8:04 PM
4 de julho de 2025

‘Se eu não for ao STF, não governo’, diz Lula após judicializar derrubada do IOF

‘Se eu não for ao STF, não governo’, diz Lula após judicializar derrubada do IOF

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RAQUEL FRANCO E JOSÉ MATHEUS SANTOS
SALVADOR, BA, E RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quarta-feira (2), a ação do governo de recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para manter o decreto do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), derrubado pelo Congresso Nacional.

“Se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele legisla, e eu governo”, disse Lula durante entrevista à TV Bahia, em Salvador.

Na terça-feira (1º), a Advocacia-Geral da União pediu ao STF a retomada da vigência do decreto de aumento das alíquotas do IOF. O relator do caso no Supremo é o ministro Alexandre de Moraes, que relata um processo semelhante de autoria do PSOL contra a decisão do Congresso e outro do PL, que pediu a derrubada do ato presidencial.
O petista também classificou como “absurda” a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de colocar em votação a derrubada do decreto do aumento do imposto, alegando que houve descumprimento de acordo.

“O erro, na minha opinião, foi o descumprimento de um acordo, que tinha sido feito no domingo [8 de junho] à meia-noite na casa do presidente [da Câmara] Hugo Motta. Lá estavam vários ministros, deputados, o ministro [Fernando] Haddad com sua equipe e, quando chega na terça-feira, o presidente da Câmara tomou uma decisão que eu considerei absurda”, acrescentou o petista.

O projeto que susta os decretos foi aprovado pela Câmara por 383 votos favoráveis e 98 contrários. No plenário do Senado, a aprovação foi simbólica, ou seja, sem a contagem de votos.

Lula também disse que isso não representa um rompimento do governo com o Congresso. “O presidente da República não rompe com o Congresso.”

“Eu mando um projeto de lei, eles podem aprovar ou não. Se eu vetar, eles podem derrubar o meu veto, e se eu não gostar, eu vou no poder Judiciário. Qual é o erro nisso?”, disse o presidente.

Lula também agradeceu ao Parlamento pela aprovação de projetos de interesse do governo no mesmo dia da derrubada do decreto do IOF.

Na ocasião, a Câmara aprovou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos, a Medida Provisória que permite a contratação de crédito consignado por trabalhadores do setor privado e outra MP, que autoriza uso de até R$ 15 bi por ano do Fundo Social para habitação popular e permite ao governo leiloar óleo e gás excedente, com potencial de arrecadar até R$ 20 bi.

“No mesmo dia que eles derrubaram o decreto do IOF, ele [Congresso] aprovou um monte de coisas. Ou seja, eu sou agradecido”.

“Mais justiça tributária e menos desigualdade. É sobre isso.”, escreveu o presidente em rede social.

Lula está em Salvador para as comemorações do 2 de julho, que representa a consolidação da Independência do Brasil na Bahia. Na tarde desta quarta-feira, o presidente segue para Buenos Aires, na Argentina, onde participa da cúpula do Mercosul até a quinta (3). Depois, ele estará no Rio de Janeiro para a cúpula do Brics, dias 6 e 7.

O presidente afirmou que, quando retornar a Brasília, pretende conversar com os presidentes da Câmara e do Senado. “Quando eu voltar, eu, tranquilamente, vou conversar com o Hugo, com o Davi Alcolumbre e vamos voltar à normalidade política nesse país.”

No cortejo do 2 de julho em Salvador, Lula estava acompanhado do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), da primeira-dama Janja e da ministra da Cultura, Margareth Menezes. O trajeto foi de cerca de uma hora.

Em um momento do desfile, Lula segurou um cartaz em defesa da taxação dos super-ricos.

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Fonte Noticias ao Minuto

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