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- Author, Ana Faguy
- Role, BBC News, Washington
O futuro do apoio americano à Ucrânia deu mais um passo rumo ao cenário de dúvidas nesta quarta-feira (05/03), com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Mike Waltz, confirmando que o país suspendeu o compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia.
“Nós demos um passo para trás”, disse Waltz a jornalistas.
Ele acrescentou que o governo de Donald Trump está suspendendo e revisando “todos os aspectos desse relacionamento [entre EUA e Ucrânia]”.
Ainda não está claro se a pausa no compartilhamento de inteligência é parcial ou total, nem por quanto tempo durará.
O diretor da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), John Ratcliffe, também pareceu confirmar a decisão sobre informações de inteligência em uma entrevista à Fox Business nesta quarta-feira.
Ele disse que Trump “tinha dúvidas reais se o presidente [da Ucrânia] Zelensky está comprometido com o processo de paz.
O presidente americano teria dito, segundo o relato de Ratcliffe: “Vamos fazer uma pausa, quero dar a vocês a chance de pensar sobre isso”.

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Waltz também sugeriu que um tom mais conciliatório está surgindo entre os EUA e a Ucrânia, acrescentando que a pausa na ajuda militar e na inteligência dos EUA pode ser suspensa em um futuro próximo.
O conselheiro afirmou à Fox que teve “boas conversas” com os ucranianos sobre o local e o conteúdo de possíveis negociações e acrescentou que haverá movimentações nesse sentido em “muito pouco tempo”.
Acredita-se que informações de inteligência antes transmitidas pelos EUA ajudassem a Ucrânia a entender estrategicamente os próximos movimentos de Moscou — e também taticamente, por exemplo, com informações sobre o posicionamento das tropas e armas russas.
Mick Mulroy, ex-subsecretário assistente de defesa e oficial paramilitar aposentado da CIA, disse à BBC que cortar a inteligência para a Ucrânia teria um impacto “imediato” em sua capacidade de defesa.
“Não há como substituir as capacidades de inteligência que os EUA podem fornecer”, disse Mulroy.
“Isso provavelmente estimulará a Rússia a pressionar mais fortemente para tomar mais terreno da Ucrânia e [ficar] longe da mesa de negociações.”
Macron sinaliza possível afastamento dos EUA

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Em pronunciamento na TV nesta quarta, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que seu país deve estar preparado para seguir em frente sem a ajuda dos EUA.
“Quero acreditar que os EUA ficarão ao nosso lado, mas devemos estar prontos se não for o caso”, disse Macron.
Afirmando que a Europa está em uma “nova era”, Macron pediu que o continente aumente seus gastos com defesa.
Ele também disse que a França, junto com a Ucrânia e outros países, prepararam um plano de paz duradouro.
Reportagem adicional de Bernd Debusmann Jr, na Casa Branca
Fonte.:BBC NEWS BRASIL