Em meio a um cenário de aumento de casos de câncer de intestino, especialmente entre os mais jovens, abordagens para minimizar os riscos da doença têm cada vez mais entrado no radar dos profissionais de saúde. Nesta semana, novas orientações para a prevenção desse tipo de tumor estão sendo apresentadas no 73º Congresso Brasileiro de Coloproctologia.

As diretrizes buscam atualizar algumas recomendações que já eram conhecidas e adicionam duas novas que comprovadamente ajudam a reduzir a incidência do câncer colorretal: um aumento da ingesta de água, mais adequado ao nosso clima, e uma ênfase na frequência de evacuação, que deve ocorrer pelo menos uma vez a cada 48 horas.

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Trazidas à comunidade médica nesta quinta-feira (4), as orientações fazem parte da sessão “Março Azul de prevenção ao câncer de intestino”, já projetando ações para o mês dedicado à conscientização sobre a doença em 2026. “Se seguirmos essas seis recomendações, é possível reduzir em até 30% o risco para o câncer de intestino”, afirma Carmen.

Confira quais são elas:

1. Alimentação regrada

Um dos principais fatores de risco modificáveis para a doença é a alimentação. Uma dieta rica em fibras é associada a um bom funcionamento intestinal, importantíssimo para reduzir o risco de tumores nessa região.

Para isso, invista em alimentos como vegetais, legumes e frutas, e reduza o consumo de produtos ultraprocessados, o que inclui carnes processadas, como embutidos, associados a uma maior prevalência do tumor.

2. Controle da obesidade

A obesidade é muito associada ao desenvolvimento do câncer de intestino. Mas mesmo pessoas visualmente magras devem ficar atentas à presença da gordura visceral em níveis excessivos, que ajuda a promover a inflamação pelo corpo e pode contribuir para o desenvolvimento de tumores.

3. Atividade física

Evitar o sedentarismo é uma maneira essencial de redução de riscos contra vários tipos de câncer. No caso do colorretal, manter o corpo ativo também minimiza as chances de tumores porque ajuda o intestino a funcionar melhor.

Recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam um mínimo de 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana. Se você está muito parado e não sabe por onde começar, uma boa pedida é tentar caminhadas diárias de meia hora, por exemplo.

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4. Não fumar

O tabagismo aumenta o risco de todos os tipos de câncer, algo que também vale para os tumores de intestino. Idealmente, além de evitar o cigarro, também é recomendado minimizar o consumo de álcool, igualmente associado a um potencial carcinogênico.

5. Hidratar-se adequadamente

As novas orientações atualizam o que se sabia em torno da hidratação. Ingerir uma quantidade adequada de líquidos é importante para a eliminação adequada das fezes: muito ressecadas, elas podem acabar se acumulando e até formar um fecaloma, que obstrui a passagem.

No entanto, a dica tradicional era tentar beber pelo menos 2 litros de água. Agora, especialistas indicam que esse número deve ser até maior em um país como o Brasil, de clima mais quente: foque em 3 litros.

Lembre-se que o número é uma média geral: na prática, sua necessidade pode mudar em função do nível de atividade física, do tipo de trabalho que você exerce e da sua alimentação.

6. Evacuar pelo menos a cada 48 horas

A constipação é um fator de risco conhecido para cânceres nessa parte do corpo, devido ao contato prolongado da mucosa intestinal com substâncias cancerígenas presentes nas fezes. Por isso, é fundamental evacuar pelo menos uma vez a cada 48 horas.

Hábitos listados acima, como um maior consumo de fibras, a ingestão de líquidos em níveis adequados e a prática de exercícios físicos, contribuem para reduzir a prisão de ventre. Mas, se mesmo com essas medidas seu corpo ainda não consegue eliminar as fezes a cada dois dias, é necessário procurar orientação médica para tratar a constipação crônica.