A vice-prefeita de Cuiabá, Coronel Vânia Rosa (Nova), defendeu na última sexta-feira (12) a necessidade de ampliar o diálogo da gestão municipal com os governos estadual e federal para garantir mais recursos ao município de Cuiabá.
Durante coletiva de imprensa, ela destacou que um de seus principais papéis será atuar como ponte entre os diferentes entes da administração pública. “Ninguém governa sozinho, o nosso prefeito também não. A gente está aqui pra somar, assim como as outras secretarias, cada uma no seu nicho. Enquanto vice, eu tenho que buscar mediar isso também”, declarou.
A fala ocorre em um momento de reestruturação da vice-prefeitura, após atritos recentes com o prefeito Abilio Brunini (PL). Segundo Vânia, ela não pretende ficar “avulsa” na administração e quer definir atribuições claras para o cargo.
Vânia ressaltou que a busca por recursos deve estar acima de divergências políticas, chegando a afirmar que está disposta a dialogar até com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso seja necessário. “As questões de ser contrário ou não não impedem a necessidade de estarmos vinculados ao governo federal e estadual. Essas tratativas têm que ser construídas, são pontes e caminhos que precisam acontecer. A gente tem que mediar, dosar”, completou.
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A postura contrasta com a de Brunini, que já declarou em diversas ocasiões ser contrário a qualquer parceria com o governo federal por rejeitar políticas do Partido dos Trabalhadores. O posicionamento da vice pode abrir espaço para novos atritos dentro da gestão.
Afastamento
A coronel estava afastada dos holofotes desde agosto, quando deixou o comando da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) após uma crise política que chegou às páginas policiais. Apesar do episódio, ela afirmou que mantém boa relação com o prefeito, que, segundo ela, tem recebido suas ideias de forma respeitosa.
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Antes de assumir a Semob, Vânia também passou pela pasta da Assistência Social, onde se dedicava exclusivamente às atribuições do cargo. Agora, passará a despachar diretamente do Palácio Alencastro e sinalizou uma reaproximação com Brunini. “A gente está reconstruindo. Voltando para essa casa, temos conversado, tido algumas tratativas com o prefeito e com o secretário de Governo, Ananias, para definir como isso vai funcionar. Como a gente vai ser útil à gestão, agora ocupando efetivamente a vice-prefeitura e não de forma avulsa”, afirmou.
Plano de Atuação
Durante o período em que esteve afastada, Vânia elaborou um plano de reestruturação da vice-prefeitura, que inclui a criação de postos de trabalho próprios — já que atualmente os quatro cargos disponíveis são cedidos pela Secretaria de Governo — e a implementação de uma estrutura física independente.
A vice-prefeita também pontuou que a estrutura de seu cargo segue vinculada à Secretaria de Governo e que os quatro assessores a que terá direito serão nomeados pela pasta comandada por Ananias Filho.
Ela descartou, neste momento, assumir novamente uma secretaria e garantiu que o foco será a construção do espaço institucional da vice-prefeitura. “Vamos fazer aquilo que foi o mais difícil durante as administrações anteriores, que é ter um vice atuante. A gente está aqui pra isso. Se for a ferro e fogo, não funciona. Mas, se administrar junto com o prefeito, logicamente a colheita lá na ponta — que é para aqueles que nos elegeram — será melhor”, frisou.
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Com atribuições ainda em consolidação, Vânia indicou que poderá atuar como articuladora do município junto aos governos estadual e federal, além de fomentar Parcerias Público-Privadas (PPPs) e buscar referências em projetos de sucesso em outros estados que possam ser aplicados em Cuiabá. “Nós temos estudado junto à Secretaria de Governo algumas funções que envolvem a busca de estratégias e parcerias público-privadas, articulação junto ao governo federal e estadual, tratativas que hoje talvez em razão da rotina demasiada que o prefeito passa”, explicou.
Segundo ela, mesmo com a posição de oposição da gestão municipal ao Governo Federal, é preciso priorizar o interesse da cidade. “Ser contrário ou não não impede a necessidade de estarmos vinculados ao governo federal e estadual. Essas tratativas têm que ser construídas. São pontes e caminhos que têm que acontecer. A gente tem que mediar, dosar. Ninguém governa sozinho, nosso prefeito também não”, reforçou.
A vice-prefeita reforçou ainda que não pretende ocupar a função de forma simbólica. “Na função de vice, eu busco fazer isso valer. Afinal de contas, recebo um salário, fui eleita para estar aqui, então tenho que ser útil. Não dá pra viver de status. Mas o prefeito tem nos dado um suporte”, observou.
O movimento de reorganização da vice-prefeitura ocorre em um cenário de desafios políticos e administrativos, no qual Cuiabá depende de articulações institucionais para garantir recursos e viabilizar projetos de interesse público.
Fonte.: MT MAIS