11:30 PM
19 de setembro de 2025

Ricardo Nunes suspende contrato após post sobre Charlie Kirk

Ricardo Nunes suspende contrato após post sobre Charlie Kirk

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Nesta sexta-feira (19), a Fundação Theatro Municipal de São Paulo rescindiu o contrato de gestão com a Organização Social (OS) Sustenidos. A decisão ocorre em meio à pressão da base conservadora da gestão de Ricardo Nunes (MDB), que cobrava a suspensão após a entidade se recusar a demitir o funcionário Pedro Guida, autor de postagens sobre o assassinato do ativista americano Charlie Kirk.

A rescisão solicitada pelo Theatro Municipal foi embasada em três pontos, sendo um deles o “reiterado descumprimento de metas previstas no Contrato de Gestão”. Já o segundo é um ofício enviado nesta quinta-feira (18) pela Câmara Municipal à Prefeitura de São Paulo.

Liderado pelo vereador Adrilles Jorge (União), o documento reuniu 26 assinaturas de parlamentares do União, PL, Podemos, Novo, MDB, Republicanos, PSD e PP, pedindo a rescisão do contrato da Sustenidos com o Theatro Municipal por “manifestação ofensiva e politicamente motivada publicada por colaborador” em relação à morte de Charlie Kirk.

O terceiro motivo foi um despacho do Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo, expedido também nesta sexta (19), exigindo esclarecimento em até 48 horas sobre a situação do “novo instrumento convocatório e abertura de Chamamento Público” para substituir a OS na gestão do complexo cultural.

O TCM lembrou que já havia determinado, em 2023, a abertura de novo chamamento público no prazo de 30 dias – o que não foi cumprido. De acordo com apuração da Gazeta do Povo, o chamamento público não avançou em 2023 devido a entraves orçamentários e ao calendário das eleições municipais de 2024.

A Sustenidos era responsável pelo fomento e pela gestão da programação do Complexo Theatro Municipal de São Paulo desde junho de 2021, em contrato firmado ainda na gestão de Bruno Covas (PSDB), com o então secretário de Cultura Alê Youssef. O acordo tinha vigência até 31 de maio de 2026 e previa repasses de até R$ 562 milhões (em valores de 2020), sendo R$ 112,4 milhões por ano.

Insatisfação do Theatro Municipal antecede post sobre Charlie Kirk

A atuação da OS Sustenidos já vinha sendo alvo de críticas da ala conservadora, que acusa a entidade de promover pautas de esquerda na programação da Fundação Theatro Municipal de São Paulo.

“O Theatro Municipal de São Paulo deixou de ser uma casa de ópera na gestão da Sustenidos e foi transformado num espaço de propaganda para a militância identitária. Tenho denunciado isso há anos, falei com o próprio prefeito Ricardo Nunes, que tem ignorado a gravidade da situação”, disse Josias Teófilo, representante do grupo Artistas Livres e uma das principais vozes que se levantou contra a OS.

Desde janeiro, quando Totó Parente assumiu a secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo, o grupo Artistas Livres se uniu a vereadores conservadores para cobrar que a programação cultural da Fundação não seja tomada por militância política.

“A Organização Social transformou o templo das artes em palanque ideológico com montagens deturpadas de óperas, desrespeitando os munícipes, autores e a cultura paulistana”, disse a vereadora Sonaira Fernandes (PL), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes do legislativo paulistano. Na semana passada, Fernandes também enviou um ofício à Secretaria Municipal de Cultura solicitando detalhes sobre a prestação de serviços pela entidade.

A reportagem entrou em contato com Pedro Guida e não obteve retorno até a publicação. O espaço segue aberto para manifestação.



Fonte. Gazeta do Povo

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