O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou neste sábado (20) a Venezuela com consequências incalculáveis se o regime comandado por Nicolás Maduro não aceitar de volta “todos os prisioneiros e pessoas de instituições mentais”, numa provável referência a migrantes.
“Queremos que a Venezuela aceite imediatamente todos os prisioneiros e pessoas de instituições mentais, incluindo os piores manicômios do mundo, que a ‘liderança’ venezuelana forçou a entrar nos EUA”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social. “TIRE-OS DO NOSSO PAÍS AGORA MESMO”, acrescentou, com as habituais letras maiúsculas.
A declaração foi feita em um contexto de aumento das tensões entre os países. Na véspera, o regime venezuelano acusou Washington de travar uma “guerra não declarada” no Caribe e pediu à ONU uma investigação sobre ataques a embarcações que, segundo os EUA, transportavam drogas. As ações deixaram pelo menos 14 mortos nas últimas semanas.
Os incidentes acontecem durante uma ampla operação militar americana na região, descrita por Washington como uma ação antidrogas. O dispositivo inclui o envio de navios de guerra para a costa da Venezuela e de caças F-35 para Porto Rico, configurando a maior mobilização militar dos EUA no Caribe em décadas.
O reforço militar aumentou os temores de que as tensões possam aumentar para um ataque contra território venezuelano. Até o momento, Washington não apresentou provas que sustentem suas afirmações de que as embarcações destruídas transportavam drogas.
Na quarta-feira (17), a Venezuela iniciou exercícios militares em La Orchila, a cerca de 65 quilômetros da costa venezuelana, e próximo ao local onde os Estados Unidos interceptaram uma embarcação pesqueira por oito horas no último fim de semana.
Os exercícios respondem ao envio aos EUA, que acusam o ditador Nicolás Maduro de liderar um cartel de narcotraficantes e oferecem US$ 50 milhões (R$ 273 milhões) por sua captura.
Fonte.:Folha de S.Paulo