A presença de sangramento durante a gravidez costuma gerar alarme imediato — e com razão. Embora pequenos episódios possam ser benignos, há situações em que o sintoma sinaliza complicações que exigem intervenção rápida.
Entender as causas mais frequentes, reconhecer sinais de alerta e manter o pré-natal em dia são as melhores estratégias para garantir segurança durante os nove meses.
Sangramento no início da gestação (primeiro trimestre)
Até um terço das mulheres apresenta algum sangramento leve nas primeiras 12 semanas. Entre as causas mais comuns estão:
- Nidação: ocorre quando o embrião se fixa na parede do útero, produzindo borras ou filetes rosados por um ou dois dias;
- Alterações cervicais: o colo do útero fica mais vascularizado, aumentando a chance de pequenos sangramentos após relação sexual ou exame ginecológico;
- Gravidez ectópica ou ameaça de aborto: pode causar dor pélvica intensa, sangramento vivo e cólicas fortes, exigindo avaliação imediata, pois pode requerer tratamento de urgência.
Sangramento no segundo e terceiro trimestres
Do meio da gestação em diante, qualquer sangramento exige atenção redobrada. Entre as possíveis causas, estão:
- Placenta prévia: placenta posicionada sobre o colo uterino, causando sangramento vermelho vivo, geralmente sem dor; requer repouso e acompanhamento especializado;
- Descolamento prematuro de placenta: dor abdominal súbita, rigidez uterina e sangramento podem indicar separação parcial da placenta; trata-se de uma emergência obstétrica;
- Parto prematuro: perda sanguinolenta acompanhada de contrações regulares antes da 37.ª semana deve ser avaliada para proteger o bebê em desenvolvimento.
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Quando procurar ajuda sem demora
- Sangramento abundante (encharca absorvente em menos de uma hora);
- Dor abdominal intensa ou cólicas fortes;
- Tontura, palpitações, queda de pressão;
- Sangue acompanhado de febre ou corrimento com odor;
- Diminuição ou ausência de movimentos fetais após 24 semanas.
Qualquer episódio fora do padrão de “borra” deve ser comunicado ao obstetra. Mesmo pequenos sangramentos, se recorrentes, justificam ultrassonografia e exames laboratoriais para afastar quadros mais sérios.
Pré-natal: a melhor forma de prevenção
Consultas regulares permitem:
- Diagnosticar cedo fatores de risco (como placenta prévia, coagulopatias ou infecções);
- Atualizar vacinas e acompanhar exames de sangue, avaliando níveis de ferro e parâmetros de coagulação;
- Orientar a gestante sobre sinais de alerta, reduzindo ansiedade e evitando idas desnecessárias ao pronto-socorro.
Em resumo: sangramentos leves e indolores podem fazer parte da gravidez, mas qualquer mudança na cor, volume ou presença de dor deve ser avaliada. O acompanhamento pré-natal com um profissional de confiança é essencial para diferenciar o que é esperado do que exige atenção imediata, protegendo a saúde da gestante e do bebê.
(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)
Fonte.:Saúde Abril