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31 de outubro de 2025

Xi pede fortalecimento da OMC, criticada por Trump – 31/10/2025 – Mercado

Xi pede fortalecimento da OMC, criticada por Trump – 31/10/2025 – Mercado

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O líder do regime chinês, Xi Jinping, pediu o fortalecimento da OMC (Organização Mundial do Comércio) e do multilateralismo um dia após o encontro com Donald Trump, que criticou a entidade e foi acusado de realizar práticas unilaterais com a implementação das tarifas.

Em um discurso na cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em português), que acontece em Gyeongju, na Coreia do Sul, o chinês apresentou cinco propostas para os líderes, dentre elas o fortalecimento do sistema multilateral do comércio, tendo a OMC como núcleo.

“Devemos manter a direção correta da reforma da OMC, defender os princípios fundamentais da nação mais favorecida, da não discriminação e outros, e atualizar as regras econômicas e comerciais internacionais para refletir as mudanças dos tempos, de modo a proteger melhor os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento”, declarou.

Trump é crítico da OMC e, desde seu primeiro mandato, quando ameaçou tirar os EUA da entidade, faz críticas à forma como a organização opera. Na ocasião, ele afirmou reprovar a forma como o país era tratado, o que considerou injusto.

Com o tarifaço, o americano é ainda acusado de ignorar as principais regras do comércio internacional regulado pela entidade.

Xi fez as afirmações um dia após realizar um acordo com o presidente americano em que as tarifas impostas pela China diminuíram 10 pontos percentuais. No encontro, que ocorreu na cidade de Busan, vizinha do local onde ocorre a cúpula, os líderes trocaram elogios e manifestaram satisfação com a reunião presencial.

Além da proposta sobre a OMC, em seu discurso Xi também sugeriu a construção de um ambiente econômico aberto na região, o desenvolvimento benéfico para todos os atores e a transformação digital e verde do comércio.

“Devemos continuar promovendo a liberalização e a facilitação do comércio e do investimento, aprofundar a cooperação fiscal e financeira e impulsionar de forma constante a integração econômica regional.”

O líder chinês também afirmou que os países devem trabalhar juntos para manter as cadeias de suprimentos estáveis e desobstruídas.

“Devemos ampliar vigorosamente nossos interesses comuns e apoiar o desenvolvimento aberto das cadeias de suprimentos.”

A fala ocorre após a China ser criticada por desestabilizar a cadeia de suprimentos de diversas indústrias com a medida que criava uma espécie de jurisdição extraterritorial ao exigir uma licença de exportação para produtos fabricados no exterior com terras raras chinesas.

A regra foi negociada pelos por ele e Trump no encontro e está suspensa por um ano.

“Devemos aderir à filosofia de desenvolvimento centrada nas pessoas, focar nas desigualdades do desenvolvimento e promover uma globalização econômica mais inclusiva, sustentável e vantajosa para todos os povos da região.”

Na reunião com o americano, na cidade de Busan, vizinha do local onde ocorre a cúpula, os líderes concordaram com uma série de questões acerca das tensões comerciais que envolvem os países nos últimos meses.

Além da diminuição das tarifas e do acordo sobre terras raras, o americano aceitou suspender a regra que teria aumentado o número de empresas chinesas que teriam acesso dificultado à itens dos EUA, especialmente tecnologia, algo que foi divulgado pelo seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, no mesmo dia.

A regra determinava que empresas que tivessem mais de 50% de participação de entidades da lista se tornariam também parte dela. A “lista de entidades”, como é chamada pelo governo americano, impõe restrições de exportação, reexportação e transferência interna.

Xi também aceitou aplicar medidas fortes contra a cadeia de fentanil no país. As taxas relacionadas ao problema foram diminuídas de 20% para 10% em troca do trabalho conjunto para combater o tráfico do opioide.

Por fim, os chineses também aceitaram retomar as compras de soja dos americanos, após uma pausa que pressionou os agricultores dos EUA. Bessent também afirmou que foi acordada uma compra de 12 milhões de toneladas de soja ainda este ano.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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