Os servidores públicos federais retornarão à Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), no próximo dia 12, para uma nova etapa de acordos com o governo.
Agora, as entidades representativas negociam o reajuste nos benefícios das carreiras públicas, com foco no vale-alimentação. A proposta foi apresentada em 31 de janeiro, e agora cabe ao Executivo apresentar sua posição.
“A gente vai lutar agora para a correção dos benefícios, que estão muito defasados em relação aos outros. Precisaria de um reajuste de 80% para se equiparar ao Judiciário e ao Legislativo”, diz o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques.
Atualmente, o vale-alimentação do Judiciário e do Legislativo é de R$ 1.784,42. O do Executivo Federal é de R$ 1.000, o que implicaria um aumento de mais de 78%.
O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo, também observa que os servidores irão cobrar a definição de diretrizes dos planos de cargos e carreiras.
“Foi construída uma proposta apresentada pelo governo, mas sem diretrizes. Não é possível que a gente continue na administração pública federal com mais de 300 tabelas, mais de 250 cargos diferenciados. É necessário a gente fazer um movimento. Nessas negociações que passaram agora foi feita uma padronização, tão somente na questão dos níveis, mas é muito pouco para o que a gente quer”, enfatizou.
Reajuste
Nesta semana, o Senado Federal aprovou, em votação simbólica, o projeto que viabiliza o reajuste salarial para 100% dos servidores públicos do Poder Executivo federal e cargos comissionados, além de padronizar e unificar regras de gratificações de desempenho. A matéria aguarda a sanção presidencial.
Marques avalia positivamente a atualização salarial proposta pelo governo. “Para boa parte dos servidores, será um reajuste, um valor acima da inflação. Não repõe totalmente as perdas daqueles 4 anos (do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não realizou reajuste), mas é um sinal que o governo valoriza, prestigia e quer fortalecer o serviço público”, frisou.
A visão é compartilhada por Sérgio Ronaldo. Ele avalia que foi finalizada uma etapa importante: “O conjunto dos servidores, mesmo não tendo conseguido tudo o que reivindicamos, fechamos uma etapa que foi fundamental, porque tirou do congelador a remuneração do funcionalismo, que os salários estavam congelados desde 2017”, pontua, sobre os 57 acordos celebrados para mais de 1,2 milhão de servidores, aposentados e pensionistas.
Fonte: CNN Brasil