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15 de agosto de 2025

Ter celular muito cedo piora saúde mental na vida adulta, diz estudo com 100 mil pessoas

Ter celular muito cedo piora saúde mental na vida adulta, diz estudo com 100 mil pessoas

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Ter um smartphone antes de completar 13 anos pode piorar a saúde mental nos primeiros anos da vida adulta. Eis a conclusão de um estudo que avaliou o bem-estar de mais de 100 mil pessoas ao redor do mundo.

Ao avaliar adultos de 18 a 24 anos de idade, a pesquisa revelou que aqueles que haviam ganhado o primeiro celular com 12 anos ou menos relatavam mais pensamentos suicidas, agressões, descolamento da realidade, baixa autoestima e menor capacidade de regular as emoções — em comparação com quem recebeu o dispositivo a partir dos 13 anos.

O levantamento também traz evidências de que esses prejuízos estão relacionados, mais especificamente, ao acesso às redes sociais. Fazer parte dessas redes antes dos 13 anos está associado a maior risco de problemas como cyberbullying, distúrbios do sono e relações familiares fracas na vida adulta.

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“Com base nessas descobertas, e com a idade de ter os primeiros smartphones agora bem abaixo dos 13 anos em todo o mundo, rogamos aos formuladores de políticas a adoção de uma abordagem preventiva, semelhante às regulamentações sobre álcool e tabaco”, urge, em comunicado à imprensa, a matemática e neurocientista Tara Thiagarajan, fundadora e cientista-chefe da Sapien Labs, projeto global que tem a maior base de dados sobre saúde mental do mundo.

Algumas medidas sugeridas pela especialista são a restrição ao acesso a smartphones por menores de 13 anos, a implementação da alfabetização digital nas escolas e o reforço à responsabilidade das empresas do ramo sobre esse problema que afeta infâncias e juventudes em todo o globo.

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A análise

Publicada na Journal of Human Development and Capabilities, a pesquisa utilizou o Quociente de Saúde Mental (MHQ), índice criado pela Sapien Labs para medir o bem-estar de um indivíduo. 

A escala avalia dezenas de aspectos do bem-estar divididos em seis dimensões (humor e perspectivas, sociabilidade, resiliência, impulso e motivação, cognição, conexão mente-corpo). 

Foram avaliados dados de mais de 100 mil jovens de 18 a 24 anos de 160 países que compõem a base de dados da iniciativa.

Entre os principais achados está o de que o MHQ não só é menor entre aqueles que tiveram o primeiro celular antes dos 13 como tende a diminuir quanto mais cedo a criança tem acesso a ele.

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Enquanto aqueles que ganharam o dispositivo aos 13 anos tem um índice de 30, aqueles que receberam acesso aos cinco anos de idade pontuaram apenas 1 — em uma escala que pode ser até mesmo negativa (a pontuação vai de -100 a +200).

Os principais sintomas de estresse e sofrimento associados ao uso precoce de celular foram pensamentos suicidas, agressão, descolamento da realidade e alucinações. Esses sinais afloraram em 9,5% das meninas e 7% dos meninos que tiveram o primeiro smartphone antes dos 13.

Entre as garotas, é mais comum observar também problemas de autoimagem, autoestima e confiança; enquanto os garotos demonstram menos estabilidade emocional, autoestima e empatia.

O acesso precoce também às redes sociais pode explicar cerca de 40% desses problemas, enquanto relações familiares empobrecidas estão ligadas à 13%. Distúrbios de sono e cyberbullying estão associados em 12 e 10% dos casos, respectivamente. 

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Como proteger as crianças?

Em março, o governo federal lançou o “Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais”, que reúne as principais orientações para pais e responsáveis protegerem menores dos riscos do acesso precoce à internet e a aparelhos.

O guia reforça a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que os jovens não tenham seu smartphone próprio antes de completar 13 anos — e, quando tiverem a idade adequada, o uso deve ser monitorado pelos pais.

Além disso, outra orientação relevante é a de que, até os 2 anos, crianças não devem ter acesso às telas (exceto para participarem de videochamada com familiares acompanhadas pelos pais).

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Fonte.:Saúde Abril

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