Depois de um raro alívio em 2024, quando as tarifas aéreas chegaram a recuar 7%, viajar de avião voltou a pesar no bolso dos brasileiros em 2025. É o que mostra a segunda edição do ano do Barômetro Viajala, estudo do buscador de voos Viajala, baseado na análise de 5 milhões de buscas feitas no Brasil entre janeiro e outubro. O preço médio das passagens nacionais subiu 5% neste ano, enquanto os voos internacionais, que vinham em queda desde 2023, registraram uma leve alta de 3%.
Ainda assim, o cenário está longe de ser homogêneo. Entre altas expressivas, quedas históricas, novos hubs e rotas diretas recém-lançadas, o levantamento ajuda a entender como o comportamento do viajante brasileiro está mudando e quais destinos devem ganhar protagonismo no próximo ano.
Altas e quedas no ambiente doméstico
No mercado nacional, algumas cidades sentiram o impacto da alta de forma intensa. Ilhéus, no sul da Bahia, lidera o ranking dos aumentos: as passagens de ida e volta ficaram 31% mais caras, saltando de R$ 1.269 em 2024 para R$ 1.662 em 2025.
Belém e Manaus vêm logo atrás, ambas com aumento de 21%, reflexo de uma demanda aquecida. As buscas por esses destinos cresceram cerca de 20% ao longo do ano, impulsionadas também pelo destaque da Amazônia devido à COP 30.
Na contramão, uma rota chama atenção pelo tombo dos preços. São Paulo–Brasília registrou a maior queda entre todos os trechos nacionais analisados, de uma média de R$ 466 para R$ 268 no voo de ida e volta, um recuo de 42,5%. Para os especialistas do Viajala, o dado reforça a consolidação da capital federal como um dos principais centros de conexão do país.

Com o aeroporto mais movimentado do Centro-Oeste, Brasília teve um salto de 68% na procura em 2025, ao mesmo tempo em que os preços médios para voar até a cidade ficaram cerca de 40% mais baixos. Além da expressiva queda na rota com origem em São Paulo, voar do Rio de Janeiro à capital federal também ficou mais barato, com redução média de 31%, de R$ 771 para R$ 529.
Único terminal do país com voos diretos para todas as capitais brasileiras, o Aeroporto de Brasília vem se fortalecendo também como porta de saída para o exterior. A Latam planeja ampliar em 25% a oferta de assentos domésticos com origem ou destino na cidade até o fim de 2025.
Novas rotas internacionais, como Bogotá, Santiago, Cancún e Lima, ampliam o alcance do hub. Um exemplo é a ligação Brasília–Bogotá, da qual as buscas cresceram 36% e os preços médios caíram 31%, chegando a R$ 2.057, após a abertura do voo direto da Gol.
Sul retoma fôlego após as enchentes
Depois de um 2024 marcado pelas enchentes no Rio Grande do Sul (ano que o estado nem entrou no cálculo do estudo), o turismo da região dá sinais de recuperação. Porto Alegre desponta como o destino nacional tendência para 2026, com buscas 38% maiores em 2025 e preços estáveis desde a reabertura do Aeroporto Salgado Filho.
Novas rotas diretas têm papel central nesse movimento. Desde setembro, a Latam passou a operar voos sem escalas entre Porto Alegre e Belo Horizonte e entre Porto Alegre e Florianópolis. No trecho para a capital mineira, o preço médio caiu para R$ 660 nos últimos dois meses, 27% abaixo da média anual. Já a ligação com Florianópolis teve um impacto ainda maior, queda de 47% nos preços, hoje em torno de R$ 548 ida e volta, e as buscas mais que triplicaram.
Saindo de São Paulo, a capital gaúcha também ficou mais acessível. Os preços médios caíram 15% em 2025, com redução ainda maior nos últimos dois meses, quando o custo médio chegou a R$ 593.

Novas apostas do cenário internacional
No mercado externo, a maior queda de preço foi registrada na rota São Paulo–Punta Cana, com recuo de 19,5%: de R$ 3.058 para R$ 2.463 em média. Em sentido oposto, Lima teve aumento de 48%, enquanto Toronto (+19%) e Santiago (+18%) também ficaram mais caras.
Mesmo assim, o Canadá se destaca como destino em crescimento. Toronto teve 25% mais buscas em 2025, impulsionada pelo interesse em intercâmbio, pela crise migratória nos Estados Unidos e pela ampliação da malha aérea.
A Air Canada retoma voos diretos e inaugura, em dezembro, duas frequências semanais entre Rio de Janeiro e Toronto. Já a low cost Air Transat anunciou voos do Rio para Toronto e Montreal a partir de fevereiro — um atrativo extra para quem mira a Copa do Mundo de 2026.
Entre os destinos tendência para 2026, Madri se consolida como protagonista. O preço médio das passagens caiu 12,5%, chegando a R$ 4.328, enquanto as buscas mais que dobraram em 2025. A Espanha surge como alternativa a Portugal, hoje mais caro e com imigração mais rígida.

Essa popularidade espanhola é apoiada pela expansão da Iberia no Brasil. Só neste ano, foram nove novos voos lançados, incluindo rotas diretas de Recife e Fortaleza para a capital espanhola. A Latam também aumentou suas frequências a partir de Guarulhos.
A companhia passou a apostar em stopovers gratuitos em Madri, permitindo que o viajante fique até nove dias na cidade sem custo adicional. Com preços estáveis e melhor previsibilidade de gastos, os especialistas da Viajala acreditam que virou um excelente negócio.
Na América Latina, a grande estrela é a Colômbia. As buscas cresceram 46%, enquanto os preços médios caíram 16% em 2025. Novas rotas diretas, como Belém–Bogotá, ajudaram a derrubar os preços em mais de 40%, ampliando o acesso a um destino que combina diversidade cultural, natureza e boa relação custo-benefício.
Apesar do cenário desafiador, o setor aéreo dá sinais de reorganização. A Azul avançou em sua reestruturação financeira após acordo com credores, enquanto companhias estrangeiras intensificam investimentos no Brasil.
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Fonte.:Viagen


