A sessão desta terça-feira (14) da Câmara dos Vereadores de Franca foi tumultuada por estudantes de esquerda da Unesp. Tudo começou quando o vereador Leando Alves (PL), conhecido como Leandro O Patriota, apresentou uma moção de apoio ao professor Gabriel Cepaluni, que sofreu agressões de alunos no último dia 2 de setembro.
Quando o vereador começou a falar, militantes com camisetas vermelhas do PCdoB, imagem de Che Guevara e outros símbolos de movimentos socialistas começaram a gritar palavras de ordem e ofensas ao vereador. Leando O Patriota discursou defendendo que a violência nunca se justifica e perguntou aos alunos, que berravam e mostravam cartazes, onde estavam as provas que o professor teria cometido assédio moral e sexual contra estudantes.
“A Unesp tem câmeras internas. Cadê as imagens das agressões que o professor teria cometido? Cadê as provas?”, perguntou Leandro, mostrando o vídeo da violência sofrida pelo professor. “Sabe por que vocês fizeram aquilo com ele? Porque ele estava sozinho e vocês eram mais de 100. Nada justifica agressão, não tem argumentos que justifiquem agressão a professor”, continuou.
“Hoje aconteceu com um professor, por ser de direita, amanhã pode acontecer com um professor por ser de esquerda. A violência jamais pode ser admitida. O que essas pessoas fazem? Acusam quem elas não gostam de fascista para justificar a violência”, disse.
A moção foi aprovada por 10 dos 13 vereadores presentes. Votaram contra o apoio ao professor os vereadores Gilson Pelizado (PT), Marília Martins (PSOL) e Walker Isaac de Sousa (PL), conhecido como Walker Bombeiro da Libras (PL).
Agressão ao professor
Imagens de câmeras internas da Unesp registraram o momento em que dezenas de alunos agrediram o professor Gabriel Cepaluni. O professor fez boletim de ocorrência, apresentou laudos médicos e pedidos de providências à direção e à reitoria, como o afastamento por acidente de trabalho.
Depois de publicação de reportagem na Gazeta do Povo sobre o assunto, o Centro Acadêmico de Relações Públicas (Cari) da Unesp enviou um comunicado negando as agressões, dizendo que a manifestação contra o professor “ocorreu por meios pacíficos”. A entidade estudantil também registrou um boletim de ocorrência contra o professor após a confusão no campus no dia 2 de setembro, com acusações de “assédio moral, sexual e perseguição dentro e fora de sala de aula”. No texto à Gazeta do Povo, os alunos afirmam ainda que já haviam enviado à Unesp os documentos que provariam as acusações contra o professor e que não iriam compartilhar esse material com a imprensa.
Procurada, a Unesp disse que abriu um “procedimento de preliminar” onde estão “sendo apurados tanto relatos de estudantes que chegaram à direção no dia 1º de setembro como os acontecimentos ocorridos em 2 de setembro”. “É só uma apuração. No momento, contudo, não é possível entrar no mérito dos assuntos em análise, pois o procedimento de apuração preliminar está em andamento”, afirmou a instituição por e-mail.
Fonte. Gazeta do Povo