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Como eles entraram no museu?
O ataque espetacular de domingo ocorreu na Galeria de Apolo, na parte sudeste do museu mais visitado do mundo, que fica em um grande palácio às margens do rio Sena.
Por volta das 9h da manhã, os visitantes começavam a entrar pela entrada principal — marcada por sua icônica pirâmide de vidro — para ver atrações como a famosa Mona Lisa de Leonardo Da Vinci.
Mas a cerca de 180m da entrada principal do museu, um caminhão com uma escada mecânica parou na calçada em frente ao rio. Foi o começo de um assalto que chocou o mundo.

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A quadrilha era formada por quatro homens.
Às 9h30, dois deles começaram a subir a escada, alcançando uma sacada que dava para uma janela dupla.
Os vidros e painéis de madeira foram abertos com esmerilhadeiras. As autoridades francesas confirmaram que as janelas da opulenta galeria não são blindadas.

Às 9h34, os ladrões estavam dentro do museu. Os invasores mascarados avançaram com suas ferramentas elétricas para cima dos guardas desarmados — que fugiram.
Eles entraram na Galeria de Apolo, um salão luxuoso em cores douradas que abriga as joias da coroa francesa há mais de um século, assim como pinturas do século 19.
A coleção de itens usados pela realeza francesa e pelos governantes imperiais fica em cabines de metal.

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O próximo obstáculo da quadrilha eram alguns centímetros de vidro que guardavam as joias de valor incalculável.
Imagens obtidas pela emissora francesa BFMTV mostram um dos homens, vestindo um colete de alta visibilidade, usando uma esmerilhadeira para forçar a abertura de uma das cabines.

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O BBC Verify, serviço de checagem de fatos da BBC, confirmou que a filmagem foi feita na parte sudoeste da galeria.
Imagens de câmeras de segurança de dentro do museu confirmam que eles levaram 3 minutos e 57 segundos para abrir duas cabines, pegar as joias e sair, segundo um ministro francês.
Os ladrões foram rápidos: eles sabiam exatamente o que estavam fazendo.
As joias da coroa francesa que estavam expostas no Louvre foram salvas ou recuperadas após a Revolução de 1789.
A maior parte do que estava nas vitrines datava do século 19. Eram joias que foram usadas pelas duas famílias imperiais de Napoleão e seu sobrinho Napoleão 3º.

As joias roubadas
No total, oito itens foram levados. Autoridades francesas descreveram o roubo como “inestimável”.
Além do valor monetário das pedras e metais preciosos, as joias têm um valor patrimonial “imensurável”, nas palavras de um ministro do governo francês.

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Mas nem tudo saiu como planejado pelos criminosos.
A polícia confirmou que a coroa Eugénie foi encontrada danificada na rota de fuga, aparentemente caída no chão.

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Promotores franceses também revelaram que os dois ladrões deixaram para trás alguns equipamentos, incluindo um dos coletes de alta visibilidade, que serão analisado pela polícia.
Por volta das 9h35, a notícia de que algo estava acontecendo na Galeria de Apolo se espalhava entre os funcionários do museu. Um alarme soou em uma sala de controle, mas não está claro se ele foi ouvido pelas pessoas dentro do museu. A polícia ainda está investigando se o alarme estava funcionando.
Uma testemunha disse à BBC que viu guardas afastando pessoas da Galeria de Apolo, enquanto outros corriam em direção ao local.
Ele disse que os visitantes foram inicialmente conduzidos para outra parte do museu, mas o “clima mudou” de repente quando os guardas receberam outra mensagem em seus rádios.

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Antes de sair, por volta das 9h38, os ladrões tentaram atear fogo nas escadas mecânicas que usaram para acessar o museu.
Em seguida, segundo relatos, eles pegaram suas motos Yamaha TMAX — capazes de atingir velocidades superiores a 160 km/h — e escaparam pelas ruas estreitas de Paris.

Os investigadores acreditam que eles seguiram para o sul, na direção da rodovia A6, a principal via de saída da cidade.
Por enquanto, o local para onde fugiram permanece um mistério — e qualquer informação sobre seu paradeiro é tão preciosa para a polícia francesa quanto as joias que eles levaram.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL