
A última semana do pastor Silas Malafaia foi uma das mais movimentadas de sua vida até mesmo para um líder religioso acostumado a uma agenda turbulenta.
A perda do telefone, aliás, quase inviabilizou a entrevista que o pastor concedeu à BBC News Brasil na tarde de sexta-feira (22/8).
“Eu tinha o Zoom no telefone que ficou com a PF”, disse Malafaia à reportagem em tom de brincadeira.
Malafaia foi citado pela PF em um relatório como uma das pessoas que teria contribuído para a coação de autoridades ligadas ao julgamento do ex-presidente no caso da suposta trama golpista juntamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente mora nos Estados Unidos.
Pai e filho foram indiciados pela PF. Malafaia, não.
Mas áudios trocados entre Malafaia e Bolsonaro e divulgados pela Justiça nesta semana mostraram que o pastor orientou o ex-presidente sobre como se manifestar em relação ao tarifaço imposto por Donald Trump a produtos brasileiros, incentivou-o a gravar vídeos sobre o assunto e pareceu comemorar a imposição de sanções ao Brasil.
“A faca e o queijo tá contigo. Deus tá contigo, cumpade. Eles tão ferrado! Vão ter que sentar no colinho [sic]”, disse Malafaia.
Na entrevista, o tom brincalhão ao falar sobre seu telefone logo deu lugar ao seu conhecido estilo combativo. Malafaia voltou a atacar o STF e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, a divulgação dos áudios das conversas entre ele e Jair Bolsonaro foi uma ação ilegal.
Mas em meio às críticas a adversários políticos, Malafaia também criticou potenciais aliados. O principal deles foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apontado como possível sucessor de Jair Bolsonaro na direita.
Segundo o pastor, Tarcísio estaria sendo omisso na defesa do ex-presidente.
“Porque em todas as manifestações em que ele participou (ele fica dizendo): ‘Volta Bolsonaro. Bolsonaro foi o maior presidente’. Mas eu nunca vi o Tarcísio fazer uma crítica a Alexandre de Moraes e nem ao Supremo Tribunal Federal. Dizer ‘volta Bolsonaro’ e que ele é o maior presidente do Brasil, para ganhar o Bolsonaro?”, diz o pastor.

Crédito, Getty Images
Malafaia tenta contemporizar suas críticas ao governador, mas diz estar decepcionado com Tarcísio.
“Não vou aqui queimar e arrebentar o Tarcísio e dizer que ele não vale mais nada. Por enquanto, tem me decepcionado. Mas vamos ver a história para ver até onde isso vai”, diz.
Na entrevista, Malafaia também defendeu o direito de líderes da direita de pedirem uma intervenção norte-americana em favor da anistia a Jair Bolsonaro e outras pessoas supostamente ligadas aos atos de 8 de janeiro.
“Você não tem para onde recorrer. É direito e está na Carta Constitucional. Você pode recorrer a instâncias internacionais”, disse.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista, que foi editada para fins de clareza e concisão.
BBC News Brasil – O senhor aparece em um inquérito da Polícia Federal como investigado por coação no processo que tramita contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF. Qual é a sua resposta em relação a essas alegações feitas contra o senhor?
Silas Malafaia – Eu não sei se estou sendo investigado por coação. O inquérito fala em obstrução de justiça, abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa. Meu advogado ainda não teve acesso aos autos. Sei que é um inquérito que envolve tudo isso. São várias questões que envolvem isso e me colocaram num inquérito, absurdamente, por pura perseguição política.
BBC News Brasil – Por que o senhor diz que o senhor está sendo perseguido politicamente?
Malafaia – O que é que eu tenho a ver com isso? O que é que eu tenho a ver com as sanções internacionais contra o Brasil? O que é que eu tenho a ver com a abolição violenta do Estado Democrático de Direito? O que é que eu tenho a ver com organização criminosa? Me colocar num inquérito sobre o qual eu não tenho nada a ver é para me calar. Esse é o modus operandi do ditador da toga, Alexandre de Moraes. Quando alguém o incomoda, ele abre uma investigação. É uma investigação que, logo de cara, é sigilosa. Tem como dizer que isso não é perseguição religiosa?
BBC News Brasil – O senhor fala em perseguição política e depois em perseguição religiosa. Nos autos divulgados até agora, não consta qualquer menção às suas pregações. O que consta, ao menos até onde está documentado, se refere à sua atuação em relação à pressão pelo tarifaço e pela anistia…
Malafaia – Você já sabe? Porque eu não sei o que é. Você já recebeu a informação?
BBC News Brasil – Em determinados pontos do inquérito, há áudios do senhor dizendo que o senhor conversou com pessoas que estão falando diretamente com assessores de Trump. O senhor agiu de forma a pressionar ou a induzir pelo tarifaço ao Brasil?
Malafaia – Em primeiro lugar, houve uma violação. A violação do sigilo é crime. Não conheço nenhuma autoridade americana. Não falo inglês. Com quem eu falo? Falo poucas vezes com Paulo Figueiredo e com Eduardo Bolsonaro. O que eu tenho a ver com isso? Isso é uma piada e uma covardia.

Crédito, Michel Schincariol /AFP via Getty Images
BBC News Brasil – O senhor está hoje reclamando de ter tido áudios e conversas divulgadas pela Justiça, mas no dia 16 de março de 2016, quando o então juiz Sérgio Moro divulgou conversas entre a então presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, o senhor foi às redes sociais comemorar… Não são dois pesos e duas medidas?
Malafaia – Mas você está pegando uma coisa de nove anos atrás para falar aqui. Venha falar do meu caso, pelo amor de Deus.
BBC News Brasil – Estamos falando da mesma coisa, pastor…
Malafaia – Você quer justificar uma coisa antiga? Eu não sei nem do que você está falando? Você quer falar do meu caso? Ou quer falar de 1,4 mil pessoas? Por que você não falou que é crime a violação de sigilo? Por que a imprensa quer falar do que está na gravação e não denuncia o crime? É crime violar a minha intimidade. Só tem uma coisa boa neste episódio. Isso mostra que sou um cara independente, que meto o pau na hora que tem meter o pau. Que eu critico o Bolsonaro, que elogio o Bolsonaro, que critico o Eduardo. Qual vínculo político eu tenho para influenciar alguma coisa internacionalmente? Isso é uma piada. É uma perseguição política que está atingindo um religioso. Porque não deixei de ser religioso.
BBC News Brasil – O senhor é investigado por coação e nega ter praticado esses atos. Mas os áudios que existem sobre o senhor o mostram recorrendo a um marqueteiro para elaborar uma campanha tendo o tarifaço como mote. Isso não seria uma forma de pressionar as autoridades a desistirem de um processo que está em curso?
Malafaia – Que democracia é essa? É livre a manifestação de opinião. Eu sou livre para dizer o que eu quero, com quem eu quero e a hora em que eu quero. Eu sou livre para chegar para o marqueteiro e dizer: ‘Vamos produzir um vídeo pra gente questionar o crime ou os crimes de Alexandre Moraes’. Repito: Alexandre de Moraes instituiu o crime de opinião no Estado Democrático de Direito. Todas as minhas falas nas manifestações são claras. Não tem nada escondido, é tudo claro.
BBC News Brasil – Vários líderes da direita e inclusive personalidades da família Bolsonaro vêm defendendo que o que o tarifaço seria uma forma de obter a anistia não apenas a Jair Bolsonaro. Mas nos áudios, o senhor diz o seguinte: ‘Esse cara fez uma coisa pra botar a bola quicando pra você’. Em outro áudio o senhor diz: ‘A faca e o queijo está na sua mão’. O senhor acha legítimo trabalhar por sanções que podem prejudicar milhões de brasileiros para defender a anistia a Jair Bolsonaro?
Malafaia – E você acha legítimo você estar lendo uma coisa que é criminosa? Algo vazado do meu sigilo?
BBC News Brasil – Só a título de esclarecimento, pastor, o que estou lendo são áudios que foram divulgados pela Justiça. Não se trata de vazamento.
