8:21 PM
31 de julho de 2025

Professora diz ter empurrado porta para proteger crianças durante ataque em escola no RS

Professora diz ter empurrado porta para proteger crianças durante ataque em escola no RS

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ESTAÇÃO, RS (FOLHAPRESS) – Professores e vizinhos relataram pânico após a morte de uma criança, na manhã desta terça-feira (8), no ataque a uma escola municipal em Estação, cidade da região norte do Rio Grande do Sul. O ato foi cometido por um adolescente de 16 anos com um facão. Outras duas crianças ficaram feridas.

O autor do ataque foi contido e apreendido, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Uma professora do maternal, que pediu o anonimato, falou sobre o momento em que agiu para proteger as crianças.

Ela contou que, no momento do ataque, estava em uma sala de aula com crianças, uma mãe e outros adultos. Eles começaram a ouvir gritos e alguém pediu para que não abrissem a porta. Então, para proteger as pessoas na sala, empurraram a porta.

A aposentada Ercinda Dala Corte, que mora em frente à escola, disse que agiu rapidamente ao perceber a movimentação. Ela abriu o próprio portão de casa para os estudantes.

“Eu estava no pátio, comendo laranja, quando comecei a ouvir barulhos e gritarias e fui até a frente para ver o que estava acontecendo”, conta. “Nesse momento vi muitas crianças e professores saindo correndo, então abri o portão e pedi para eles entrarem. Foi a forma que encontrei para protegê-los, para não acontecer algo pior”.

O ataque ocorreu por volta das 10h e atingiu alunos de uma turma do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, no centro da cidade. Cerca de 150 alunos estavam no local no momento.

A criança que morreu é Vitor André Kungel Gambirazi, de 9 anos. As outras duas crianças feridas são duas meninas de 8 anos. Todos os feridos foram levados a hospitais da região.

A Brigada Militar disse à Folha de S.Paulo que o adolescente chegou por volta das 10h na escola com uma mochila e de bicicleta, que deixou na rua. Ele entrou com tranquilidade na escola, deixou um currículo na secretaria e pediu para ir ao banheiro. Em seguida, ele começou o ataque em uma sala com crianças do terceiro ano do ensino fundamental, usando dois facões e rojões.

O prefeito Geverson Zimmermann (PSDB) esteve na escola e lamentou o ocorrido. Emocionado, disse que a cidade, de cerca de 6.000 habitantes, nunca havia enfrentado algo semelhante.

“Está todo mundo aqui tentando entender o que aconteceu. É algo totalmente diferente, graças a Deus nós nunca tivemos algo assim aqui, mas hoje vamos ter que encarar”, afirmou. “Infelizmente não é algo que aconteceu só no município. Dizem que pode ter influência de joguinhos de internet, não sabemos ainda, mas de qualquer forma não podemos deixar que isso ocorra. Não é brincadeira, é coisa séria.”

De acordo com a SSP, o autor do ataque é paciente psiquiátrico. Segundo o delegado Jorge Pierezan, responsável pela investigação, a hipótese é que o adolescente, autor do ataque, agiu sozinho. Ele não possui antecedentes criminais.

“Até o momento, o que podemos dizer é que o jovem atuou sozinho na ação. Fizemos buscas na casa dele, mas por enquanto não temos mais informações”, disse. A polícia ainda apura se o ato foi premeditado.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), se manifestou sobre o caso em uma rede social. “O que aconteceu não pode ser naturalizado, relativizado ou esquecido. Quero expressar minha solidariedade mais profunda às famílias atingidas, aos professores, alunos e profissionais da escola, e a cada morador da cidade”, escreveu ele.

Leite também afirmou que as forças de segurança devem atuar “com prioridade total na apuração do caso”. Acrescentou ter determinado que a Secretaria da Saúde atue no apoio à comunidade escolar.

“Também vamos reforçar, junto à Secretaria da Educação e às prefeituras, as estratégias de proteção e cuidado em todas as escolas do Estado”, continuou ele.



Fonte. .Noticias ao Minuto

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