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15 de junho de 2025

Terroirs de café no Brasil buscam valorização com IGs – 12/06/2025 – Café na Prensa

Terroirs de café no Brasil buscam valorização com IGs – 12/06/2025 – Café na Prensa

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Duas décadas após ter o primeiro registro de indicação geográfica, o café brasileiro vive momento de proliferação de regiões com selos de procedência ao mesmo tempo em que busca aumentar a percepção de valor desses terroirs perante o público.

A primeira indicação geográfica para café foi em 2005, quando o Cerrado Mineiro recebeu a chancela. Desde então, outras 17 áreas produtoras alcançaram o reconhecimento.

As IGs consistem em um selo –que no Brasil é conferido pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial)– que reconhece uma região célebre pela produção de determinado produto.

Ela pode ser uma indicação de procedência (IP), que apenas delimita a região que tenha se tornado conhecida como centro de produção, ou denominação de origem (DO), que designa um produto cujas qualidades se devam ao meio geográfico.

Neste mês, 16 das 18 regiões de café com selo de IG lançaram o movimento Brasis Cafés de Origem, a fim de divulgar os terroirs cafeeiros do país.

Este é um desafio do setor. Ao mesmo tempo em que as áreas produtoras conquistam o selo, as associações tentam fazer com que os consumidores entendam o valor dos produtos com essa chancela.

Em regra, a indicação geográfica garante uma qualidade e rastreabilidade, pois o consumidor sabe que o produto, para obter aquela chancela, precisa atender a certos padrões e deve ter sido produzido naquela região específica.

Mas nem sempre essa percepção de valor é clara. Isso se justifica, em parte, porque o café ainda é um produto novo nesse movimento. Alimentos europeus mais consagrados, como o queijo parmesão e o espumante champagne, têm a chancela há séculos. O queijo parmigiano reggiano, por exemplo, tem sua denominação de origem protegida desde 1612.

No fim de maio, centenas de produtores de diferentes origens se reuniram com especialistas da área no congresso Connection – Terroirs do Brasil, em Gramado, para discutir como promover e valorizar esses terroirs.

Segundo Eduardo Zorzanello, um dos organizadores do evento, a Itália e outros países Europeus, como a França e a Espanha, são inspirações para o movimento de reconhecimento de origens que tem crescido no Brasil.

“Os países europeus, em geral, têm na sua cultura enraizada, na sua educação, a valorização daquilo que é realizado com o saber fazer único de uma comunidade. Não tem aquela questão ‘o que é de fora é melhor’. Não. Começa porque o que é de casa é melhor. E é isso muito que o Brasil precisa entender. Nossa população brasileira precisa dar mais valor ao que é produzido pela nossa gente”, diz.

Apesar de ainda estar em processo de busca por reconhecimento, a obtenção do selo é algo que já agrega valor, segundo produtores.

Paulo Guerra tem a Cariama Cafés, propriedade na Serra da Canastra, uma das últimas regiões a conquistar o reconhecimento de indicação geográfica para café.

“Eu tenho duas linhas de café, uma que vai o selo e uma que não vai. E, fora o aumento do preço do café ultimamente, a gente conseguiu valorizar em 25% só pela diferenciação de um produto com selo para o sem selo”, diz.

A última região cafeeira a obter o selo de indicação de origem foi Torrinha (SP). Com isso, chegou a 18 o total de áreas com a chancela do INPI.

O jornalista viajou a convite do Connection.


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Fonte.:Folha de São Paulo

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