Malafaia – Vazados ilegalmente. Agora: o que eu tenho com isso? Quando veio o fato (o tarifaço), a primeira coisa (que eu fiz): eu dei uma bordoada no Eduardo. ‘Deixa de ser babaca. Olha o que você está falando, rapaz’. Agora, (a defesa da anistia) não é por causa de um homem. É por causa de um homem perseguido politicamente, vergonhosamente numa farsa de golpe. E não é só por causa dele. Tem uma mulher que rabiscou uma estátua e foi condenada a 14 anos (de prisão). Um cara que se sentou na cadeira de Alexandre de Moraes e pegou 17 anos (de prisão).

Crédito, EPA
BBC News Brasil – Mas o senhor não os menciona nos áudios…
Malafaia – Eu falo um monte de coisas. Anistia total. Eu estava falando com Bolsonaro: você está com a faca e o queijo na mão. Porque me parece que a carta de Donald Trump cita Bolsonaro e me parece que o documento de Donald Trump cita as ações de censura ilegais secretas de Alexandre Moraes. É uma farsa essa história de golpe. A carta de Donald Trump não tem a ver quase com economia. Tem a ver com liberdade. Tem a ver com censura. Tem a ver com perseguição política. O Supremo Tribunal Federal deixou de ser um Tribunal de Justiça para se tornar um tribunal de exceção e um tribunal político.
BBC News Brasil – Nos seus áudios endereçados ao presidente Jair Bolsonaro, o senhor não menciona essas outras pessoas…
Malafaia – Eu defendo a anistia (total) ou será que você nunca viu um vídeo meu? Quantos vídeos eu devo ter sobre anistia? Isso é uma conversa e uma falácia pra tentar me incriminar. Que poder eu tenho junto a autoridades americanas? Quem eu conheço entre as autoridades americana? Nenhuma.
BBC News Brasil – O senhor atuou diretamente para pressionar o governo norte americano por mais sanções ao Brasil?
Malafaia – Como é que eu atuaria se eu não falo com autoridade americana? As sanções não são contra o Brasil. São contra Alexandre de Moraes. O nosso país está sofrendo uma retaliação, primeiro, por causa de Alexandre de Moraes. E segundo lugar: Lula, que se aliou com nações contra o mundo ocidental. Irã, Rússia e China. Eu já falei com um dos ministros mais importantes do STF. Não vou dar o nome porque tanto ele quanto eu combinamos sigilo.
Eu disse a ele: ‘Ministro, vamos arrumar um caminho de paz. Isso não vai dar certo e não vai ser bom para o Brasil’. Que brasileiro quer sanções sobre o seu país? Isso é um joguinho dos esquerdopatas que não têm como se defender e querem jogar a bomba da incompetência deles para os outros?
BBC News Brasil – Mas esse argumento não pode ser usado para direita à medida em que vocês não conseguem obter a anistia no Congresso e estão recorrendo a um ente estrangeiro para pressionar as autoridades do Brasil?
Malafaia – Dilma foi na União Europeia e na ONU pedir sanções contra o Brasil e vocês não falaram nada.
[Nota da redação: em abril de 2018, a ex-presidente Dilma Rousseff realizou uma viagem à Europa e aos Estados Unidos e proferiu palestras criticando a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As reportagens disponíveis sobre o episódio produzidas na época citam que a ex-presidente pediu “solidariedade” a Lula. Não há menções, nestas reportagens, sobre pedidos de sanções contra o Brasil]
BBC News Brasil – Mas isso estava errado lá e é certo agora?
Malafaia – Eu não estou dizendo que estava errado…
BBC News Brasil – Está errado agora?
Malafaia – Errado o quê?
BBC News Brasil – Pedir sanções ao Brasil…
Malafaia – Você não tem para onde recorrer. É direito e está na Carta Constitucional. Você pode recorrer a instâncias internacionais. Como a OEA (Organização dos Estados Americanos). Como o PT fez quando Lula foi preso. É um direito recorrer quando você não tem mais instâncias. O STF é a última instância. Vai recorrer a quem? A maioria dos deputados em voto aprovaram a discussão do projeto da anistia. Hugo Motta, que tem rabo preso no STF, sentou em cima. Que país é esse? Você vai recorrer a quem? Então esse é um direito como o PT fez. É um direito recorrer a instâncias internacionais.
