Max Verstappen parte da pole position em Jeddah, mas Oscar Piastri vê chances de assumir a liderança a partir do segundo lugar. O piloto da McLaren faz uma boa largada e coloca seu carro ao lado, mas logo em seguida vem a primeira curva.
Os dois pilotos se colocam lado a lado ao entrarem na curva, mas ambos se afastam um pouco e Verstappen se desvia ao passar pela pista de saída – e então mantém a liderança da corrida da Fórmula 1.
“Ele tem que devolver o lugar, eu estava na frente”, declarou Piastri no rádio da equipe. “Ele nunca teria feito aquela curva, independentemente de eu estar lá”.
Verstappen viu a situação de forma diferente. “Ele simplesmente me empurrou para fora da pista. Ele não tinha intenção de fazer aquela curva”, julga o holandês.
Houve discordância e, por isso, os comissários de bordo interviram. Eles julgaram que Verstappen obteve uma vantagem permanente ao sair da pista e, como resultado, aplicam uma penalidade de tempo de cinco segundos.
Verstappen reclama da punição, mas precisa resgatar as posições perdidas nos boxes. Como os tempos de volta não diferem muito, Piastri consegue manter a liderança e garantir sua terceira vitória na temporada.
Naquele momento, a Red Bull tinha duas opções: Instruir Verstappen a devolver a posição a Piastri – e, assim, jogar pelo seguro – ou deixar para lá e esperar que os comissários de bordo julguem que uma penalidade não é necessária. Com o tetracampeão mantendo a liderança, os comissários de bordo decidem investigar o caso e, assim, o veredito logo é de que o holandês é o culpado.
Sem um bom motivo
Os comissários de bordo se baseiam no Artigo 33.3 do regulamento esportivo da F1. Esse artigo afirma que os pilotos “devem sempre fazer todos os esforços razoáveis para usar a pista e não podem deixar a pista sem um motivo justificável. Considera-se que um piloto saiu da pista se nenhuma parte do carro ainda estiver em contato com a pista. Para ser claro, as linhas brancas que marcam as bordas da pista são consideradas parte da pista, mas os meios-fios não são. Se um carro sair da pista, o piloto poderá retornar, mas somente se isso for feito com segurança e sem obter uma vantagem permanente. A critério absoluto do diretor de prova, um piloto pode ser autorizado a devolver a vantagem total obtida ao pilotar ao lado da pista”.

Foto de: Mark Sutton / Motorsport Images
Em Apêndice L, capítulo 5, artigo 2.b do Código Esportivo Internacional da FIA, há mais explicações sobre o que é – e especialmente o que não é – permitido ao ultrapassar.
“Um piloto não pode sair intencionalmente da pista sem um motivo justificável”, também afirma. “Qualquer piloto que pareça ser culpado de qualquer uma das infrações acima será denunciado aos comissários de pista”.
Perfeitamente claro
O ex-diretor de corrida Niels Wittich explicou à filial alemã da Sky Sports por que a punição de Verstappen foi justificada.
“Para mim, está perfeitamente claro que Max deveria ter devolvido a posição. Discutimos essa questão extensivamente com todas as equipes e pilotos ao longo dos anos”, começou Wittich, diretor de corrida da F1 até o GP do Brasil de 2024.
“Acho que todos se lembram do final da temporada de 2021 em Abu Dhabi, onde foi bastante controverso na época com Lewis [Hamilton]”.
Ele está se referindo ao momento na Curva 6, quando Hamilton saiu da pista para ganhar vantagem. Em seguida, o heptacampeão ultrapassou Verstappen ao lado da pista, manteve a posição, mas acabou não sofrendo intervenção – também porque o britânico havia saído do acelerador após a curva.
“Sempre foi claro: se você sai da pista e ganha uma vantagem com isso – o que ele fez, porque manteve a posição – então essa posição tem que ser devolvida”, continuou Wittich, analisando o incidente entre Piastri e Verstappen.
“A decisão final é da equipe. Cabe a eles dizer ao piloto para devolver a posição”.
Wittich argumenta que o principal problema nessa questão é quem dirige na frente no momento em que alguém sai da pista.
“Ele está do lado de fora e deveria estar pelo menos ao lado ou na frente para justificar a ação”, aponta para Verstappen. “Mas ele não estava sentado lá. E vamos ser honestos: se houvesse uma caixa de brita lá, ele não estaria nessa posição agora. Então, é melhor abrir mão dessa posição do que arriscar uma penalidade de tempo de cinco segundos”.
Importante destacar que os comissários aplicaram uma punição de apenas cinco segundos porque era apenas a primeira volta da corrida. Caso contrário, a penalidade teria sido de dez segundos.
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Fonte. Motorsport – UOL