O mercado de galpões logísticos de alto padrão no estado de São Paulo registrou um salto de desempenho no segundo trimestre de 2025. De acordo com levantamento da Colliers, a absorção líquida —indicador que mede a ocupação de novos espaços— atingiu 560 mil m² entre abril e junho, o dobro do registrado no trimestre anterior. A taxa de vacância caiu para 7,9%, dois pontos percentuais abaixo do patamar de um ano antes.
Com pouca oferta imediata, o preço médio pedido encerrou o trimestre em R$ 33/m²/mês, cerca de 10% acima da média nacional. Segundo a consultoria imobiliária, a valorização tem sido impulsionada pela escassez de terrenos para novos projetos, pelos custos de construção e, principalmente, pela pressão da demanda de operadores logísticos e e-commerces.
Ricardo Betancourt, CEO da Colliers, afirma que a alta taxa de ocupação dos empreendimentos recém entregues indica um momento de mercado favorável ao locador, já que a pouca oportunidade imediata tem pressionado os valores de locação para cima, sobretudo nas regiões próximas à capital paulista.
Folha Mercado
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O inventário total de galpões de alto padrão no estado ultrapassou 15,5 milhões de metros quadrados, alta de 7% em 12 meses, puxada por novas entregas em localidades como Cajamar, Guarulhos, Embu e Grande ABC —justamente as regiões onde a procura é mais intensa.
Mais de 40% da área bruta locável (ABL) já foi pré-locada. Um reflexo da falta de produtos prontos em regiões estratégicas.
E-COMMERCE E LOGÍSTICA DOMINAM OCUPAÇÕES
Os setores de e-commerce e transporte e logística foram responsáveis por 75% da área locada no segundo trimestre, segundo a Colliers. A busca por eficiência operacional e maior capilaridade nas entregas tem estimulado essas empresas a disputar os espaços mais bem localizados, com acesso facilitado à capital e às principais rodovias. As regiões de Guarulhos, Grande ABC e Embu concentraram 70% da área locada no trimestre.
A elevada taxa de ocupação e a demanda reprimida têm mantido o ritmo de novos empreendimentos em alta: cerca de 2 milhões de metros quadrados estão atualmente em construção no estado, com entregas previstas para os próximos meses, de acordo com o levantamento.
A tendência, segundo a consultoria, é de manutenção do ritmo de crescimento ao longo do segundo semestre. Novas entregas previstas para os próximos meses devem ser rapidamente absorvidas, enquanto os valores pedidos devem continuar em alta, refletindo a confiança do setor e a escassez de opções de qualidade.
Betancourt diz que a maior pressão deverá recair sobre as regiões próximas à capital, onde a oferta imediata é mais restrita e os custos logísticos justificam aluguéis mais altos.
Fonte.:Folha de S.Paulo