A Ucrânia afirmou nesta sexta-feira (18) que recebeu os corpos de 909 de soldados mortos em combate contra a Rússia, na segunda repatriação desse tipo em três semanas.
O intercâmbio de corpos de militares e prisioneiros de guerra é uma das poucas áreas de cooperação entre Moscou e Kiev desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
“Como resultado dos esforços de repatriação, os corpos de 909 defensores ucranianos foram devolvidos à Ucrânia”, disse mensagem do Quartel-General de Coordenação para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra nas redes sociais.
A Rússia não costuma fornecer informação sobre o assunto ou sobre o número de mortos na guerra.
No entanto, meios de comunicação russos afirmam que 41 soldados mortos foram devolvidos ao país, citando Shamsail Saraliev, um parlamentar que faz parte do comitê legislativo que atua na guerra.
Tanto Moscou quanto Kiev mantêm em sigilo suas perdas militares.
Em uma rara estimativa pública, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou em meados de fevereiro que mais de 46 mil de seus soldados haviam morrido e cerca de 380 mil haviam sido feridos.
A Rússia não divulga o número de militares mortos na Ucrânia desde o segundo semestre de 2022, quando declarou que pouco menos de 6.000 soldados haviam morrido.
O site independente Mediazona e o serviço russo da BBC afirmam que identificaram até agora cerca de 100 mil soldados russos mortos com base em dados abertos.
Lá Fora
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O secretário de Estado americano, Marco Rubio, declarou nesta sexta-feira (18) que o governo de Donald Trump pode abandonar as negociações de paz na Ucrânia se não houver progresso significativo nos próximos dias.
Rubio fez a declaração a jornalistas em Paris pouco antes de embarcar de volta para Washington. Na quinta-feira (17), na capital francesa, ele havia se reunido com Emmanuel Macron e representantes de Reino Unido e Alemanha para discutir o plano americano para suspender a guerra, iniciada há pouco mais de três anos por Vladimir Putin.
A interlocução com as três maiores potências europeias encerra semanas de diálogos difíceis sobre a guerra. A perspectiva de os EUA forçarem um acordo de paz muito favorável a Putin era vista com preocupação pela União Europeia, que anunciou medidas para aumentar os investimentos em defesa do bloco.
Ao mesmo tempo, Trump afirmou nesta quinta (17) que vai assinar na semana que vem um acordo sobre a exploração de minerais com a Ucrânia como parte de um esforço para acabar com a guerra entre o país e a Rússia. Segundo Kiev, os países assinaram um memorando de intenção para avançar com as tratativas.
Trump disse querer que a Ucrânia forneça aos EUA minerais raros como forma de pagamento pelo apoio financeiro durante a guerra iniciada em fevereiro de 2022.
Fonte.:Folha de S.Paulo