Três confeiteiras e um encontro.
Geograficamente, a menor distância entre elas, de 80 quilômetros, está entre Luiza Lafer, que acaba de abrir uma loja com seu nome em Pinheiros (leia a crítica na pág. 39), e Bia Salles, à frente do café Garni, em Santos.
A terceira especialista em sobremesas está a um oceano de distância, mais precisamente os 8 000 quilômetros que separam Lisboa de São Paulo.
É na capital portuguesa que brilha a paulistana Juliana Penteado, sócia da Juliana Penteado Pastry e parceira de uma padaria, além de ex- jurada do MasterChef Portugal.

Em comum, embora não tenham nada contra e menos ainda a favor, elas quase sempre evitam carregar na doçura.
Nas vitrines das casas comandadas por elas, as guloseimas expressam os sabores das matérias-primas usadas e são cheias de sutilezas.
O trio se reúne na Luiza Lafer Confeitaria neste domingo (2), entre 11h e 17h, para apresentar algumas de suas criações.
É a oportunidade única de conhecer uma nova geração de doceiras que enaltecem o açúcar, mas com precisão e comedimento.
A anfitriã, que estudou na Le Cordon Bleu parisiense, estagiou no Arturito, de Paola Carosella, e numa das confeitarias da convidada Juliana Penteado, em Lisboa, destaca de sua vitrine o bolo chiffon de limão-siciliano recheado de curd de mara- cujá, framboesa e o creme namelaka de origem asiática com chocolate branco, um sucesso de vendas na loja aberta em julho — antes, Luiza, especialista em bolos artísticos, atendia só por encomenda.

Uma das mestras de Luiza, Juliana tem como evitar o excesso de dulçor, o que a diferencia da confeitaria clássica portuguesa, deliciosa, mas notadamente carregada de açúcar.
Também usa como recurso óleos essenciais que deixam seus doces ainda mais aromáticos.
No domingo, ela elabora a pavlova recheada com creme de confeiteiro de pistache, coberta com um creme de nata com óleo essencial de erva-cidreira e gelée de figo, e finalizada com pó de folha de figueira.
“É um encontro entre três mulheres apaixonadas pela confeitaria para celebrar a criatividade”, diz ela.
Devota dos folhados, Bia sobe a serra com uma valise repleta de uma base laminada que será usada para um mordisco salgado.
Essa massa é coberta por uma omelete de jeitão francês clássico com recheio de ricota salpicada de ciboulette. Ela faz questão de ressaltar a importância da qualidade da manteiga, da Manteigaria Nacional.
“A ricota cremosa é feita na casa”, conta.
Há ainda três outras sugestões desenvolvidas coletivamente.

“A cria ção surgiu de um tema em comum que é a primavera”, explica Luiza.
Foi necessário um brainstorm para que cada uma contasse o que havia pensado e palpitasse nos demais trabalhos.
“Mesmo a distância, fizemos encontros virtuais repletos de referências, técnicas e ideias. Foi um processo muito orgânico”, conta Juliana.
Surgiram a rosquinha de massa choux recheada de creme de amêndoas, finalizada com um véu de melancia desidratada, na companhia de coulis de jabuticaba com óleo essencial de rosas; a tarte com base de massa sablée de chocolate coberta de creme de chocolate com tahine, óleo essencial de flor de laranjeira e trigo sarraceno crocante; e a torta de massa sablée com creme de mel, gel de limão cravo e namelaka de chá earl gray enfeitado com crocante de gergelim branco.
Todos os doces e o salgado têm o preço de 34 reais.
É para conferir neste domingo de doçura sem excesso prometido pelas doceiras modernas.
Luiza Lafer Confeitaria
Rua Virgílio de Carvalho Pinto, 409, Pinheiros, WhatsApp 99651-6633. Domingo (2), das 11h às 17h.
Publicado em VEJA São Paulo de 31 de outubro de 2025, edição nº 2968.
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Fonte.: Veja SP Abril


