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Introdução
A crendice de que usar verde no Natal pode anunciar uma gravidez ganhou força nas redes sociais. Mas, passadas as festas, será que vem bebê aí? Para saber isso, só com ciência. Nesta reportagem, explicamos o que acontece no corpo desde a fecundação, quando os testes passam a detectar a gravidez e quais sinais podem surgir ainda nas semanas seguintes ao Natal.
- A crença de que usar verde no Natal pode anunciar uma gravidez se espalhou nas redes;
- Passadas as festas, a dúvida surge: será que o corpo já dá sinais de uma gestação em curso?;
- Os primeiros sintomas podem se confundir com a TPM, mas incluem inchaço e dores nas mamas, cansaço, náuseas e mudanças de humor;
- Exames de sangue detectam a gestação mais cedo do que os testes de urina, que costumam funcionar melhor após o atraso menstrual;
- Diante de um teste positivo, iniciar o pré-natal o quanto antes é essencial para acompanhar a saúde da mãe e do bebê.
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Resumo gerado por ferramenta de IA treinada pela redação da Editora Abril.
Em todo fim de ano brilham simpatias e crenças populares. E nisso as cores têm protagonismo. No réveillon, dizem que vestir branco atrai paz, amarelo enche os cofres e o vermelho é para novos amores. Mas você já ouviu falar que mulheres que usam roupa verde no Natal engravidam no ano seguinte?
A superstição é recente. Ela ganhou força nas redes sociais após uma sequência de relatos de famosas que apareceram de verde na data e, meses depois, anunciaram uma gravidez. Na lista de gestantes “pós-verde” estão figuras como a ex-BBB Viih Tube e as influenciadoras Virginia e Nathália Valente.
Portanto, se você apostou na cor com intenção de aumentar a família em 2026 – ou caiu nessa de paraquedas e agora está temerosa –, confira os sinais que podem, realmente, indicar uma gravidez mesmo pouco tempo depois das festas.
Quais são os primeiros sinais de gravidez?
Os sinais iniciais de uma possível gestação são muito parecidos com os da tensão pré-menstrual (TPM). Ainda nas duas primeiras semanas é possível ter sintomas como constipação intestinal, náuseas, sonolência, cansaço, tontura, azia e, principalmente, a sensação das mamas doloridas ou inchadas.
“Assim, os primeiros sintomas são facilmente confundíveis entre uma coisa e outra”, comenta a médica Karina Belickas, ginecologista do Hospital Hospital e Maternidade Santa Joana.
Já por volta da terceira ou quarta semana, essa mudança nas mamas, somada a um atraso menstrual, costuma gerar a suspeita e levar muitas mulheres a procurar um teste de gravidez.
Entre as semanas 5 e 12, os sintomas ficam mais evidentes. O enjoo começa a aparecer mais e aquilo que antes poderia ser confundido com a menstruação passa a ter mais “cara” de gestação.
Além disso, da sexta até a oitava semana, tendem a se firmar os sinais mais clássicos da gravidez: náuseas, vontade frequente de urinar, inchaço, dores de cabeça, os famosos “desejos” alimentares e um olfato mais sensível.
+Leia também: Desde as primeiras semanas: quais são os sintomas de gravidez?
Por que os sintomas acontecem
A maior responsável por esse combo de sintomas é a progesterona, um hormônio que atua tanto na gravidez, quanto no ciclo menstrual.
Produzida nos ovários pelo corpo lúteo — um conjunto de células que se forma após a ovulação —, a progesterona prepara o útero para uma possível gestação. Ela age especialmente no endométrio, o revestimento interno do útero, deixando-o mais espesso e irrigado, pronto para receber um embrião.
Quando a gravidez se confirma, a placenta também passa a produzir progesterona, aumentando ainda mais sua concentração no organismo. Com esse reforço hormonal, o fluxo de sangue no útero cresce, as mamas começam a se preparar para a produção de leite e as contrações uterinas diminuem.
“Por conta do aumento de retenção de líquido causada pelo aumento da progesterona, as mamas acabam ficando mais volumosas, mais desconfortáveis e doloridas”, explica Karina.
Quem também entra em cena no início da gestação é o HCG, conhecido como hormônio da gravidez. É ele quem interfere no funcionamento do sistema digestivo, deixando o intestino mais lento. Por isso, surgem sintomas como náuseas, vômitos e constipação.
Além disso, com a gravidez, os vasos sanguíneos ficam mais dilatados. Nesse cenário, a pressão arterial pode cair, provocando o mal-estar, tonturas e até desmaios.
