O presidente da Federação dos Cafeicultores da Colômbia, Germán Bahamón, disse nesta sexta-feira (4) que o atual preço do café deve ser o “novo normal” e fez uma defesa da manutenção do atual patamar, a fim de manter a rentabilidade dos agricultores.
“Os preços do café quase triplicaram nos últimos três anos, o que é muito importante, algo que não vimos no passado. A demanda global permanece forte neste momento. Nós não vimos que a demanda global está caindo. Talvez esteja estável, mas não está caindo. Então, por que –essa é a pergunta–, por que tentar empurrar os preços para baixo?”, disse Bahamón.
“Nosso objetivo deve ser aumentar o valor da categoria, não deteriorar o valor da categoria. Então é muito importante entender que, neste momento, este é o novo normal, e o novo normal deveria ser, mais ou menos, nesses preços, onde o consumo está estável e onde a rentabilidade está nas fazendas de café e na indústria também”, afirmou.
Bahamón afirma que a mudança climática é uma realidade e que, para sobreviver, a cadeia produtiva do café precisa se unir e compartilhar valor, e que “o único elo que é indispensável para essa indústria é o cafeicultor”.
“Nós temos dentro de nós que o consumo vai continuar crescendo. A demanda global está lá. Você viu que, mesmo que o preço tenha quase triplicado no mundo, o consumo está lá, está estabelecido”, disse Bahamón em Campinas, onde está para participar do Coffee Dinner & Summit, evento do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) que reúne exportadores e industriais do setor.
“Então é muito importante perceber também que esse não é um mercado elástico, então o consumidor está disposto a pagar, porque está no seu hábito, é um ritual”, disse.
No Brasil, o consumo caiu 5,13% no primeiro quadrimestre deste ano, segundo a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café). Em abril, essa retração acelerou e registrou uma queda de 16%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Ainda assim, outros países, sobretudo na Ásia, estão começando a ingerir mais café. Desse modo, ainda que haja queda em países como o Brasil, o consumo global segue crescendo.
O jornalista viajou a convite do evento.
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Fonte.:Folha de São Paulo