BBC News Brasil – Neste momento, já é possível perceber os efeitos do tarifaço na economia brasileira. Uma série de exportações deixaram de ser feitas. Há empresas entrando em férias coletivas e há risco de desemprego. O senhor ainda é favorável ao tarifaço?
Malafaia – Eu não sou a favor de tarifaço. Me diz em que vídeo eu sou a favor de tarifaço. Pelo contrário. Eu dou alertas. Eu não sou a favor de tarifaço contra a minha nação. Eu estou fazendo uma análise do porquê do tarifaço, o que é muito diferente. Essa vergonha que nós estamos assistindo e pra mim não é sobre o Brasil, é sobre Alexandre de Moraes. É ele que tem que ser sancionado. Não estou falando aqui de questões de tarifas sobre o Brasil. Eu sou contra meu país? Onde é que eu falo isso?
BBC News Brasil – Em um dos áudios divulgados o senhor aparece dando risadas e dizendo: “Vão ter que sentar no colinho para negociar”…
Malafaia – Qual o problema?
BBC News Brasil – Neste áudio, o senhor estava comemorando o tarifaço?
Malafaia – Não estava comemorando o tarifaço. Eu estava comemorando a ação contrária a Alexandre de Moraes.
BBC News Brasil – Quando senhor fala que é um direito recorrer a um país estrangeiro no caso agora do tarifaço, isso não abre um precedente perigoso de interferência de potências estrangeiras aqui no Brasil?
Malafaia – Essa conversa é a bravata nacionalista à la Venezuela de Lula. Deixa de falar. Você não acha que Lula interferiu no Irã e interfere na questão entre Israel e Palestina? Quer dizer que ele pode chegar lá, dar pitaco, interferir, não dizer que o Hamas é terrorista e meter o pau em Israel. Ele pode apoiar o Irã contra os Estados Unidos e contra Israel e alguém não pode opinar contra o Brasil?
Eu não sou a favor de tarifas contra a minha nação. Agora, isso é um direito: recorrer como o PT fez com Lula na gaiola. Eles recorreram à União Europeia e à ONU para pedir sanções contra o Brasil. E eu não estou pedindo sanções contra o Brasil. Agora, eu peço, sanções contra Alexandre de Moraes eu peço. Pela covardia e pela maldade dele.
BBC News Brasil – Pastor, o senhor, o senhor diz que não comemora, não é a favor de tarifas ao Brasil, mas os áudios que foram divulgados mostram o senhor comemorando a imposição dessas tarifas…
Malafaia – Você não pode falar por mim. A comemoração é porque pegou o Alexandre Moraes. Essa foi a comemoração. ‘Vão ter que sentar no colinho pra negociar. Agora vai mudar porque são os senhores absolutos’. Eu não tenho nenhuma narrativa de prazer de sanções contra meu país. Vai ver os vídeos e diz se eu sou a favor disso.
BBC News Brasil – O senhor fala sobre bravata nacionalista de interferência e justifica o fato de isso ter acontecido a partir de uma suposta ação do presidente Lula. Se amanhã, a China decidisse interferir em algum processo judicial no Brasil, o senhor acharia legítimo isso?
Malafaia – Qual interferência em processo judicial? O que o americano está fazendo é diferente. O Alexandre de Moraes interfere nas plataformas americanas e emite ordens ilegais de censura a plataformas americanas. O que o americano está fazendo é a sanção lá. Qual a interferência aqui? Aí você quer comparar com a China? Tá de brincadeira, amigo?
BBC News Brasil – Eu estou falando do tarifaço. Na carta (de Trump) está escrito que o tarifaço se dá pelo processo judicial ao qual o ex-presidente Bolsonaro está sendo submetido.
Malafaia – A questão com o Brasil é mais de direitos humanos e liberdade do que economia.
BBC News Brasil – Como é que isso responde a crítica de quem diz que isso é uma chantagem?
