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6 de outubro de 2025

Taylor Swift inspirou coquetel em restaurante nos EUA – 25/09/2025 – Comida

Taylor Swift inspirou coquetel em restaurante nos EUA – 25/09/2025 – Comida

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Aceitei o triste fato de que provavelmente nunca vou jantar no 1587 Prime, a badalada casa de carnes comandada pelas estrelas do Kansas City Chiefs, Patrick Mahomes e Travis Kelce, inaugurada na semana passada.

As chances de eu visitar a cidade natal do restaurante são mínimas e, de qualquer forma, o lugar parece mais difícil de entrar do que uma faculdade da Ivy League —as mesas estão todas reservadas. E, infelizmente, não tenho nenhuma conexão com os donos. Mas minha distância geográfica e social não precisa me impedir de experimentar o item do menu que mais me intriga (e que parece ter atraído muitos curiosos online também): um coquetel chamado The Alchemy, uma homenagem à noiva de Kelce, a pop star Taylor Swift.

A bebida de R$ 117 aparece na seção Players do cardápio de coquetéis, que traz drinques batizados em homenagem a Kelce, Mahomes e suas esposas e namoradas. O drinque carrega o nome de uma música do álbum de 2024 de Swift, “The Tortured Poets Department“, que fãs que analisam suas letras com rigor quase sagrado—como quem troca pulseirinhas da amizade— interpretaram como uma canção de amor para seu futuro marido.

Decidi canalizar essa mesma energia investigativa para o novo drinque. O cardápio o descreve apenas como “mistura de vodca cítrica clarificada, (Pierre Ferrand) dry curaçao, baga de arônia, cranberry, morango, limão, chá oolong”. Não fica claro em que forma aparecem as frutas (suco, xarope, guarnição?) e, claro, as proporções não são reveladas.

À primeira vista, pelo menos, o coquetel parece condizer com o que se sabe sobre as preferências de Swift. Ela já foi vista em jogos dos Chiefs segurando uma bebida avermelhada— adequada, já que coincide com as cores do time —e houve quem especulasse que fosse uma mistura de vodca com cranberry. A receita também lembra o perfil leve, complexo e cítrico do french blonde, um coquetel que ela teria apreciado em outro restaurante de Kansas City, feito com gim, Lillet Blanc, licor de flor de sabugueiro St-Germain e suco de toranja.

Minha tentativa de obter a receita oficial não deu certo. “Não podemos compartilhar mais detalhes da receita do The Alchemy no momento”, respondeu por e-mail um assessor do grupo Noble 33, que fez parceria com Kelce e Mahomes no 1587. Bem, veja o que ela me fez fazer —eu teria que recriá-la por conta própria.

Primeiro, reuni as evidências visuais e descrições encontradas online e depois pedi ajuda a alguns especialistas em coquetéis. Tiffanie Barriere, consultora e educadora de bebidas, classificou a mistura como um “cosmo moderno”, o que fazia sentido, já que muitos dos ingredientes do The Alchemy —vodca, licor de laranja, cranberry e limão— aparecem no agora clássico cosmopolitan.

A vodca foi meu primeiro desafio. O termo “clarificada” se aplicava apenas à vodca ou à bebida toda? Barriere achava que dizia respeito ao destilado. “Provavelmente é vodca infusionada com frutas cítricas (limão, lima, talvez toranja), depois lavada com leite ou clarificada com ágar para ficar cristalina”, disse. “Isso dá brilho sem a turbidez típica dos sucos frescos.”

Deveria tentar fazer a minha própria? A colunista de destilados doWhashington Post , M. Carrie Allan, explicou que muitos bares usam centrífuga para clarificar ingredientes e alertou que não valeria a pena o esforço em casa. “Por mais que eu adore, é trabalhoso demais para fazer em casa!”, aconselhou. Como opção pronta, ela sugeriu Absolut Citron. Resolvido.

Depois, havia a questão nada pequena de conseguir a baga de arônia, também chamada de chokeberry, algo que definitivamente não encontro no mercado do bairro. Meus especialistas disseram que provavelmente eu a encontraria em pó, em lojas de produtos naturais ou de chás, e que ela oferece uma nota tânica, levemente adstringente.

Procurei em algumas lojas, mas acabei desistindo. Barriere disse que suco de cranberry e mirtilo poderia trazer sabor semelhante, então imaginei que o perfil já estaria contemplado no cranberry e no chá oolong.

