Ando obcecada por Dua Lipa. Calma, esta não é uma coluna sobre música. Minha obsessão tem a ver com o fato de que a cantora inglesa —postulante a rainha do pop dos anos 2020— ama os vinhos e a boa mesa. E, como ela estará em São Paulo para um show neste sábado (15), entrei numas com a ideia de tomar uma tacinha com ela e perguntar o que achou do vinho brasileiro que acabou de provar.
Não tenho dúvidas de que Lipa vai desbravar alguns rótulos nacionais e aposto, com base em uma breve investigação, que gosta das bebidas mais festivas, leves, frescas. Isso justifica meu interesse: é um gosto muito conectado com o que os bebedores de hoje querem, de olho no que é autêntico e local. Quando fez show em Barcelona, visitou produtores catalães e provou vinho de tanques e barricas. É comum que seja vista com garrafas na mão, algumas vezes bebendo no gargalo, outras segurando taças com um sorriso no rosto.
Seu estilo de vida “sempre de férias” é célebre entre os fãs. Ela parece usar o tempo entre shows para curtir com os amigos. É sempre mais festa que descanso.
Está claro que segue a linha de trabalhar duro, farrear idem. Como pude deduzir pela porcelana em fotos tiradas em Buenos Aires no começo desta semana, esteve no El Preferido de Palermo, restaurante-irmão e bem mais descontraído que o Don Julio, o número 1 da América Latina. Lá pediu pratinhos para compartilhar e se esbaldou na degustação de sorvetes do chef Guido Tassi. Essas imagens me levaram à corrente obsessão: onde Dua Lipa comerá no Brasil? O que beberá?
Acionei os meus contatos. De repente, eram dezenas de diálogos sobre vinhos e Dua Lipa com assessores de imprensa, relações públicas e sommeliers. Alguns não entenderam muito bem o que eu queria. Outros acharam que eu tentava montar uma mesa com ela. O terceiro grupo apenas me ignorou (e não o julgo).
Não deu para o meu networking. Resolvi mudar de estratégia: montei uma lista de vinhos brasileiros que talvez Dua Lipa gostasse de provar. Se alguém estiver com ela, por favor, passe o recado.
Para começar, o pét-nat da Vivente, feito com chardonnay e glera (R$ 230 na Glouglou), e o Sacramentos Il Dolce Far Niente Pét-nat Chenin Blanc (R$ 139 na World Wine), cujo nome é perfeito para esse clima de férias sem fim. Os dois são sequinhos, leves e combinam com roupa de banho.
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Já para o esquenta de uma baladinha, outras duas borbulhas, o laranja diferentão Vita Eterna Orange de Noir (R$ 219 na loja da vinícola) e o sequíssimo Cave Geisse Nature (R$ 165 na loja da vinícola), que tem a complexidade de 24 meses com as lias.
Se o clima for para tintos, o levíssimo gamay Monte Astral Berkana 2024 (R$ 199 na Barbagianni) ou o Monte Astral Alquimia Noir 2022 (R$ 214, idem), um pinot noir mais carnudo, vão fazer bonito.
Na hora do jantar, para ter mais assunto, é a hora de apresentar os vinhos de poda invertida, o chiquérrimo sauvignon blanc Casa Tés Grama Branco (R$ 250, por alocação) ou o Uvva Cordel (R$ 215 na loja da vinícola), feito na Bahia.
Se ela nem souber o que vai comer, o Viapiana Exóticos Laranja 2023 (R$ 199 na loja da vinícola), que é intenso e muito versátil, vai com tudo. E, claro, se alguém descolar um Vinhas do Tempo Chardonnay 2022, que está meio esgotado (mas alguém deve ter), tenho certeza de que faria uma bela impressão.
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Fonte.:Folha de São Paulo


