10:58 AM
2 de setembro de 2025

Thiago Brennand é condenado a 8 anos de prisão por estupro de estudante de medicina

Thiago Brennand é condenado a 8 anos de prisão por estupro de estudante de medicina

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O empresário Thiago Brennand, 45, foi condenado à pena de oito anos de reclusão, em regime fechado, pelo estupro da estudante de medicina Stefanie Cohen, em outubro de 2021, além do pagamento de indenização por danos morais por R$ 200 mil.

A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O processo está em segredo de Justiça. Cohen, que afirmou ter sido também dopada e filmada sem o conhecimento por Brennand, celebrou a condenação pelas redes sociais e comentou: “A Justiça sendo feita”.

A defesa de Brennand, composta pelos advogados Alberto Zacharias Toron e Luiza Oliver, afirma que vai recorrer na condenação e afirma que “confia que a decisão será reformada pelas instâncias superiores”. Em nota, a defesa argumenta ainda que a sentença reconheceu a fragilidade da acusação em diferentes pontos e absolveu o empresário de duas das três imputações formuladas contra ele.

Ainda segundo os advogados, o processo registrou que a vítima tinha ciência de que a relação estava sendo filmada, que na gravação não há qualquer indício de estupro e que a vítima manteve contato após os fatos. “Ainda assim, de forma contraditória e ilegal, [a Justiça] condenou Thiago por estupro.”

Os advogados da vítima -Márcio Janjácomo, João Vinicius Manssur, Márcio Janjácomo Júnior e Marcelo Zovico- reafirmaram confiança na Justiça e compromisso incansável com a defesa e acolhimento das vítimas, especialmente na prevenção e no combate à violência contra a mulher.

Brennand está preso desde abril de 2023 e cumpre as penas em Tremembé. Ele já foi considerado culpado em outros processos por violência contra mulheres.
Em entrevista em 2022, Stefanie Cohen relata que conheceu o empresário em um restaurante, onde ela estava comemorando o título de miss São Paulo de Las Americas com amigas em um restaurante na capital paulista.

Ele estava no estabelecimento, com o filho, e os dois começaram a conversar. “Ele foi educado, parecia um cavalheiro”, contou. Alguns dias depois, eles começaram a conversar por Instagram.

Eles saíram para para jantar e, ao final, pediu duas caipirinhas de caju. Após beber, Cohen diz que começou a passar mal e ficou desorientada. “Ele veio até mim no banheiro e me levou. Eu disse que estava passando mal e ele disse que estava tudo bem”, relatou ela.

A estudante afirmou que não se lembrava claramente de tudo o que aconteceu no resto da noite, mas diz que foi dopada e estuprada por Brennand. Afirma, entre outras coisas, que ele forçou para fazer sexo anal com ela.

“Foi algo que eu nunca tinha feito, eu pedia ‘não, por favor não’. Eu falei que eu nunca tinha feito isso e ele me dizia que eu era a namorada dele”, afirmou ela. “Foi tudo com extrema violência”, diz. Ainda segundo ela, ele não usou preservativo.

No dia seguinte, ela afirmou ter acordado com dores e sem saber onde estava. Ao abrir a porta, disse ter visto o segurança do empresário do lado de fora e, então, entendido o que tinha acontecido. Nesse momento, ela afirmou ter entrado no que chama de “modo sobrevivência”.

O empresário teria dito a Cohen que eles iriam para sua casa no condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz. Por isso, mandou o segurança levá-la de volta para casa fazer uma mala. Quando chegou ao local, ela disse ao segurança que tinha um compromisso e que voltaria para a casa de Brennand só mais tarde.

Depois disso, entrou em casa e contou à mãe o que tinha acontecido. Ela afirmou que estava disposta a denunciá-lo, mas mudou de ideia depois que Brennand mandou um vídeo dos dois na noite anterior -ela afirma que não autorizou que ele gravasse as imagens. “Na hora, aquilo me calou. Foi um misto de ódio com vergonha.”

“Eu vi que eu estava nua, ele mexia no meu corpo e aparecia o meu rosto, mas não assisti ao vídeo inteiro. Me dá vontade vomitar”, disse.

Cohen diz que o vídeo foi uma forma de intimidá-la e, depois disso, eles não se falaram mais. “Ele percebeu que eu não ia voltar, de burro ele não tem nada. Me mandou o vídeo e eu nem sequer respondi. Para mim, a ameaça estava feita e eu me calei.”

Dias depois, ela procurou a ginecologista Roberta Grabert. Em um laudo escrito em 2022, a médica afirmou que Cohen relatou ter sofrido abuso psicológico, físico e sexual, mas que não quis procurar a polícia, pois estava sendo ameaçada por Brennand.

A própria estudante mostrou o documento à reportagem. A ginecologista também confirmou sua veracidade.

Na consulta, a médica encontrou hematomas no braço e no abdômen da estudante, além de sinais de machucados na vagina e no ânus. “O evento trouxe muitos prejuízos à vida dela. Não denunciei o evento a pedido da paciente e agora sinto-me no dever de me colocar à disposição para qualquer esclarecimento”, escreveu a médica no laudo.



Fonte. .Noticias ao Minuto

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