Concluí que, para as frutas mencionadas, deveria usar sucos, e não xaropes ou frutas amassadas, com base nas imagens online que mostravam um líquido rosado e límpido, além da descrição de uma repórter local que provou o drinque antes da abertura: “Era brilhante, agradável e delicadamente ácido, mas de um jeito que se dissipava na boca em vez de persistir como os xaropes pesados”, ela escreveu.

Comprei um suco de cranberry sem açúcar e um suco de morango levemente adocicado, porque era o que encontrei. Se você tentar em casa, o nível de doçura do suco pode variar. Caso o resultado final fique muito ácido para seu gosto, a mixologista LP O’Brien sugeriu acrescentar um xarope simples “para equilibrar o drinque”. Você pode, ela disse, preparar um xarope aromatizado com chá oolong, algo que Barriere comentou que também daria mais corpo.

Encontrei apenas chá oolong sem açúcar e já pronto, então usei esse mesmo. Bati os ingredientes em uma coqueteleira com gelo e servi em uma taça de martíni, decorando com uma rodela fina de limão, como vi nas fotos.

Ajustei um pouco as proporções (usei a receita do cosmo como ponto de partida) e cheguei a um bom equilíbrio entre acidez e doçura, considerando os sucos que tinha em casa. O resultado foi refrescante e complexo, com o chá adicionando um fundo terroso.

Tentei —mas logo descartei— o truque teatral usado no 1587 Prime, em que uma pequena porção de palha de aço é enrolada no pé da taça e depois incendiada para criar um efeito cintilante. Em vez de mágico, o resultado foi só cheiro ruim de metal queimado e um monte de fiapos pretos. Passo. Mas, se você quiser a experiência autêntica, vá em frente.

A versão caseira talvez não seja a recriação mais fiel, e bebê-la na sala de casa em vez da elegante casa de carnes onde nasceu pode parecer um prêmio de consolação —como assistir à Eras Tour no streaming em vez de na arena.

Mas tem seus próprios prazeres. Eu, que normalmente não bebo vodca, fiquei conquistada —assim como meu marido, que geralmente acha o cosmo (o drinque favorito da mãe dele) sem graça. “Acho que eu realmente pediria esse”, ele disse, surpreso, olhando para a taça cor-de-rosa pálida em mãos. Ao que eu poderia ter respondido com as palavras da musa do coquetel: “Honestamente, quem somos nós para lutar contra a alquimia”.

The Almost Alchemy

O coquetel The Alchemy, homenagem à música homônima de Taylor Swift, aparece no cardápio do 1587 Prime Steakhouse, em Kansas City, Missouri, aberto por Patrick Mahomes e Travis Kelce, do Kansas City Chiefs. A canção, que integra o 11º álbum de estúdio de Swift, “The Tortured Poets Department”, teria sido escrita sobre Kelce, com quem a cantora está noiva. Embora a receita oficial não tenha sido divulgada, esta versão é nossa melhor tentativa de um preparo saboroso e acessível, que pode lembrar um cosmopolitan. No restaurante, a bebida é servida em uma bandejinha, em taça de martíni, com a haste envolvida em assa de aço, incendiada para criar um efeito teatral em alusão ao nome do drinque.

Tempo total: 5 minutos

Rendimento: 1 dose

INGREDIENTES

  • Gelo
  • 45 ml de vodca cítrica (ex.: Absolut Citron)
  • 22 ml de chá oolong frio
  • 15 ml de Ferrand dry curaçao
  • 15 ml de suco de cranberry puro
  • 15 ml de suco de morango
  • 15 ml de suco de limão fresco
  • Twist de limão, para decorar

MODO DE PREPARO

Em uma coqueteleira com gelo, combine a vodca, o chá, o curaçao e os sucos de cranberry, morango e limão. Feche bem e agite até resfriar e diluir (cerca de 15 segundos). Coe em uma taça de martini e decore com o twist de limão.

Substituições:

  • Ferrand dry curaçao: Grand Marnier ou triple sec.

Informação nutricional (por dose)

  • Calorias: 156 | Gordura: 0 g | Gordura saturada: 0 g | Carboidratos: 0 g | Sódio: 2 mg | Colesterol: 0 mg | Proteína: 0 g | Fibra: 0 g | Açúcares: 3 g

(Análise estimada com base nos ingredientes disponíveis. Não substitui aconselhamento profissional de nutricionista ou dietista.)

Inspirado no coquetel The Alchemy, do 1587 Prime Steakhouse em Kansas City, Missouri.



Fonte.:Folha de São Paulo

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