A exploração de terras-raras no Brasil entrou nos holofotes na semana passada, com o encarregado de negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, admitindo o interesse do país em minerais críticos brasileiros. A declaração foi dada em meio ao travamento das negociações para evitar o tarifaço de 50% ameaçado por Donald Trump.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), tergiversou quando foi perguntado por jornalistas sobre o tema; disse que discutiu com o secretário de Comércio americano uma pauta longa que pode ser explorada. Ainda é incerto que o setor possa entrar em eventual negociação comercial, já que o tarifaço tem como motivação, segundo Trump, a defesa das big techs e a pressão pelo fim do julgamento de Jair Bolsonaro.

Metais de terras-raras são estratégicos por estarem em produtos como smartphones, turbinas eólicas, carros e mísseis. O Brasil tem o segundo maior estoque do mundo, atrás da China, mas responde por só 1% do mercado. O governo Lula e o Congresso discutem programas para o setor, e o presidente já falou contra o interesse estrangeiro na área.

O Café da Manhã desta segunda-feira (28) discute o potencial do Brasil na exploração de terras-raras e como e por que os EUA têm interesse por minerais críticos brasileiros. O repórter da Folha Pedro Lovisi, que cobre o mercado de energia e mineração, dá detalhes de como esse setor se estrutura hoje no país, conta as perspectivas de investimentos (nacionais e estrangeiros) e analisa como a ameaça de tarifaço mexe com esse debate.

O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.

O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelas jornalistas Magê Flores e Gabriela Mayer, com produção de Laura Lewer e Lucas Monteiro. A edição de som é de Thomé Granemann.