9:39 AM
5 de outubro de 2025

Unicamp rompe acordo com instituto de Israel‎

Unicamp rompe acordo com instituto de Israel‎

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A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) rompeu um acordo de cooperação com o Instituto Tecnológico Technion, de Israel, em protesto ao “genocídio na Faixa de Gaza”. A rescisão unilateral foi anunciada pelo reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner, durante a sessão do do Conselho Universitário (Consu) desta terça-feira (30).

Na decisão, Montagner argumentou que a situação em Gaza “se deteriorou de tal forma que as violações aos direitos humanos e à dignidade da população palestina se transformaram em uma constante inaceitável”. O acordo estava em vigor desde 2023 e previa a cooperação em projetos científicos e intercâmbio de estudantes, de professores e de cientistas.

“A Unicamp já se posicionou contra essa situação em duas oportunidades e reafirma o seu posicionamento contrário ao genocídio da população palestina, que fere todos os princípios e valores de nossa universidade”, disse o reitor.

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Em nota, a universidade afirmou que o convênio com o Technion tinha como objetivo “fomentar a cooperação acadêmica por meio de projetos de pesquisa em comum e/ou intercâmbio de docentes/pesquisadores, estudantes de pós-graduação e graduação, com reconhecimento dos créditos dos cursos pré-aprovados obtidos na Universidade parceira”.

O Technion foi fundado em 1924 e se apresenta como “uma das principais universidades do mundo na formação de cientistas e engenheiros”. A instituiçãoisralenese destaca em seu site oficial que já concedeu “aproximadamente 92,5 mil títulos de bacharel em Engenharia, Ciências, Arquitetura e Educação”.

A Unicamp afirmou que estudantes protestaram e apresentaram uma moção pelo fim do acordo com o instituto israelense durante todo o dia, mas o documento não chegou a ser votado devido ao anúncio de rompimento feito pelo reitor.

Conflito em Gaza

O conflito teve início em 7 de outubro de 2023 após um ataque terrorista do Hamas contra Israel. Dos 251 reféns levados pelo grupo, 48 estão em Gaza, 20 deles ainda estariam vivos. Nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou uma proposta de 20 pontos para encerrar o conflito, que inclui um cessar-fogo imediato, a retirada gradual das tropas israelenses, a liberação de todos os reféns do Hamas em troca de presos palestinos e a entrada de ajuda humanitária no enclave.

Desde o início da ofensiva até o último dia 28, pelo menos 66 mil palestinos foram mortos e mais de 168 mil foram feridos por ataques das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas no enclave. O ministério destacou que esses números não refletem os milhares de corpos ainda sob os escombros ou em locais de difícil acesso para as equipes de resgate.

O governo brasileiro classifica aderiu a ação movida pela África do Sul que acusa Israel de “genocídio” na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas (ONU). Ao anunciar a participação no processo, o Itamaraty apontou que Israel promove a “utilização despudorada da fome como arma de guerra” e o “massacres de civis, a maior parte dos quais mulheres e crianças, que se tornaram cotidianos durante a entrega de ajuda humanitária em Gaza”.

Na abertura da Assembleia-Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo, mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza”. “Esse massacre não aconteceria sem a cumplicidade dos que poderiam evitá-lo. Em Gaza, a fome é usada como arma de guerra. O deslocamento forçado de populações é praticado impunemente”, disse o presidente no último dia 23. (Com Agência EFE)



Fonte. Gazeta do Povo

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