A morte de dois policiais penais em um intervalo inferior a 72 horas desencadeou um estado de alerta e revolta entre servidores do sistema prisional de Mato Grosso. Os casos, registrados em Sinop e Várzea Grande, motivaram o Sindicato dos Policiais Penais do Estado (Sindsppen-MT) a suspender temporariamente as visitas na Penitenciária Central do Estado (PCE) e a iniciar uma série de protestos na unidade, a maior do estado.
O primeiro caso ocorreu na noite de quinta-feira (20), quando o policial penal Fábio Antônio Gimenez Mongelo, lotado na penitenciária de Sinop, foi encontrado morto com um tiro na cabeça. A ocorrência, tratada inicialmente como suicídio, passou a ser considerada pelo sindicato como homicídio.
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Na madrugada de domingo (23), a categoria foi novamente abalada com a morte do servidor José Arlindo da Cunha, da PCE. Ele foi perseguido, espancado, teve a arma roubada e acabou executado com tiros no rosto no bairro Itororó, em Várzea Grande.
Diante da escalada de violência, o Sindsppen exigiu celeridade nas investigações e reforçou que os policiais penais estão entre os profissionais de segurança mais vulneráveis do estado, devido à exposição diária a presos de alta periculosidade. Como forma de protesto e luto, o sindicato suspendeu a visitação na PCE no domingo e iniciou mobilização ao longo da semana, com concentrações em frente à unidade prisional.
Na tarde de segunda-feira, a diretoria do sindicato se reuniu com o secretário de Justiça, Vitor Hugo Bruzulato, para tratar da segurança da categoria. Durante o encontro, o secretário garantiu que os casos seriam tratados como prioridade e que as investigações teriam celeridade para determinar o nexo causal das mortes.
Bruzulato afirmou ainda que providências serão adotadas dentro do programa Tolerância Zero, nas unidades penais do estado, e destacou que haverá atuação integrada com outras forças de segurança pública no entorno das unidades, para evitar a expansão do domínio de facções criminosas.
Após o diálogo com a Sejus e o compromisso assumido pelo governo, o Sindsppen anunciou a retomada da visitação na PCE para o próximo fim de semana e encerrou o movimento de paralisação.
“Nossa prioridade é a vida. Continuamos a cobrar justiça e segurança. Vamos aguardar, com atenção e rigor, o resultado das investigações enquanto monitoramos de perto a situação”, afirmou Amaury Neves, presidente do sindicato.
Fonte.: MT MAIS


