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24 de outubro de 2025

Profissionais da saúde de Cuiabá declaram ‘estado de greve’ contra possível corte na insalubridade

Profissionais da saúde de Cuiabá declaram ‘estado de greve’ contra possível corte na insalubridade

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O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem e Técnicos do Estado de Mato Grosso (Sinpen-MT) anunciou, nesta segunda-feira (14), o estado de greve dos servidores da saúde municipal de Cuiabá. A decisão foi comunicada pela presidente da entidade, Dejamir Soares, durante assembleia realizada com a categoria, em resposta à possibilidade de corte do adicional de insalubridade nos salários dos profissionais da rede pública.

A mobilização ocorre após o anúncio de que os adicionais de insalubridade pagos aos profissionais passarão por redução significativa, em razão da adequação dos percentuais conforme a legislação federal.

Segundo o sindicato, a medida tem caráter preventivo e busca alertar a administração municipal sobre os impactos financeiros e sociais que a suspensão do benefício pode gerar. “A categoria está em estado de alerta. Não queremos paralisar os serviços, mas não podemos aceitar que o direito à insalubridade seja retirado sem diálogo e sem garantia de reposição. Estamos abertos à negociação, mas precisamos de respostas concretas”, afirmou Dejamir Soares.

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A dirigente explicou que o estado de greve não implica paralisação imediata, mas autoriza a mobilização da categoria e o uso de estratégias de pressão caso não haja avanços nas tratativas com o Executivo. Entre as ações previstas estão atos públicos, assembleias permanentes e mobilizações em frente à Prefeitura. “A estratégia é justamente conceder um prazo ao Executivo para que possamos encontrar um denominador comum. Durante a assembleia, o prefeito Abilio Brunini compareceu, conversou por quase duas horas com os servidores e tentou justificar a medida. Mas a categoria deixou claro que não aceitará retrocessos nos direitos adquiridos”, completou Dejamir.

O principal ponto de impasse é o pagamento do adicional de insalubridade, benefício garantido a servidores expostos a condições de risco no ambiente de trabalho. A Prefeitura de Cuiabá argumenta que a revisão dos critérios e valores é necessária para adequação legal e equilíbrio fiscal. “Os profissionais da saúde enfrentaram a pandemia, trabalham em condições adversas e agora correm o risco de perder uma parte essencial do salário. Isso é inaceitável. Queremos uma solução responsável, mas sem prejuízo ao servidor”, reforçou a presidente do Sinpen-MT.

De acordo com Dejamir, o Sinpen-MT mantém o canal de diálogo aberto e já tem novas agendas definidas com o Executivo. Na manhã desta terça-feira (14), o sindicato deve se reunir com o secretário municipal de Economia, Marcelo Bussiki, para apresentar os impactos do corte da insalubridade. No período da tarde, está prevista uma nova reunião com o prefeito Abilio Brunini, onde será discutida uma proposta definitiva para evitar a deflagração de greve.

Outro lado:

Para o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, o  movimento como “ilegal” e alertou que os servidores envolvidos estarão sujeitos a Procedimentos Administrativos Disciplinares (PAD) e até exoneração. Então qualquer ameaça de greve também é uma ameaça nossa. Se ameaçar a greve, a gente ameaçar substituir o procedimento de funcionamento. E aí a gente vai para linha de enfrentamento mesmo, mas a população não ficará sem atendimento”, completou.

Atualmente, o município paga o adicional de insalubridade de acordo com as qualificações e cargos dos servidores, o que gera variação entre profissionais da mesma categoria, como enfermeiros e médicos. A partir deste mês, Brunini pretende unificar o cálculo com base no “salário mínimo regional”, conforme determina a lei federal.

“O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo”, diz trecho da norma.

Quanto à porcentagem por grau de insalubridade, o gestor explicou que os critérios serão definidos até dezembro deste ano. A mudança pode gerar impacto de até R$ 2,5 mil a menos nos vencimentos de alguns servidores.





Fonte.: MT MAIS

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