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22 de junho de 2025

Saúde financeira: dívidas abalam saúde menta…

Saúde financeira: dívidas abalam saúde menta…

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É possível dormir em paz com dívidas que não param de crescer? Como alguém consegue entregar alta performance quando se vê paralisado diante de boletos acumulados, juros impagáveis e ligações incessantes de cobrança?

No Brasil, essas não são perguntas retóricas. De acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), quase 8 em cada 10 famílias brasileiras estavam endividadas em 2024, um patamar historicamente elevado. Para muitos trabalhadores, isso significa viver sob constante pressão emocional, ansiedade, culpa e até sintomas depressivos.

Um ciclo silencioso que afeta o desempenho profissional, a convivência com colegas e a própria percepção de futuro.

A dívida, diferentemente de um corte visível ou de uma fratura, é uma ferida oculta – mas não menos dolorosa. Ela adoece em silêncio. Preocupa-se muito, e com razão, com ergonomia, plano de saúde e burnout. Mas e quando a exaustão vem de dentro, do medo de abrir o extrato bancário ou do desespero ao fim do mês? Estamos prontos para chamar isso também de saúde?

O problema não é só econômico. É psicológico, social e produtivo.

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Uma pesquisa da PwC revelou que 43% dos colaboradores com problemas financeiros perdem até três horas de trabalho diariamente lidando com essas preocupações. Quando um funcionário está endividado, ele não está apenas devendo ao banco – ele está devendo presença, energia e até autoestima. E isso se reflete nos resultados da empresa.

Ignorar esse cenário é escolher pagar o preço da omissão. Afinal, quando a saúde financeira de um time está comprometida, não há salário que sustente engajamento ou cultura que sobreviva à desmotivação crônica.

A solução, portanto, não pode se restringir ao indivíduo. Precisa partir também das empresas.

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Empresas conscientes já entenderam que cuidar da saúde financeira dos colaboradores é uma forma concreta de cuidar da saúde mental — e, mais do que isso, uma estratégia de gestão. Há soluções viáveis, acessíveis e eficazes sendo aplicadas com bons resultados.

Programas de educação financeira integrados à jornada dos colaboradores, por exemplo, ajudam a transformar a relação com o dinheiro desde a raiz, oferecendo conteúdo adaptado à realidade de cada faixa de renda e momento de vida.

Iniciativas de crédito assistido, quando acompanhadas de orientação profissional, permitem que o colaborador antecipe valores ou renegocie dívidas de maneira estruturada, sem cair em novos ciclos de endividamento.

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Algumas empresas também têm estabelecido convênios com especialistas em renegociação, oferecendo canais humanizados, sem julgamento, com condições mais favoráveis do que as encontradas no mercado.

Além disso, o cruzamento entre apoio psicológico e suporte financeiro tem mostrado grande potência: em muitos casos, a dívida é apenas o sintoma visível de uma instabilidade emocional mais profunda — e atacá-la de forma isolada é insuficiente. Quando a empresa acolhe esse contexto de forma empática e prática, ela cria um ambiente de confiança e pertencimento que repercute em toda a cultura organizacional.

+Leia também: Saúde mental precisa entrar de verdade na gestão das empresas

Os resultados não são apenas teóricos. Estudo do Employee Benefit Research Institute mostra que colaboradores com acesso a programas estruturados de bem-estar financeiro têm 23% mais foco no trabalho e 18% mais satisfação com a empresa. Internamente, já se observam reduções significativas em turnover, afastamentos por questões emocionais e até melhora nos índices de clima organizacional.

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No fim das contas, não se trata apenas de oferecer ferramentas — mas de devolver autonomia. Em um mundo que exige cada vez mais adaptabilidade, criatividade e foco, oferecer saúde financeira é oferecer liberdade emocional. Liberdade essa que, neste contexto, talvez seja o mais potente combustível da produtividade — e, principalmente, da dignidade.

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Fonte.:Saúde Abril

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