7:05 PM
10 de dezembro de 2025

Policiais do Denarc são presos sob suspeita de receber propina do PCC para interromper investigação

Policiais do Denarc são presos sob suspeita de receber propina do PCC para interromper investigação

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(FOLHAPRESS) – Uma operação do Ministério Público de São Paulo prendeu na manhã desta quarta-feira (10) dois policiais do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) e um advogado suspeitos de cobrar propina do PCC (Primeiro Comando da Capital) para suspender investigação contra um membro da facção. Outro policial do departamento também é investigado.

A operação Mata-Nota é uma parceria do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), com a Corregedoria da Polícia Civil e a Polícia Federal.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que apoia a operação e “não tolera desvios de conduta por parte de seus agentes e que todas as medidas administrativas cabíveis serão adotadas, sem prejuízo das apurações criminais e disciplinares”.

O advogado e dois policiais foram presos preventivamente com autorização da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Segundo a investigação, não houve a necessidade de prender o terceiro policial investigado nesse momento.

O advogado preso é Ademilson Alves de Brito, que tinha uma condenação anterior por extorsão mediante sequestro e associação criminosa, segundo o Gaeco. A reportagem tenta localizar a defesa dele.

A Justiça, a pedido do Gaeco, também expediu mandados de busca e apreensão para cumprimento em endereços residenciais e na sede do Denarc. A Justiça determinou ainda o confisco, sequestro e bloqueio de bens no montante de R$ 1 milhão, que é o valor apontado na investigação como a propina paga pelo advogado para os três policiais.

Segundo a Promotoria, em 2024, um homem que transportava 345 kg de drogas em um fundo falso de caminhão frigorífico foi preso em flagrante. Com a quebra de sigilo dos dados telemáticos, foi possível acessar um vídeo que tinha uma negociação de pagamento para a interrupção de investigação contra um traficante conhecido como Costurado, apontado como integrante do PCC, atuando na parte da logística financeira do grupo. Mesmo com a identificação de um laboratório de refino ligado a Costurado na cidade de Jarinu, no interior de SP, a investigação foi paralisada.

O vídeo, gravado em 23 de maio de 2024, registra uma videochamada entre dois policiais do Denarc e o advogado, além de citação ao terceiro policial. Pouco tempo depois deste contato, os policiais compraram imóveis. De acordo com o Gaeco, os agentes tinham patrimônio incompatível com os valores que recebem do estado.

O advogado, de acordo com a Promotoria, já foi condenado em processo de extorsão mediante sequestro e associação criminosa.

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A Polícia Civil afirma que o suspeito vai responder em liberdade por ter se apresentado espontaneamente, enquanto familiares, ativistas e parlamentares denunciam possível transfobia e cobram investigação rigorosa sobre a morte de Ryana Alves, de 18 anos.

Estadao Conteudo | 08:30 – 10/12/2025



Fonte. .Noticias ao Minuto

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