5:31 PM
18 de agosto de 2025

Trainee: Como se preparar para a seleção – 18/08/2025 – Carreiras

Trainee: Como se preparar para a seleção – 18/08/2025 – Carreiras

PUBLICIDADE


Esta é a edição da newsletter FolhaCarreiras. Quer recebê-la às segundas-feiras no seu email? Inscreva-se abaixo:

Se você acompanha a newsletter, sabe que estamos na alta temporada de trainees —quando muitos programas abrem suas inscrições.

A última edição se perdeu na sua caixa de entrada? Leia ela aqui e entenda as características do trainee.

As empresas personalizam seus programas, mas existe algo que costuma seguir um padrão: os processos seletivos. Além de longos —podem ter duração de três a seis meses—, eles geralmente têm três grandes etapas. Hoje, explico como se preparar para cada uma.

Etapa 0: pré-inscrição

Essa não é uma fase oficial. Ela é, na verdade, uma preparação que deve ser feita antes mesmo de se inscrever nos programas.

Você deve focar em dois aspectos: construir uma boa narrativa pessoal e pesquisar sobre a empresa em que quer trabalhar.

Por que importa: às vezes, as companhias ultrapassam mais de dez mil inscritos, o que torna os trainees extremamente concorridos.

“Antes da inscrição, você tem que ter uma estratégia de diferenciação. Pense que você está fazendo uma venda pessoal, em que o produto oferecido é você como profissional, e a técnica de venda é uma comunicação persuasiva“, recomenda Izabela Luvizotto, criadora da plataforma preparatória Zero a Trainee.

Como fazer isso? A chave está no autoconhecimento. É preciso saber com muita clareza quais são seus pontos fortes e no que você é bom, no que precisa melhorar, e suas experiências (profissionais ou extracurriculares).

Assim, você consegue organizar seu currículo e sua forma de contar histórias de maneira clara e compatível com aquele processo.

Como obter mais informações sobre a empresa? Os programas de trainee costumam disponibilizar, nos canais oficiais, explicações detalhadas sobre seus pré-requisitos, as etapas de seleção e qual a cultura da companhia.

  • Essa é uma forma, mesmo que superficial, de conhecer aquele local antes mesmo de trabalhar lá, e de entender se os princípios combinam os seus valores pessoais.
  • “No final do dia a gente quer receber e selecionar pessoas […] cujos valores vêm totalmente ao encontro dos nossos”, explica Izabel Azevedo, diretora de Talento e Cultura da Nestlé Brasil.

Etapa 1: currículo e testes

Na maioria dos processos, a primeira fase consiste no envio do currículo e na realização de testes, que podem ser de raciocínio lógico, de proficiência ou comportamental.

Aqui, a chance de haver interação humana é quase zero. Segundo Ana Beatriz Carvalho, mentora de carreiras e processos seletivos, a análise dos documentos é feita por ferramentas chamadas “ATS” (Applicant Tracking System; em português, Sistema de Rastreamento de Candidatos), que selecionam quem combina mais com a vaga a partir de palavras-chave.

O que é importante saber sobre os testes?

Eles são usados para validar os pré-requisitos dos candidatos e entender o perfil deles. “Eles avaliam se há um match com a cultura da empresa, se [o indivíduo] tem um perfil analítico orientado para resolução de problemas, se é uma pessoa que toma boas decisões”, exemplifica Luvizotto.

É importante responder às perguntas com sinceridade e calma. Escolha um lugar silencioso para acessá-los, e separe um período do dia para realizá-los. Existem alguns sites que tem modelos de testes, como esse aqui, caso queira treinar antes.

E o currículo?

Ele deve ser adaptado para os sistemas automatizados e para o processo seletivo em questão. O ideal é que contenha o máximo de palavras-chave possível: habilidades, competências e experiências compatíveis com o que a empresa busca.

  • Como já falamos, antes da inscrição, você faz uma pesquisa para descobrir o tipo de candidato que o programa procura.

Na hora de estruturar o CV, evite caracteres especiais e muitos elementos gráficos. “Sempre anexe o currículo no formato padrão, no Word, sem cor e sem foto”, pontua Carvalho. A tecnologia ATS não consegue ler documentos com duas colunas, imagens e elementos gráficos.

Tem vídeo? Alguns processos seletivos exigem que você responda a perguntas ou faça uma apresentação em vídeo.

Pense em um roteiro para estruturar os principais pontos a serem destacados, indica Luvizotto. Mas cuidado: evite ler o que anotou, pois a gravação pode ficar robótica. Faça uma lista com as palavras-chave e deixe ao lado da câmera para consultar, caso ache necessário.

E qual roupa utilizar no vídeo? Depende do perfil da empresa. Se for uma companhia mais despojada, ternos, gravatas e camisas muito formais podem ser dispensadas.

Etapa 2: dinâmicas

Essa fase pode ser composta por resoluções de casos e/ou interações em grupo. O mais importante para saber é que essas dinâmicas são simulações do dia a dia de trabalho.

“As empresas não estão apenas avaliando quem ‘fala mais’ ou tem a resposta certa, mas sim competências como trabalho em equipe, liderança, proatividade, comunicação e capacidade de resolver problemas sob pressão”, exemplifica Carvalho.

Por isso, observe e participe de forma equilibrada: contribua com ideias, escute os outros e conecte soluções de maneira colaborativa.

