O Pornhub é o site de conteúdo adulto mais acessado do Reino Unido e registrou uma queda de 47% no tráfego entre 24 de julho, um dia antes de as novas regras entrarem em vigor, e 8 de agosto, segundo dados da Similarweb.

O número médio diário de visitas ao Pornhub caiu de 3,2 milhões em julho para 2 milhões nos primeiros nove dias de agosto.

No mesmo período, o tráfego do XVideos, outro grande site de conteúdo pornô, também caiu 47%, enquanto o OnlyFans viu seu tráfego diminuir em mais de 10%.

No entanto, os dados também mostraram que alguns sites pornográficos de menor porte e menos regulamentados tiveram aumento nas visitas.

“Como já vimos em muitas jurisdições ao redor do mundo, frequentemente há uma queda de tráfego para os sites que cumprem as regras e um aumento para os que não cumprem”, disse à BBC um representante do Pornhub.

Isso ocorreu depois que aplicativos de rede privada virtual (as chamadas VPNs) se tornaram os mais baixados na App Store da Apple no Reino Unido nos dias seguintes à implementação das regras de verificação de idade.

As VPNs podem disfarçar sua localização online — permitindo que você navegue na internet como se estivesse em outro país — no caso, fora do Reino Unido.

Esses aplicativos também dificultam a coleta de dados sobre quantas pessoas estão acessando sites a partir de locais específicos.

O órgão regulador de mídia britânico, o Ofcom, estima que 14 milhões de pessoas consumam pornografia online no país.

O Ofcom estabeleceu várias formas para os sites verificarem a idade dos usuários, incluindo checagem por cartão de crédito, estimativa de idade usando uma selfie ou comparação de uma foto com o documento de identidade da pessoa.

Críticos avalilam que uma consequência não intencional dessas mudanças pode ser levar as pessoas a buscar conteúdo mais extremo em áreas mais obscuras da internet, como a dark web.

Empresas de verificação de idade afirmam que as pessoas devem ficar tranquilas porque elas não retêm dados e não sabem o que a pessoa acessou, mas representantes alertam para os riscos.

“Não há banco de dados que seja impossível de hackear”, diz Iain Corby, da Age Verification Providers Association.

Chelsea Jarvie, especialista em cibersegurança, afirma que a sociedade precisa ter cautela para não “normalizar a identificação em massa online”.