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Por que a McLaren perdeu soberania na F1? Chefe da equipe explica

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05/10/2025
Atualizado em 00:16

Pelo terceiro fim de semana seguido, a McLaren perdeu a pole position para seus adversários mais próximos, com Mercedes e Red Bull saindo à frente na classificação para o GP de Singapura de Fórmula 1. A equipe precisa apenas de 13 pontos em Marina Bay para garantir seu segundo título consecutivo de construtores com cinco etapas de antecedência, mas as últimas etapas não fazem jus à dominância.

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O líder do Mundial de Pilotos, Oscar Piastri, e seu companheiro de escuderia, Lando Norris, foram derrotados pelo atual tetracampeão mundial, Verstappen, em Monza, e a dupla conquistou apenas seis pontos em um fim de semana conturbado em Baku, coroado por um acidente do australiano na primeira volta, mas não é apenas o holandês que virou ‘pedra no sapato’: George Russell também surge.

O britânico da Mercedes conquistou uma enfática pole position em Singapura, e não somente isso, o outro piloto da equipe, o novato Andrea Kimi Antonelli, jogou Norris para a terceira fila ao garantir o quarto lugar no grid.

Em média, os dois carros laranjas ficaram a cerca de quatro décimos de Russell e a dois de Verstappen. E este é o mesmo circuito em que Norris e a McLaren superaram o tetra por 21 segundos no ano passado, o que levanta a questão se o terceiro fim de semana consecutivo de maus resultados da líder de construtores é algo específico da pista ou o início de uma tendência preocupante.

Um pouco dos dois, é o veredito do chefe de equipe, Andrea Stella. “Parece que observamos um padrão de má performance (em pistas) com ondulações e zebras”, analisou. “No Canadá, não fomos o melhor carro; em Baku, não fomos o melhor carro; e em Singapura, também não somos o melhor carro”.

Apesar de estar isolada na liderança do Mundial de Construtores, McLaren não aparece mais como equipe dominante na temporada de 2025.

Foto de: Steven Tee / LAT Images via Getty Images

“Isso não é uma surpresa total, porque sabemos em quais condições desenvolvemos o carro. Em geral, ganhamos tempo no meio da curva, mas cada meio de curva [nesses circuitos] é curto demais. Aqui (Marina Bay), a frenagem e a tração são dominadas por ondulações e zebras, parece que estamos sofrendo um pouco”, adicionou, pontuando essas características predominantes na pista asiática.

Então, ao longo do evento, vimos que a Mercedes esteve em condições de marcar alguns setores muito competitivos. Max, o mesmo. E nossos pilotos estavam fazendo feedbacks que lembravam os de Baku e do Canadá. Então, é um padrão em que simplesmente não somos os mais competitivos”, admitiu Stella.

A habilidade da McLaren em manter seus pneus vivos em condições de calor não é tão decisiva em um circuito sem curvas de alta velocidade. Enquanto isso, as reclamações de Norris sobre a falta de aderência do eixo dianteiro, que o atormentaram durante o primeiro semestre de 2025, parecem ter retornado.

Stella suspeita que a escuderia não se adaptou tão bem aos compostos de 2025 da Pirelli para esse tipo de circuito. “Continuamos a receber comentários que destacam que a mudança de pneus do ano passado para este ano, de alguma forma, influencia um pouco”, explicou. “No ano passado, nossos pilotos estavam mais confortáveis em Singapura, mas este ano apontaram o comportamento dos pneus dianteiros, dos macios”.

McLaren teria atingido ‘teto de performance’ e interrompeu desenvolvimento

O achatamento da curva de desempenho da McLaren, porém, não se deve apenas aos tipos de circuito que a F1 visitou recentemente. Stella está convencido de que a equipe de Woking também foi afetada por um ‘teto de performance’ após interromper seu desenvolvimento para focar na temporada de 2026, que traz grande mudança de regulamento.

A Mercedes também fez isso de certa maneira, mas sua forma tem sido mais difícil de prever e a equipe alemã trouxe uma asa dianteira ajustada para Singapura, enquanto a Red Bull segue encontrando detalhes extras de desempenho em seu assoalho e asa dianteira.

Para Andrea Stella, irregularidade é misto entre configuração de circuitos e ‘teto de performance’.

Foto de: Sam Bloxham / LAT Images via Getty Images

“Levamos algumas novas peças para Monza, mas, fora isso, nos focamos totalmente em 2026, enquanto vimos que alguns adversários continuaram fazendo atualizações. A Red Bull, certamente, é uma delas”, pontuou Stella, considerando que Verstappen vem de duas vitórias consecutivas.

“Precisamos identificar esse padrão de frenagem com ondulações e zebras, e também o de baixa pressão aerodinâmica, como vimos em Monza e Baku. Assim, há alguns fatores se agravando”. Em suma, quando a McLaren poderá voltar à frente este ano? O chefe da escuderia identificou circuitos que devem se adequar muito melhor ao carro.

“Eu imagino que Austin (GP dos Estados Unidos) ainda será um pouco difícil para nós, porque as curvas são apertadas em muitas áreas de frenagem. Nossas pistas ainda são como as do Brasil, Catar e Abu Dhabi”, listou Stella.

Norris, vice-líder do campeonato de pilotos, ficou apenas com a quinta posição no grid do GP de Singapura.

Foto de: Sam Bloxham / LAT Images via Getty Images

“Talvez no início da temporada, quando tínhamos um pouco mais de vantagem, pudéssemos lidar melhor com alguns outros circuitos, mas agora o grid ficou ainda mais competitivo. A Red Bull parece ter resolvido tanto o arrasto quanto os fatores de Singapura, eles são extremamente capazes. Não é surpresa que estejam no jogo. Você tem que aceitar a luta. E é isso que estamos fazendo”, finalizou.

O GP de Singapura, com Russell na pole position e o brasileiro Gabriel Bortoleto em 14º no grid graças à dupla desqualificação da Williams, está marcado para as 9h do próximo domingo (5). A Band transmite a corrida na TV aberta para o Brasil e a F1TV Pro no streaming. O Motorsport.com faz a cobertura em tempo real.