Essa vasodilatação também exige mais do coração. “Então, você tem a sensação da frequência cardíaca aumentar mais rápido com menos esforços”, comenta a ginecologista.
Quando as mudanças começam?
Do ponto de vista biológico, as transformações causadas pela gestação começam muito cedo, antes mesmo de qualquer teste positivo. Segundo Karina, já no momento da fecundação (quando o espermatozoide encontra o óvulo) o organismo entra em modo de preparação para sustentar uma futura gravidez.
“Nesse momento, o corpo já está produzindo uma quantidade de progesterona para garantir que o embrião consiga fazer a nidação no endométrio”, diz.
A nidação é o momento em que o embrião se fixa na parede do útero e ocorre, geralmente, de sete a 12 dias após o óvulo ser fecundado. A partir daí, a engrenagem hormonal entra em ritmo acelerado.
Muitas mulheres já podem começar a ter os sintomas logo após a nidação. Ou seja, é possível descobrir ou desconfiar da gravidez mesmo antes do atraso menstrual.
Mas não há regra. Isso depende da sensibilidade individual aos hormônios e da velocidade com que eles se elevam no organismo.
Existe, porém, um outro período de destaque, quando os níveis hormonais costumam atingir seu auge. Daí, fica mais fácil de perceber que tem um bebê a caminho. “O pico hormonal ocorre entre seis e oito semanas”, explica Karina. É nessa fase em que os sintomas tendem a ficar mais evidentes.
Tive um sangramento. Ainda assim posso estar grávida?
Sim. Nem todo sangramento é menstruação. Um outro sintoma comum nas primeiras semanas de gestação é o chamado sangramento de nidação.
Após a nidação – que, lembra, acontece entre sete e 12 dias depois da fecundação –, pode haver um pequeno sangramento, semelhante ao dos primeiros dias de menstruação. Ele acontece devido ao rompimento de pequenos vasos sanguíneos no endométrio quando o óvulo fertilizado se implanta.
A diferença principal entre o sangramento de nidação e o da menstruação é que o primeiro costuma ser leve e estanca sozinho. “Algumas mulheres falam: ‘eu tive uma pontinha de menstruação e depois não veio mais. Achei que esse ciclo foi um pouco diferente’”, exemplifica Karina. Então, também vale prestar atenção a esse sinal para não se confundir.
E quanto aos exames? Quando a gravidez já pode ser detectada?
O primeiro sinal “mensurável” da gestação é a presença do hormônio HCG, já que ele só é produzido no corpo durante a gestação. Essa molécula pode ser detectada em amostras de urina, como é feito nos testes de farmácia, ou por exame de sangue, que é bem mais preciso.
Na análise sanguínea, o hCG pode ser identificado mesmo em concentrações muito baixas. Assim, com cerca de seis dias após a fecundação há a possibilidade de chegar a um resultado. Ainda assim, o ideal é realizar o exame somente após o atraso da menstruação, evitando o risco de falsos negativos.
Já os testes de urina exigem uma concentração mais alta do hormônio para conseguir notá-lo. “Eles normalmente precisam de pelo menos cinco vezes o valor mínimo do exame de sangue para ser detectado”, explica Karina.
Portanto, eles precisam de mais tempo, mas, ainda assim, a maioria dos testes é capaz de detectar a gravidez a partir do primeiro dia de atraso da menstruação.
Há, ainda, exceções. Os chamados early tests, disponíveis no mercado, são mais sensíveis e conseguem identificar o HCG no xixi mais cedo, embora custem mais caro.
Do Natal ao “pré-natal”
Se, depois de um Natal vestindo verde, a superstição se confirmar em um teste positivo, o passo seguinte é buscar o sinal verde da saúde. Em caso de confirmação de gravidez, o recomendado é iniciar o acompanhamento médico pré-natal – relativo ao nascimento/natalício – o quanto antes.
Ele funciona como uma espécie de check-up contínuo, que ajuda a garantir que a gestante esteja se adaptando bem às mudanças em seu organismo e que o bebê esteja se desenvolvendo como esperado.
Em cada consulta, o profissional avalia uma série de indicadores importantes. Entram nessa lista o peso e a pressão arterial da gestante, a presença de inchaço nas pernas e nos pés, a altura uterina (uma medida externa da barriga que ajuda a acompanhar o crescimento do bebê) e os batimentos cardíacos do feto.
Dessa forma, é garantida a saúde e segurança da mamãe e do neném.
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Fonte.:Saúde Abril


