Os fãs de jogos de kart estão muito bem-servidos este ano, em especial com a chegada de Sonic Racing: CrossWorlds em 25 de setembro. É quase que unânime, entre os fãs da SEGA, que Sonic & All-Stars Racing Transformed (2012) foi o ápice da franquia de corrida, sobretudo pelas suas decisões de elenco, explorando outras marcas da publicadora, e percursos dinâmicos que tinham novidades a cada volta.
Desde então, a SEGA nunca conseguiu emplacar uma continuação que estivesse à altura. A última tentativa, Team Sonic Racing (2019), não foi bem recebida por dispensar corredores de outras séries senão Sonic the Hedgehog, além de apostar em mecânicas de time frustrantes e ter fundamentalmente um gameplay menos divertido. Felizmente, há motivos mais que suficientes para ficar empolgado pelo novo lançamento, que passa o sentimento de ser a sequência que os fãs esperam há tanto tempo.
Recentemente, em clima de Gamescom, o Voxel teve a oportunidade de experimentar uma nova versão em desenvolvimento de Sonic Racing: CrossWorlds por cerca de uma hora, a convite da assessoria de imprensa da SEGA. A sessão terminou com aquele gostinho de querer mais, pois o jogo está acertando em tudo: jogabilidade, conteúdo, visuais, trilha sonora e muito mais. Veja as impressões a seguir:
Uma sequência que entende o que deu certo e errado
Jogando Sonic Racing: CrossWorlds e acompanhando o seu marketing de perto, é muito claro que se trata de um jogo que tomou nota daquilo que o público espera dele e que sabe aonde quer chegar. É quase como uma resposta direta a tudo que não foi bem-executado no seu antecessor, especialmente em termos de conteúdo e gameplay.
A versão a que tivemos acesso já continha as novas pistas inspiradas em Sonic Frontiers, Sonic Superstars e Shadow Generations, reveladas durante a Gamescom, assim como Hatsune Miku e Ichiban Kasuga, de Like a Dragon, como personagens jogáveis. A primeira é um pedido antigo da comunidade, visto que a Vocaloid virou uma mascote da SEGA graças à série de jogos Project DIVA — eu mesmo sempre quis jogar como Hatsune Miku no clássico.
Sonic Racing: CrossWorlds é como uma resposta direta a tudo que não foi bem-executado no seu antecessor, especialmente em termos de conteúdo e gameplay.
Já o segundo não tem outra forma de descrever: é o ciclo se completando. Afinal de contas, Yakuza: Like a Dragon já continha o minigame Dragon Kart e ver Ichiban Kasuga, com todo o seu carisma, em um jogo dedicado de corrida é uma das formas mais puras de felicidade. Combinou perfeitamente e foi impossível tirar o sorriso do rosto.
Essas decisões de elenco, que também se estendem para algumas das pistas disponíveis, já tornam Sonic Racing: CrossWorlds um jogo muito mais diversificado e interessante. Há uma boa curadoria até quando pensamos na própria franquia de Sonic the Hedgehog, pois há figuras como Sage (Sonic Frontiers) e o trio antagonista de Sonic Riders, por exemplo. Dificilmente o seu personagem favorito não estará contemplado aqui.

Satisfatório de jogar e cheio de possibilidades
O que mais saltou aos olhos durante o teste foi a profundidade de gameplay. Os jogadores têm a liberdade de personalizar várias partes dos seus veículos individualmente — de maneira que afeta não apenas a estética, mas seus atributos. A promessa é que haverá centenas de peças, garantindo mais de 70 mil combinações possíveis para que os jogadores expressem suas preferências de jogo.
Para além disso, é possível criar um conjunto de gadgets que melhoraram a utilidade de determinados itens ou mecânicas. Cada gadget tem um custo atrelado, então os jogadores devem distribuí-los sem exceder um limite. Para citar alguns exemplos, há gadgets que permitem: carregar mais itens de uma só vez; acumular o turbo de derrapagem mais rapidamente; executar um ataque rotatório para atacar outros competidores; conquistar mais anéis; entre outros.
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Não foi possível experimentar tudo, mas ficou claro que o título traz um nível de personalização sem precedentes na franquia. São modificadores que realmente têm utilidade prática nas corridas. A minha única preocupação é que alguns gadgets se tornem indispensáveis ao ponto de não ser possível desempenhar bem contra outros competidores sem equipar “aquele” conjunto específico, mas isso é algo que apenas será possível observar com as descobertas da comunidade.
O título traz um nível de personalização sem precedentes na franquia.
Mas eu garanto que o teste tirou a minha principal dúvida: Sonic Racing: CrossWorlds é muito divertido e satisfatório de jogar porque a base do gameplay é bem consolidada. O simples ato de executar derrapagens, acelerar e disparar itens nos adversários está em pé de igualdade com o que há de melhor no gênero, além de ser muito intuitivo. Não à toa, a sessão passou num piscar de olhos — a vontade era de continuar jogando e experimentando os personagens, pistas, itens e tudo mais.
Eu pude testar um pouco do modo Grand Prix, que permitia ajustar a velocidade do jogo e continha uma dinâmica de rival muito interessante. O jogo definia um adversário para ser “o competidor a ser batido”, apresentando cenas introdutórias e outras interações com o andamento das corridas. Parece algo simples, mas que colabora muito com a apresentação geral do jogo. Fica claro que existe muito carinho e cuidado envolvido, pensando naquelas pessoas que devem passar a maior parte do tempo nos modos single-player offline.

Sonic Racing: CrossWorlds empolgou?
Com base no que foi possível testar, Sonic Racing: CrossWorlds está no caminho para ser o melhor jogo de toda a franquia de corrida da SEGA e potencialmente o melhor jogo de kart do ano. Isso sem mencionar o fato de que o jogo estará disponível em todas as principais plataformas com suporte a cross-play, buscando unificar toda a sua base de jogadores. É um acerto gigantesco e que diz muito em seu favor.
Decisões como abraçar novamente os personagens de outras propriedades intelectuais e disponibilizar um sistema robusto de personalização devem tornar o jogo sempre relevante e diversificado. O mais importante: sem deixar de lado um gameplay divertido e intuitivo, em que os jogadores realmente sentem que estão no controle apesar do caos generalizado que o gênero de kart costuma proporcionar.
Vale destacar, também, os visuais e a trilha sonora do jogo. Nenhuma plataforma de vídeo, como Twitch ou YouTube, conseguirá fazer justiça à qualidade dos gráficos de Sonic Racing: CrossWorlds por conta de limitações de bitrate. Ele é recheado de cores vibrantes e tem um desempenho muito satisfatório, ao ponto de ser fundamental vê-lo rodando na sua frente para tirar as próprias conclusões.
Felizmente, os jogadores terão essa oportunidade com o vindouro Teste de Rede Aberto que acontece de 29 de agosto a 2 de setembro no PS5, Xbox Series, Nintendo Switch, Steam e Epic Games. Entre os competidores disponíveis estará Joker, de Persona 5. Para conferir tudo isso na prática, faça download e experimente antes do lançamento — garanto que vai se divertir tanto quanto eu pude.
Fonte.: TecMundo