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13 de setembro de 2025

The Town: Backstreet Boys faz show de boy band raiz em SP – 13/09/2025 – Ilustrada

The Town: Backstreet Boys faz show de boy band raiz em SP – 13/09/2025 – Ilustrada

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Estrelas e galáxias preenchem o telão do Skyline, palco principal do festival The Town, na noite desta sexta-feira (12). Silhuetas se formam enquanto esferas coloridas viajam pelo espaço. A música para, faíscas explodem e cinco homens aparecem no palco enquanto gritos agudos se espalham pela plateia.

“Larger than Life”, um dos grandes hits da banda que tem vários deles, o Backstreet Boys, é a primeira música a ser tocada no que foi o show mais nostálgico visto nesta edição do festival no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

A apresentação seguiu toda a cartilha de show de uma boy band raiz. Gritos de “lindo”, passos de dança de décadas atrás, vocais harmonizados, incontáveis agudos, dedinhos estalando no ritmo das músicas e presentes jogados no palco dominaram a noite. Teve até um momento de entrega de disco de ouro para o grupo no palco. Por quase duas horas, tudo cheirou a anos 1990.

A boy band mais antiga em atividade começou sua apresentação para um público que claramente os acompanhou em seu momento de auge, perto da virada do milênio. Hits eram identificados nos primeiros acordes e respondidos com berros saudosos, de quem associava aquelas canções a memórias.

Foi assim com faixas como “It’s Gotta be You”, “I’ll be the One” e “I Want it That Way”. Todas elas fazem parte do “Millenium”, álbum de 1999 que o grupo comemora em uma residência em Las Vegas, na casa de shows The Sphere —uma arena de quase 360° revestida por uma enorme tela de LED.

Quando foi lançado, o álbum que ganhou uma versão remasterizada neste ano fez um sucesso descomunal. Aqueles hits, junto aos dos discos anteriores, o homônimo e o “Backstreet’s Back”, de 1996 e 1997, respectivamente, definiram alguns padrões no curso da música pop.

A banda criou um legado estético, vocal e de produção que desemboca diretamente em boy bands mais recentes, como One Direction e Jonas Brothers, que tentaram atualizar a fórmula criada pelo quinteto, às vezes até recorrendo às mesmas canetas que contribuíram para o repertório do quinteto americano.

Embora pareça, o show não é um retorno ou uma apresentação pontual, como as que têm pipocado desde que o mundo saiu nostálgico da pandemia de Covid-19. A verdade é que, apesar da trajetória errática, os Backstreet Boys nunca foram embora —eles passaram 32 anos mergulhados nessas canções.

A banda nasceu em 1993, quando o empresário Lou Pearlman, que mais tarde também produziria o ‘N Sync, abriu um chamado convocando pessoas para formar uma banda que uniria o som do Boyz II Men ao visual do New Kids on the Block. Os jovens A.J. McLean, Howie Dorough, Brian Littrell, Nick Carter e Kevin Richardson foram escolhidos para a missão.

Entre carreiras solo, um período de seis anos sem Kevin, processos por fraude contra Pearlman e altos e baixos, o grupo continuou lançando álbuns e músicas com efeito bem distante do que experimentou em seu auge nos anos 1990. Mas, no geral, se manteve unido e desviou de polêmicas que costumam rondar bandas de grande sucesso.

A boy band chega ao Brasil em fase mais regular, agora assumidamente pautada na nostalgia de suas músicas. Apesar do ar de decadência inevitável que há em grupo que até tentou, mas nunca conseguiu atualizar de verdade seu repertório, eles aparecem dignos no palco.

Antes disso, esteve no país com certa frequência, inclusive em escolhas curiosas. Em 2020, por exemplo, decidiu fazer três shows por aqui —um no Rio, outro em São Paulo e o terceiro na cidade mineira de Uberlândia, que não é exatamente um destino tradicional de bandas estrangeiras.

Hoje com seus 40 e 50 anos, o quinteto soube encontrar alguma medida entre aqueles jovens que povoaram os sonhos de meninas e meninos adolescentes e quem eles se tornaram. Os Backstreet Boys de agora vivem de nostalgia, é certo, mas chegam a brincar com isso. AJ, por exemplo, comentou que restou pouco cabelo para ele, e Brian agradeceu ao público por manter o emprego deles.

Apesar da apresentação guiada pelo álbum mais famoso, o grupo também passou por hits de outros trabalhos, caso de “As Long as You Love Me”, “Shape of My Heart”, “The Call”,”Get Down (You’re the One For Me”)” e “Everybody (Backstreet’s Back)”, que teve seu começo misturado com um trecho de “Seven Nation Army” dos White Stripes e fechou a apresentação.

Também dedicou parte do repertório a faixas que eles chamaram de lado B, como “Back to Your Heart”, “Spanish Eyes”, “No One Else Comes Close” e “The Perfect Fan”.

Para os que cresceram nos anos 90 e 2000, foi uma apresentação com cara de dias mais simples e analógicos. Um tempo sem internet e com a busca por músicas em estações de rádio, encartes de CDs, clipes da MTV e revistas adolescentes com pôsteres dos galãs do momento.

É um pop descarado, assumidamente cafona, sem a preocupação de ser conceitual em nenhuma medida. O público abraçou isso no espaço-tempo criado nesta noite, realizando um desejo que a banda canta num de seus maiores sucessos, a melosa “Quit Playing Games (With My Heart)” —o de querer voltar no tempo por mais impossível que pareça.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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