
Crédito, Lucy North/PA Wire
- Author, Daniel Sandford, Nick Johnson e Maia Davies
- Role, Da BBC News em Londres
Mais de 100 mil pessoas participaram neste sábado (13/9) de um protesto no centro de Londres organizado pelo ativista de direita radical Tommy Robinson, figura conhecida no Reino Unido por organizar atos anti-imigrantes.
Uma manifestação menor, com 5 mil militantes antirracistas, aconteceu ao mesmo tempo, em Londres.
As estimativas são da Polícia Metropolitana de Londres, a Met.
O ato da direita radical, sob o lema de “Unir o Reino” (United the Kingdom, em inglês, um jogo de palavras com o nome do país Reino Unido), ocorreu em Whitehall, perto dos principais prédios governamentais britânicos.
Os manifestantes ouviram uma série de discursos, incluindo um do bilionário da tecnologia Elon Musk, por videoconferência.
Embora a primeira metade do dia tenha sido, em grande parte, pacífica, a Polícia Metropolitana afirmou mais tarde que os oficiais estavam enfrentando “violência inaceitável”, com garrafas, sinalizadores e outros projéteis sendo lançados contra eles.
Nove pessoas foram presas.
Enquanto isso, cerca de 5 mil pessoas participaram de uma manifestação contrária nas proximidades, organizada pelo grupo Stand Up To Racism (Levante-se contra o Racismo).
Cerca de 1 mil policiais da Met foram mobilizados antes do protesto, com barreiras instaladas para criar uma “área de segurança” entre os dois grupos de manifestantes.
E 500 policiais extras de outras partes do país, incluindo de Leicestershire, Nottinghamshire, Devon e Cornwall, também estavam presentes.

A bandeira inglesa tem sido hasteada pelo país nos últimos meses em um momento de grande tensão em relação à imigração no país.
A Met afirmou que alguns policiais foram atacados enquanto tentavam manter os grupos separados.
“Os oficiais estão tendo que intervir em vários locais para impedir que manifestantes do Unir o Reino tentem acessar áreas estéreis, romper cordões policiais ou alcançar os grupos opositores”, disse a Met no X.
“Vários policiais foram agredidos.”

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Confrontos eclodiram quando a polícia usou cassetetes para tentar conter milhares de apoiadores de Robinson reunidos na parte superior de Whitehall e na praça Trafalgar Square, uma das principais de Londres.
Em um momento, uma garrafa de vidro pareceu atingir um cavalo, fazendo o animal e o cavaleiro recuarem cambaleando.

Robinson, cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon, discursou para a multidão em Whitehall, criticando políticos por “repetirem como papagaios” suas ideias.
Ele também afirmou que os tribunais do Reino Unido haviam decidido que os direitos de migrantes sem documentação se sobrepunham aos da “comunidade local”.
No mês passado, o Tribunal de Apelação derrubou uma liminar que impedia solicitantes de asilo de serem alojados no The Bell Hotel, em Essex.
Robinson foi liberado da prisão no início deste ano, após ter sido detido em outubro por desobedecer a uma ordem que o proibia de repetir afirmações falsas sobre um refugiado sírio, que o havia processado com sucesso por difamação.
Fazendo uma aparição surpresa por videoconferência, Musk pediu uma “mudança de governo” no Reino Unido.
“Não dá — não temos mais quatro anos, ou quando quer que seja a próxima eleição, é tempo demais”, disse Musk à multidão. “Algo precisa ser feito. Tem que haver a dissolução do Parlamento e uma nova votação.”
A apresentadora de TV Katie Hopkins, uma celebridade da direita radical no Reino Unido, também falou após ter aparecido mais cedo ao lado de Robinson na frente da marcha.

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No ato antiracista, a deputada independente Diane Abbott disse aos manifestantes: “Nós sabemos que racismo, violência e fascismo não são novidade”.
“Mas sabem de uma coisa? Nós sempre derrotamos esse racismo e essa violência.”
Antes da marcha, a Met confirmou que não usaria reconhecimento facial ao vivo — que captura os rostos das pessoas em tempo real por câmeras de segurança — no policiamento da marcha Unir o Reino.
A polícia também afirmou haver “preocupações específicas” em algumas comunidades muçulmanas de Londres antes do protesto de Robinson, citando um “histórico de retórica anti-muçulmana e episódios de cânticos ofensivos por uma minoria em marchas anteriores”.

Crédito, EPA
A Met afirmou que havia determinado que a marcha Unir o Reino terminasse até as 18h e que a manifestação contrária terminasse até as 16h, de acordo com o horário informado pelos organizadores à polícia para o fim dos discursos.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL