(FOLHAPRESS) – O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi expulso do União Brasil nesta segunda-feira (8) após descumprir a ordem do partido para que os filiados deixassem o governo Lula (PT).
O desembarque da sigla foi decidido em setembro deste ano e mirou principalmente Sabino, já que preservou os indicados do partido que não têm mandato, como dirigentes de estatais e outros ministros.
A expulsão ocorre após uma sequência de ameaças de saída do paraense da sigla, que chegou a entregar uma carta de demissão ao presidente da República, mas depois mudou de ideia e ficou no cargo.
No final de novembro, o Conselho de Ética do União Brasil decidiu recomendar a expulsão do ministro e dissolver o diretório do Pará, do qual Sabino era presidente, além de nomear uma comissão provisória no lugar. A reunião para oficializar a expulsão foi realizada nesta terça pela cúpula da sigla, por volta das 15h.
A tensão entre Sabino e o partido começou após reportagem do ICL (Instituto Conhecimento Liberta) e UOL revelar acusações feitas por um piloto de que o presidente do partido, Antonio Rueda, seria dono de aviões operados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), ao que Rueda negou a acusação à época.
Diante disso, integrantes do partido viram influência do Palácio do Planalto na reportagem, uma vez que um de seus autores tinha também um programa na TV Brasil. A partir daí, o União Brasil orientou que seus filiados que tivessem cargos no governo Lula deixassem as posições.
Celso Sabino, no entanto, articulou sua permanência na gestão, principalmente pela expectativa de sua participação na execução da COP30 (Conferência Climática da ONU), que estava prestes a ocorrer no Pará, seu estado. Ele é deputado federal licenciado e o evento era um de seus principais palanques.
Apesar da negociação, o partido determinou que Sabino deveria abandonar o cargo ou seria expulso da sigla.
A relação de Rueda com o governo federal já vinha estremecida antes da reportagem do ICL. O dirigente partidário reclamava a aliados pelo fato de nunca ter sido recebido por Lula. A primeira reunião ocorreu em julho, um dia após o Congresso derrubar um decreto do governo com mudanças no IOF (Imposto sobre Circulação), e foi descrita por integrantes do União Brasil como “péssima”.
De lá para cá, o presidente da República se queixou de declarações públicas de Rueda com críticas ao governo federal. O dirigente do partido é presidente da federação com o PP e tem se posicionado na oposição à gestão petista e em apoio a uma candidatura da centro-direita em 2026.
Em agosto, em reunião ministerial, Lula cobrou fidelidade dos ministros do centrão e citou nominalmente Rueda, afirmando que não gostava dele e sabia que a recíproca era verdadeira.
Na época do começo dos atritos entre Rueda e Lula, a principal ponte entre o presidente da República e o partido era o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). No entanto, hoje o relacionamento com o chefe da Casa também está abalado, após Lula ter indicado Jorge Messias ao STF (Supremo Tribunal Federal) ao invés de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), preferência de Alcolumbre.
Desde então, o presidente do Senado reagiu incluindo na agenda do Congresso uma pauta considerada bomba para o orçamento do governo, além de desencadear uma nova leva de críticas entre Legislativo e Executivo.

O senador declarou que a escolha pelo seu nome como pré-candidato é “muito consciente” e “não tem volta”, diante do cenário atual, com o pai preso e inelegível. “A minha pré-candidatura à Presidência da República é muito consciente”, afirmou
Estadao Conteudo | 14:00 – 08/12/2025
Fonte. Noticias ao minuto


