3:20 AM
24 de junho de 2025

Zelenski: Rússia e aliados são coalizão de assassinos – 23/06/2025 – Mundo

Zelenski: Rússia e aliados são coalizão de assassinos – 23/06/2025 – Mundo

PUBLICIDADE


O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse nesta segunda-feira (23) que a Rússia, o Irã e a Coreia do Norte formam uma “coalizão de assassinos”. Teerã e Pyongyang apoiam militarmente a invasão iniciada por Moscou, que utiliza drones iranianos e soldados norte-coreanos contra Kiev.

Em visita oficial ao Reino Unido, o ucraniano disse que “todos os países vizinhos da Rússia, do Irã e da Coreia do Norte deveriam estar pensando com cuidado se são capazes de proteger vidas [de seus cidadãos] caso essa coalizão de assassinos continue existindo e persista em espalhar seu terror”.

Zelenski apoiou publicamente a decisão de Trump de bombardear as instalações nucleares iranianas no sábado (21), um ataque sem precedentes ao país persa desde a Revolução Islâmica de 1979. O ucraniano acusa Teerã de ser cúmplice da invasão russa de seu país.

Nesta segunda, ao lado do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, Zelenski anunciou que a Ucrânia e o Reino Unido produzirão drones de longa distância em conjunto, em uma medida com o objetivo de, nas palavras do presidente, “forçar a Rússia a pensar na paz”.

O ucraniano disse ainda que seu objetivo é “salvar o maior número de vidas possível” e “acabar com o terrorismo russo”. Ele disse que, para isso, será necessário “agir em máxima coordenação política e diplomática” que incluiria “projetos conjuntos de defesa e produção de armas”, como o anunciado nesta segunda em Londres por Zelenski e Starmer.

A menção a drones de longa distância sugere que eles seriam utilizados para atingir alvos dentro da Rússia —em ação complexa no início de junho, a Ucrânia enviou centenas de drones em caminhões para o interior da Rússia e atacou bases aéreas muito distantes do front em uma tentativa de atingir bombardeiros russos. De acordo com alguns analistas, cerca de 20% da frota pode ter sido destruída na ação.

Desde o início da guerra, a Ucrânia se tornou o maior produtor mundial de drones, e essas armas mudaram a forma como o conflito é travado. Proteções antidrones viraram corriqueiras, e versões variadas foram desenvolvidas, incluindo drones que voam acoplados a cabos quilométricos de fibra ótica para evitar interferências.

Em Londres, Zelenski teve uma reunião privada com o rei Charles 3º e participou de um evento ao lado de Starmer com soldados ucranianos que recebem treinamento no Reino Unido. Mais de 45 mil militares de Kiev já passaram por esse programa desde o início da guerra, segundo o governo britânico.

O país é um dos principais apoiadores europeus das Forças Armadas ucranianas, e o primeiro-ministro disse na segunda que o acordo de produção conjunta de drones “será um grande passo na contribuição [britânica] que vamos continuar a prestar” à Ucrânia. O tratado tem duração prevista de três anos —a guerra já entrou em seu quarto ano.

Ao mesmo tempo em que manteve seu país do lado de Kiev, Starmer tenta cultivar boas relações com Donald Trump, que se alinhou a Moscou e tem pressionado Zelenski a negociar um cessar-fogo sob o risco de perder apoio americano na guerra.

Até aqui, entretanto, o premiê e outros líderes europeus, como Emmanuel Macron na França e Friedrich Merz na Alemanha, não têm tido sucesso em reverter o distanciamento entre Washington e Kiev, apesar de repetidas tentativas em visitas à Casa Branca e, mais recentemente, na cúpula do G7, no Canadá.

Também nesta segunda, o serviço de inteligência da Ucrânia, o SBU, veio a público com mais detalhes sobre uma suposta tentativa de assassinato contra Zelenski orquestrada pela Rússia e desmontada por espiões ucranianos e poloneses. Segundo o SBU, Moscou acionou um agente na Polônia, recrutado há décadas pela União Soviética e considerado um “forte aderente” da ideologia da antiga URSS.

O agente teria planejado matar Zelenski no aeroporto de Rzeszów com um fuzil de longo alcance ou com um drone durante uma passagem do presidente ucraniano pela Polônia, segundo Kiev. O presidente ucraniano já disse ter perdido a conta do número de vezes que Moscou tentou assassiná-lo.



Fonte.:Folha de S.Paulo

Leia mais

Rolar para cima