A McLaren se tornou referência no gerenciamento de pneus desde o começo da temporada, chamando a atenção das equipes pelo ritmo surpreendente que os dois carros alcançam ao longo do fim de semana da Fórmula 1. A equipe já foi investiga pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) por conta do sistema de refrigeração, mas está completamente legal. Será que o ritmo dos pilotos se dá por conta da ‘falta’ do desgaste de pneus?

Pegando o GP da Áustria como referência, comparamos as voltas dos pilotos da McLaren com a dupla da Ferrari e George Russell.

Todos os cinco carros largaram de pneus médios, mas optaram por estratégias e momentos de paradas diferentes. Russell foi o primeiro a fazer sua parada, mas seguiu com médios após a 18° volta.

Os carros também precisaram fazer voltas mais lentas logo no início da corrida por conta da bandeira amarela causada por Andrea Kimi Antonelli e Max Verstappen, que foram abandonaram a corrida por conta de uma colisão.

As cores na tabela indicam quais compostos estavam sendo usados: amarelo –> médio, branco –> duro. O amarelo brilhante indica volta sob bandeira amarela.

Ao analisarmos as primeiras voltas entre as duas McLarens, é possível notar que elas andam em um ritmo muito próximo. Importante lembrar que elas estavam andando uma atrás da outra, já que Piastri ultrapassou Leclerc antes da bandeira amarela ser acionada.

Ambos levaram menos de uma volta para conseguir abaixar o tempo para a casa de 1min09s, enquanto Leclerc, o terceiro colocado, precisou de mais cinco voltas para chegar no mesmo ritmo, mas nem mesmo conseguiu mantê-lo sem prejudicar seus pneus.

É justo levantar o ponto que a McLaren de Lando Norris tinha o ar limpo, já que ele estava na liderança, mas, ao mesmo tempo, precisava se proteger das investidas de Oscar Piastri, mas, mesmo assim, os pneus de ambos pareciam se comportar de maneira mais previsível e não esquentavam tanto quanto os de seus rivais.

O ritmo das duas McLarens começou a cair no início da 20° volta, quando Piastri voltou a atacar Norris pela liderança da corrida. Foi nesse ponto que o carro #4 foi chamado aos boxes para fazer a primeira parada, trocando os pneus médios por duros.

Nesse momento, inclusive, o engenheiro de Piastri chegou a perguntar se o australiano conseguiria estender seu stint, para continuar na liderança da corrida e abrir vantagem para Norris, mas os pneus do carro #81 também já estavam bastante desgastados.

A troca para os pneus duros também não parece ter afetado o ritmo das McLarens e isso manteve os dois pilotos na ponta, enquanto a Ferrari tentava uma possível ultrapassagem, seguindo a troca de pneus de Piastri com Leclerc.

Com o composto duro, os carros da Ferrari ficaram um pouco menos ariscos e os pilotos conseguiram imprimir mais voltas no mesmo ritmo das McLarens, andando em um ritmo muito parecido. Mas a vantagem dos carros papaias ainda era de mais de 13 segundos.

Se observarmos a parada da Ferrari, eles tinham a intenção de tentar atacar Piastri ao colocar pneus médios em sua dupla antes dos carros da McLaren parem novamente. Isso porque era possível notar que os pneus duros estavam se desgastando rapidamente e os carros #4 e #81 começaram a perder ritmo.

O composto duro parece não se adaptar tão bem aos carros da McLaren e acabam se desgastando e perdendo o ritmo mais rápido do que o esperado, forçando a equipe a fazer uma parada antes do previsto para evitar ultrapassagens.

Charles Leclerc, Ferrari, Lando Norris, McLaren, Oscar Piastri, McLaren

Foto de: Peter Fox / Getty Images

Conclusão

Os pilotos da McLaren conseguem se arriscar mais e imprimem um ritmo mais alto, mesmo em pistas com altas temperaturas. Mesmo em voltas de recarga e de administração da temperatura dos pneus, eles conseguem fazer voltas em tempos menores do que os outros carros.

Mas é importante pontuar que Norris sempre foi elogiado por saber administrar seus compostos muito bem e saber a hora de acelerar ou quando deveria economizar. Além disso, a McLaren está usando um sistema implementado para ajudar nessa questão.

O sistema já foi investigado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e foi considerado legal, uma vez que a equipe não introduz nenhum tipo de água ou líquido nos pneus, mas encontrou uma maneira de diminuir a passagem do calor dos freios para os compostos.

Essa configuração é conhecida como PCM (Phase Change Materials), um materal que tem a capacidade de absorver o calor dos tambores do freio e ‘bloquear’ a passagem para os pneus, evitando, assim, o superaquecimento.

Isso é considerado legal, pois o time não usa fluidos, válvulas ou qualquer mecanismo ativo que viole o regulamento técnico de 2025. Porém, para 2026, a FIA já está estudando maneiras de evitar que as equipes explorem esse sistema e torne-o ilegal.

Bortoleto HISTÓRICO e CALANDO HATERS! Verstappen na Mercedes e NORRIS CAMPEÃO x PIASTRI? | Boteco F1

Ouça a versão exclusivamente em áudio do Podcast Motorsport.com #341:

ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:

Faça parte do nosso canal no WhatsApp: clique aqui e se junte a nós no aplicativo!