Celebrar o pai é um gesto antigo, muito mais antigo do que muitas vezes se imagina.
Antes mesmo da criação da data no calendário oficial, a figura paterna já ocupava lugar de reverência em várias culturas.
Na Roma Antiga, por exemplo, havia o Parentalia, um festival em fevereiro para honrar os antepassados — especialmente os pais e avôs falecidos.
Na China, os rituais confucionistas de respeito aos mais velhos sempre colocaram o pai no centro da estrutura familiar.
E no Ocidente cristão, desde a Idade Média, o dia 19 de março é dedicado a São José, pai adotivo de Jesus — data que até hoje marca o Dia dos Pais em países como Itália, Espanha e Portugal.
Foi só em 1910, nos Estados Unidos, que a celebração tomou a forma que conhecemos.
A iniciativa partiu de Sonora Smart Dodd, filha de um viúvo veterano da Guerra Civil que criou sozinho seis filhos após a morte da esposa.
Inspirada pelo recém-instituído Dia das Mães, ela quis homenagear também os pais.
A ideia ganhou força aos poucos e só se tornou data oficial entre os estadunidenses em 1972.
Hoje, o terceiro domingo de junho é o Dia dos Pais em diversos países. No Brasil, a história tem outro sotaque.
A data foi implantada em 1953 pelo publicitário Sylvio Bhering, então diretor do jornal O Globo.
A primeira comemoração ocorreu em 14 de agosto, Dia de São Joaquim, pai de Maria e avô de Jesus.
Pouco depois, a celebração foi movida para o segundo domingo de agosto, privilegiando o encontro em família e estimulando o comércio.
E funcionou.
Desde então, o Dia dos Pais entrou no calendário afetivo dos brasileiros — como um almoço de mesa cheia e uma boa taça.
É aí que o vinho entra.
Brindar com o pai, na data, não é apenas um gesto elegante — é um rito.
O vinho, como o vínculo entre pais e filhos, não se apressa. Ele amadurece, guarda histórias.
Escolher um vinho para esse dia não é sobre impressionar o convidado.
É sobre conhecer seu pai. Seu gosto, seu estilo, sua essência.
Há rótulos clássicos, modernos, ousados, suaves, intensos — como os homenageados.
Neste Dia dos Pais, sirva mais do que vinho. Sirva o desejo de estar junto com ele.
Porque há gestos que, quando repetidos, ano após ano, viram herança afetiva.
E há taças que, ao serem erguidas, dizem tudo o que as palavras não conseguem.

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Publicado em VEJA São Paulo de 1º de agosto de 2025, edição nº 2955.
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Fonte.: Veja SP Abril