O empresário Sidney Oliveira, dono e fundador da rede Ultrafarma, foi preso na manhã desta terça-feira (12) em uma operação do Ministério Público paulista que investiga um suposto esquema de corrupção.
De acordo com o MP, cerca de R$ 1 bilhão em propinas teriam sido arrecadados como parte das fraudes desde 2021.
A Ultrafarma é uma empresa que se tornou uma gigante ao vender medicamentos a preços mais acessíveis, e fazendo propagandas ostensivas sobre suplementos e vitaminas com alegações infundadas sobre propriedades terapêuticas.
Em casos anteriores, não relacionados à prisão, sua empresa foi multada pela propaganda exagerada de suplementos, segundo a Anvisa.
Entenda a prisão de hoje
A investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec) identificou um esquema em que grandes empresas varejistas estariam sendo beneficiadas pela auditoria do estado de São Paulo.
Conforme as informações da apuração do MP divulgadas nesta manhã, um auditor fiscal de alto escalão da Fazenda recebia propinas para manipular processos administrativos, facilitando fraudes em créditos tributários.
Além do auditor identificado como parte do esquema e de Sidney Oliveira, as operações do dia também renderam a prisão de um executivo da Fast Shop, conhecida rede de comércio de eletroeletrônicos.
Ultrafarma já foi notificada por propaganda irregular de suplementos
No mercado da saúde, a Ultrafarma de Sidney Oliveira já havia se envolvido em polêmicas no passado, devido a acusações de propaganda irregular. Os casos não têm relação com a investigação que levou à prisão temporária registrada hoje.
Em 2017, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a veiculação de comerciais de diferentes produtos da empresa, devido a promessas infundadas: a propaganda difundida na internet alegava propriedades terapêuticas não autorizadas pela agência.
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Os produtos faziam promessas variadas, de “ação antitumoral” à redução da “queda de cabelo”. Na ocasião, a Anvisa enfatizou que afirmações semelhantes só poderiam ser feitas em itens devidamente registrados e que passaram por testes capazes de comprovar as propriedades alegadas, o que não era o caso.
Cinco anos mais tarde, em 2022, novamente a Ultrafarma foi ordenada a suspender a veiculação de publicidade de diferentes produtos que faziam alegações exageradas de forma semelhante.
Novamente, sem comprovação perante a Anvisa, havia promessas de combater tumores, de “leve ação diurética” e de redução do “risco de doenças cardiovasculares”, entre outras alegações infundadas mencionadas pelo órgão fiscalizador em sua decisão da época.
Suplementos seguem sendo vendidos com promessas
Apesar das multas, ainda é possível encontrar no site da Ultrafarma diversos produtos da marca da empresa com rótulos que podem levar o consumidor ao erro. Entre eles, vitaminas para cabelos, pele e unhas, suplementos com “imuno” no rótulo, entre outros.
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Fonte.:Saúde Abril