O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), anunciou na úçtima quinta-feira (04) que a prefeitura estuda parcerias com outros entes federativos para ampliar o número de unidades ofertadas pelo programa “Casa Cuiabana”. Lançado em agosto, o projeto já recebeu mais de 75 mil inscrições, número quase o dobro do déficit habitacional estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta a necessidade de 40 mil moradias na capital.
“Suprir esse déficit é uma necessidade de planejamento conjunto. Nós sozinhos não vamos conseguir. Por isso, estamos buscando organizar parcerias com outros entes federativos. Se a gente conseguir, vamos aumentar a quantidade de lotes urbanizados e também de casas que poderemos entregar para a população”, afirmou Brunini, durante entrevista coletiva.
Apesar da intenção de buscar apoio externo, o prefeito já descartou convênios com o Governo Federal. “Eu não vou recorrer a recursos de Brasília. A gente sabe das dificuldades e da burocracia que muitas vezes engessa os municípios”, disse.
A alternativa considerada mais viável, segundo ele, é a destinação de emendas parlamentares da bancada federal de Mato Grosso. No entanto, Brunini reconheceu um entrave: Cuiabá está impedida de receber transferências via modalidade “emenda pix”, por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).
O prefeito também mencionou a possibilidade de diálogo com o Governo do Estado, mas lembrou que a relação tem sido marcada por dificuldades. “Nós tentamos em outras áreas, como a Santa Casa e o passe livre estudantil, e não avançamos. Mas não vamos desistir de buscar apoio quando o assunto é moradia. Habitação é dignidade, é qualidade de vida”, destacou.
Questionado sobre a alta demanda, Brunini disse que a quantidade de inscrições não surpreendeu. “Essas 75 mil inscrições eram previsíveis. O déficit habitacional é de 40 mil famílias, mas é claro que outras pessoas, mesmo não estando nesse número, acabam tentando o benefício. Depois virá o filtro para definir quem realmente se enquadra”, explicou.
Ele também relembrou o tumulto registrado no dia do lançamento, quando famílias chegaram a acampar em frente à prefeitura. “Foi um momento de desespero de muitas famílias. Eu entendo a angústia de quem precisa de uma casa. Mas quero reforçar que o processo é transparente, que não há necessidade de madrugar na porta da prefeitura, porque as inscrições seguem até 19 de setembro”, frisou.
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Para o prefeito, o “Casa Cuiabana” precisa ir além da entrega de imóveis: deve ser uma política pública de longo prazo. “Não se trata apenas de tijolo e cimento. Estamos falando de dignidade, de dar oportunidade para que famílias tenham onde viver com segurança e estabilidade. Queremos transformar o programa em um marco social de Cuiabá”, concluiu.
Fonte.: MT MAIS