4:02 PM
30 de maio de 2025

Ruanda: como é fazer turismo para ver gorilas – 28/05/2025 – Turismo

Ruanda: como é fazer turismo para ver gorilas – 28/05/2025 – Turismo

PUBLICIDADE


Encravada no coração da África, Ruanda é um dos menores países do continente. Com apenas 26 mil quilômetros quadrados —menos do que o estado de Alagoas—, a nação tem um horizonte ondulado, que oferece diferentes habitats para os animais.

As vastas savanas abrem espaço para regiões montanhosas e florestas tropicais, dominantes no país, que formam um dos únicos habitats dos gorilas-das-montanhas e dos chimpanzés.

Nos extremos de seu território, parques nacionais servem de abrigo para as espécies que sofrem com a expansão da civilização. A nação, que nos anos 1990 ganhou os noticiários por causa de um dos mais mais impressionantes genocídios da história, hoje se reinventa investindo num turismo preocupado em conservar a natureza.

Devido à caça ilegal, à expansão da agricultura e ao desmatamento, muitas espécies quase foram extintas. Mas esforços comunitários mudaram esse cenário.

É assim, por exemplo, com os gorilas-das-montanhas, primatas em perigo de extinção, que podem ser avistados por turistas no norte do país por meio de caminhadas, sem qualquer barreira entre seres humanos e macacos.

A subida das montanhas no Parque Nacional dos Vulcões é feita com muito frio na barriga. Enquanto rastreadores vão abrindo o caminho na floresta, os pés pisam com cautela na terra, os olhos se movem em velocidade e os ouvidos captam sons distantes, buscando qualquer sinal deles.

Tudo começa na cidade de Kinigi, a mais próxima da entrada do parque, que fica a cerca de cem quilômetros da capital, Kigali. Logo cedo, os 80 visitantes do dia se reúnem para um detalhamento da experiência, são divididos em grupos de oito pessoas e partem com seus guias e pisteiros para a procura de uma das dez famílias de gorilas da região.

Os trekkings variam de nível e podem durar de uma a oito horas, enquanto o tempo em si com os bichos é de uma hora. Regras, como não tocar nos gorilas, e manter certa distância dos indivíduos são imprescindíveis para que a aventura seja a melhor possível.

Uma vez com os gorilas, o melhor é relaxar e aproveitar cada minuto. Normalmente, as famílias são formadas por um macho dominante, conhecido como “dorso prateado” por causa de sua pelagem esbranquiçada nas costas, fêmeas e seus filhotes, incluindo jovens machos, que um dia podem abandonar seus ancestrais para trilhar seu caminho. Por um tempo, essa é a sua pequena comunidade, e comportamentos como brincadeiras, alimentação, demonstração de dominância e subida em árvores são comuns.

A experiência é muito diferente daquele de um zoológico. Só assim para ter um contato com comportamentos mais autênticos dos primatas, como o de ver uma mãe gorila cuidando de seu filhote —momento que tem a capacidade de despertar em nossa consciência a importância de sua preservação. São momentos completamente inesquecíveis e possíveis apenas por causa dos esforços de conservação que o país tem feito ao longo dos anos.

Por mais que Kinigi ofereça hospedagens de todos os tipos —desde acomodações mais simples, a partir de US$ 30 (cerca de R$ 170) a hotéis cinco estrelas, que podem chegar a US$ 1.500 a noite (ou R$ 8.512)—, a subida tem um preço único, de US$ 1.500 por pessoa. Parte desse valor é destinado à preservação da espécie, que hoje ultrapassa a marca de mil indivíduos. A reserva deve ser feita com antecedência mínima de seis meses, dada sua alta demanda.


Rumo ao sul do país, no Parque Nacional da Floresta de Nyungwe, a caminhada é feita com a cabeça voltada para cima, pois a busca é pelo primata com quem mais compartilhamos nosso DNA: os chimpanzés. A dinâmica é parecida, com um briefing na chegada, grupos pequenos e tempo limitado. A maior diferença é que eles são avistados nas copas das árvores, podendo haver a sorte de algum deles ter a coragem de descer ao solo e cruzar o caminho.

O preço sai, em média, por US$ 90 por pessoa (cerca de R$ 510). Passarelas suspensas, cachoeiras, trilhas e observação de árvores são outras atividades que o parque abrange. A cidade mais próxima é Cyangugu, a 240 km de Kigali, com hospedagens que variam de US$ 30 a US$ 2.000 a diária (entre R$ 170 e R$ 11.350).

Já no extremo leste do país, na fronteira com a Tanzânia, é onde a diversidade aumenta. A combinação de animais como leões, elefantes e hipopótamos oferece aos aventureiros acontecimentos e cenários distintos —como caças, enfrentamentos ou apenas diferentes espécies em um único horizonte. O Parque Nacional de Akagera oferece safáris de carro, de barco ou a pé, variando as formas de contato com eles. A hospedagem é mais acessível, com preços a partir de US$ 30.



Fonte.:Folha de S.Paulo

Leia mais

Rolar para cima