Para se preparar, você pode treinar com colegas ou mentores, para ganhar confiança e desenvolver argumentos claros sem dominar a conversa.

Se possível, consulte relatórios de trainees antigos, cases divulgados ou vídeos de processos passados para entender o que a empresa valoriza. “O foco deve ser desenvolver competências e postura, não apenas ‘decorar respostas’”, diz Carvalho.

Etapa 3: entrevistas

Podem ser conduzidas pelo RH, por alguma equipe da empresa ou até pelo alto escalão da companhia.

Preste atenção em dois pontos: sua motivação precisa ser algo além do óbvio (o salário é bom, mas por que mais você quer entrar naquela empresa?) e suas respostas precisam ser personalizadas para aquele processo seletivo.

Antes da entrevista Você pode conversar com amigos, familiares ou mentores sobre possíveis perguntas para treinar suas respostas e sua autoconfiança. Entrar em contato com pessoas que participaram de trainees pode ser uma forma de entender como as perguntas são feitas.

Na hora da entrevista… Uma maneira de estruturar suas falas é usando o método STAR: situação, tarefa, ação e resultado. Ao invés de apenas citar suas experiências profissionais, você explica brevemente como foram suas atuações anteriores, quais demandas você tocava no dia a dia, como elas eram realizadas e quais resultados você trouxe para a equipe ou aquela companhia.

Só citar suas qualidades não é uma boa forma de chamar a atenção; é preciso lembrar que aquelas pessoas não te conhecem.

  • Ao invés de apenas dizer que você é “uma pessoa comunicativa”, é mais interessante explicar, na prática, como aquela habilidade te ajuda a atingir resultados.

Mais uma dica: Azevedo conta que, no processo seletivo da Nestlé, a empresa busca conhecer quem são os candidatos e quais histórias de vida essas pessoas têm.


Fique de olho

Veja indicações de programas de trainee abertos

Yduqs – Exclusivo para pessoas negras

Inscrição:
até 31/08

↳ Clique aqui para mais informações

Santander

inscrição:
até 01º/09

salário: até R$ 9.200 + benefícios

↳ Clique aqui para mais informações

Itaú Unibanco

inscrição: até 01º/09

salário: R$ 9.350,00 + participação nos lucros e resultados + benefícios

↳ Clique aqui para mais informações


Por dentro das corporações | Farmácia e cosméticos

Toda semana, duas grandes empresas de diferentes ramos contam o que elas querem ver em futuros funcionários

Sanofi

Raio-x: a Sanofi é uma biofarmacêutica responsável por desenvolver medicamentos e vacinas e que atua no Brasil há mais de 100 anos.

Pedro Pittella, Diretor de Pessoas & Cultura da Sanofi Brasil, responde o que a empresa procura nos funcionários:

Pré-requisito: ter formação é importante para 85% das posições que abrem no mercado de trabalho. As áreas mais buscadas são: Farmácia, Química, Engenharia Química, Biotecnologia, Engenharia, Marketing, Relações Internacionais e Administração de Empresas.

Hard skills mais valorizadas: habilidades em inteligência artificial e metodologias ágeis.

Soft skills mais valorizadas: pessoas que sabem liderar de forma colaborativa e ousadia.

O candidato ideal precisa: estar pronto para crescer junto com a ciência da empresa. Eles buscam pessoas curiosas, ousadas e colaborativas, que queiram ir além, desafiar o convencional e construir soluções inteligentes que impactem positivamente as comunidades que atendem.

É preciso saber que a empresa: valoriza a inclusão e o pertencimento como pilares essenciais para o desempenho e a inovação. Acredita que todas as pessoas devem se sentir vistas, seguras e relevantes, e promove ações concretas para garantir que as vozes sejam ouvidas, as diferenças respeitadas e o apoio esteja sempre presente.

Natura

Raio-x: fundada em 1969, a Natura é uma multinacional brasileira líder em beleza e cuidados pessoais na América Latina. É a companhia de melhor reputação do Brasil e a mais responsável em ESG pelo ranking Merco há 11 anos consecutivos.

Patrícia Bobbato, líder de Cultura, Desenvolvimento, Diversidade e Bem-Estar na Natura, explica qual o perfil de trabalhador procurado pela empresa:

Pré-requisito: depende da posição. Em vagas mais sêniores, como posições acima do nível de coordenação, é possível que habilidades mais específicas sejam desejadas (como o domínio da língua espanhola, por exemplo, já que tem operações em diversos países da América Latina).

Hard skills mais valorizadas: capacidade analítica e de planejamento.

Soft skills mais valorizadas: colaboração com responsabilidade individual e curiosidade com abertura ao novo.

O candidato ideal precisa ser: engajado com os valores e essência da empresa, (como com o cuidado com as relações, o foco no bem-estar-bem e na regeneração) e disposto a atuar de forma transformadora nos negócios e na sociedade.

É preciso saber que a empresa: acredita que a longevidade do negócio está diretamente ligada à capacidade de contribuir para a evolução da sociedade, com relações genuínas e de qualidade e atuação colaborativa com responsabilização individual, essencial para alcançarem resultados integrados (econômicos, sociais, ambientais e humanos).



Fonte.:Folha de S.Paulo

Leia mais

Rolar para cima