
Cerca de três mil pessoas ocuparam as ruas de Belém (PA), nesta terça-feira (11), com a Marcha Global Saúde e Clima, uma iniciativa internacional para denunciar os impactos da crise climática na saúde humana. A manifestação, ocorrida no segundo dia de COP30, reuniu médicos, enfermeiros, estudantes, lideranças indígenas e representantes de movimentos sociais.
Realizada pelo Movimento Médicos pelo Clima, do Instituto Ar, em parceria com a Rede de Trabalho Amazônico (GTA), o movimento englobou entidades nacionais e internacionais como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Conselho Regional de Enfermagem do Pará, a organização Médicos Sem Fronteiras e o International Pesticide Standard Alliance (IPSA).
Com carro de som, faixas e discursos de lideranças, a marcha saiu da Embaixada dos Povos, na avenida Duque de Caxias, e percorreu cerca de 1,5 quilômetro até as imediações da Zona Azul da COP30, área onde ocorrem as negociações oficiais da Cúpula de Líderes. Lá, a marcha foi encerrada.
Também estiveram presentes autoridades como Adriano Massuda, secretário-executivo do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena da pasta e Mário Moreira, presidente da Fiocruz, além de representantes da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA).
“Saúde e clima são temas intrínsecos. Quando falamos de crise climática, estamos falando de nutrição, de doenças agravadas pelo clima, de destruição ambiental e tudo isso impacta diretamente a saúde das pessoas”, destacou, em nota, o secretário adjunto da SESPA Edney Pereira, que esteve na manifestação.
Para ter ideia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2030 e 2050 a crise climática será responsável por 250 mil mortes adicionais por ano, em decorrência de desnutrição, malária, diarreia e estresse térmico. “Estar aqui é estar ao lado de quem tem sofrido todos os danos dos desastres socioambientais”, defendeu a médica Isadora Viana Fernandes, do Movimento Médicos pelo Clima.
+Leia também: Apocalípticos ou integrados? O que fazer diante da crise climática?
Após marcha, protesto invade Zona Azul da COP30
À noite, parte dos manifestantes que participavam da caminhada pela saúde avançou até a entrada da Zona Azul, área restrita às autoridades. O grupo carregava bandeiras contra a exploração de petróleo e pedia, com cantos e gritos, a taxação de bilionários. A ação terminou em confronto com seguranças e na expulsão dos manifestantes.
Vídeos de pessoas que registraram o tumulto mostram manifestantes invadindo a área destinada à revista de segurança, onde ficam instaladas as máquinas de raio-x.
Em nota, os organizadores da Marcha Global de Saúde e Clima afirmaram não ter relação com o episódio, ocorrido após o encerramento do ato, e destacaram que a manifestação que promoveram foi pacífica, pública e previamente comunicada às autoridades.
Segundo eles, o grupo envolvido “não fazia parte da organização ou da articulação oficial do ato, tendo participado de forma independente”.
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Fonte.:Saúde Abril


