depois de o Congresso derrubar um decreto presidencial que previa o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Nesta quarta-feira (2), em visita à Bahia, o presidente Lula (PT) carregou um cartaz com a mensagem: “taxação dos super-ricos”.

Nos vídeos, produzidos com inteligência artificial, a mensagem é que o governo está enfrentando setores poderosos da sociedade e tentando fazer justiça social. Um deles, publicado pelo PT, defende a reforma no Imposto de Renda e tenta cunhar um mote: a taxação BBB (bilionários, bets e bancos).

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), é um dos principais alvos de governistas por ter pautado a derrubada do IOF. Visto como um traidor nos bastidores do Planalto, Motta divulgou um vídeo em que nega que tenha traído Lula e critica o discurso do Executivo, que segundo ele, leva a uma “polarização social”.

O Café da Manhã desta quinta-feira (3) trata da estratégia do governo de adotar o discurso que opõe ricos a pobres. O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, analisa o potencial de aderência da campanha petista e os desafios para que ela extrapole as redes. A colunista da Folha Laura Muller Machado, economista e professora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), explica quem são os ricos e os pobres no Brasil.

O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.

O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Gustavo Luiz e Laura Lewer. A edição de som é de Raphael Concli.