Malafaia – Cada um que tem opinião pensa como quer. Isso não é uma chantagem, isso é posicionamento. Vocês têm que entender uma coisa: a Europa e os Estados Unidos. Repito tudo o que tiver em relação a direitos humanos e liberdade dos povos. Eles estão juntos. São nações tremendamente democráticas.
BBC News Brasil – Um dos áudios que viralizou é um em que o senhor chama o deputado federal Eduardo Bolsonaro de “babaca”. Essa ainda é a sua opinião sobre ele?
Malafaia – É que você só pegou um áudio. Eu sou tão franco que eu falei pra Bolsonaro: ‘Bolsonaro filho é um babaca. Está falando bobagem. Manda ele calar a boca porque ele está falando besteira’.
Agora tem outro áudio em que eu digo: ‘Bolsonaro não arrebenta teu filho não, porque esse garoto tá lá pagando um preço até por tua causa’.
Eu sou muito franco, amigo, eu não tenho medo de nada. Eu falo mesmo. Eu não sou bolsominion. Eu sou aliado, mas não alienado. Eu tenho voo próprio, eu tenho opinião própria. Eu não sou político. Eu não sou candidato a nada. Eu sou um religioso cidadão que tem o direito à opinião e que exerço uma pequenina influência. É isso que eu sou.

BBC News Brasil – Se o presidente Bolsonaro não puder ser candidato em 2026, o senhor vai dar apoio a Tarcísio de Freitas?
Malafaia – Eu não gosto de falar daquilo que ainda não aconteceu. A política é dinâmica, o mundo dá voltas. Com Lula preso, um dia antes do último prazo para indicar candidaturas é que Lula liberou Haddad [Fernando Haddad, que concorreu na eleição de 2018]. Por que eu vou conjecturar sobre quem vai ou não vai suceder a Bolsonaro? Eu não conjecturo sobre isso agora.
BBC News Brasil – Mas o senhor confia nele?
Malafaia – Eu não vou responder sobre isso. Eu já disse num vídeo meu dando uma pancada em Tarcísio e no Caiado [Ronaldo Caiado, governador de Goiás] e também no Ratinho [Ratinho Júnior, governador do Paraná]. Eu perguntei: ‘Vocês vão ficar sem apontar os erros do Supremo?’ Eu já fiz críticas a Tarcísio. Eu não vou dizer quem vou apoiar ou deixar de apoiar, porque ainda tem muita água para rolar.
BBC News Brasil – Mas, independente do apoio, o senhor confia no Tarcísio?
Malafaia – Não vou responder a essa questão porque não está na hora. Na hora certa, eu respondo que eu não fujo. Eu quero aguardar pra ver onde é que vai. Você só pode dizer que confiou no homem à medida em que as coisas vão acontecendo.
BBC News Brasil – Mas até este momento, ele não deu demonstrações de que é confiável ou não?
Malafaia – Eu não vou dizer isso para você. Eu só vou dizer que eu o critiquei pela omissão. Vai chegar a hora de eu dizer se é confiável ou não. Vamos deixar o tempo dos fatos para mostrar.
BBC News Brasil – Na sua avaliação, Tarcísio de Freitas está sendo omisso na defesa do ex-presidente Bolsonaro?
Malafaia – Se agora você está tocando neste assunto, eu vou responder. Está. Porque em todas as manifestações em que ele participou (ele fica dizendo): ‘Volta Bolsonaro. Bolsonaro foi o maior presidente’. Mas eu nunca vi o Tarcísio fazer uma crítica a Alexandre de Moraes e nem ao Supremo Tribunal Federal. Dizer “volta Bolsonaro” e que ele é o maior presidente do Brasil, para ganhar o Bolsonaro?
Eu fiz críticas baseadas nisso. Para mim, esse é o erro dele. Mas vamos ver. Vamos olhar para a frente, porque a grandeza do ser humano não são seus acertos. É reconhecer seus erros e corrigir suas rotas. Eu aprendi isso com meu sogro. Não vou aqui queimar e arrebentar o Tarcísio e dizer que ele não vale mais nada. Por enquanto, tem me decepcionado. Mas vamos ver a história para ver até onde isso vai.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL